sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 45 -

A ESTRADA
- 45 -
DIAS DEPOIS

Dias depois tudo certo. Hervê ficou são e não sentiu mais coisa alguma. De qualquer modo, chocolate nunca mais. Ele foi proibido de comer chocolates, precaução de Neta, a mãe segunda por ele e Racilva tida. Quando tinha a fazer algo, logo Hervê perguntava de podia comer “aquilo”, para receber um “sim”. Na vida de Neta, o conhecer os dois era por demais afeição. Ela mesma se entusiasmou pelos meninos, sendo uma, a menina Racilva. Com a idade de 4 anos e mais, já era tempo de jardim. Com Neta não sabia procurar jardim de infância, foi o pai quem o procurou. Orientado por Alice, sua esposa, Othon, depois a vasculhar os jornais, encontrou um próximo a residência. Apesar de estarem com 4 anos, um pouco à frente do estudo, os dois se matricularam. No início, os dois choravam por não saber onde estavam. Com a continuação, a causa passou e eles já estava bem sabido fazendo tudo o que se mandava. Os dois brincavam alegre com os garotos de igual idade ou um pouco mais. Certa vez, a menina Racílva, disse algo preocupante às mestras.
Racílva
--- Tia. Eu vi uma coisa. - - disse a menina
Tia
--- Coisa? Que coisa? Uma boneca? - - salientou
Racilva
--- Não, tia. Um homem forte. Grande. Eu vi. Não foi, Hervê? - - perguntou ao irmão
Hervê
--- Foi. Ela viu. Um homem grande. - - relatou o irmão fazendo um gesto de homem forte
Tia
--- Não foi o jardineiro? - - quis saber a mulher
Racílva
--- Não. Foi não. Era o meu avô. Ele veio se despedir. - - falou elegante
Tia
--- Ah sim. Ele veio até você? - - indagou a professora
Racílva
--- Sim. Ele veio. E disse que estava indo para o Céu. E saiu. - -
Tia
--- Para o Ceu? E saiu? Foi embora? - - perguntou com espanto
Racilva
--- Sim. Ele foi embora. Desapareceu. - - ressaltou
Tia
--- Menina. Você está com conversa? - - disse a mulher com espanto
Racílva
--- Verdade. Eu vi inda agora meu avô. A senhora tem avô? - - perguntou
A mulher saiu correndo para a Diretoria onde poderia informa que uma aluna viu um homem que, possivelmente, morreu há poucos instantes. Tremendo de medo, horrorizada, tomando um copo de água pediu a Diretora que a deixasse ir para casa pois estava sem meios de voltar ao parquinho. A Diretora compreendeu o desassossego da tia e deixou que ela fosse embora. Em seguida chamou outra professora para cuidar dos alunos. Isso ocorreu em horas da manhã. Ao meio dia, os alunos foram levados para suas casas no transporte escolar. Em casa a garota foi recebida por Neta, a secretária, cuidando das mochilas dos dois rebeldes. Naquela hora, Othon estava ao celular conversando com alguém.
Othon
--- Agora? - - perguntou com pressa.
Pessoa
--- Às dez horas, mais ou menos. Ele estava hospitalizado alguns dias. - -
Othon
--- Para mim é impossível eu ir. Eu peço que cuidem do sepultamento. - - deligou
Em seguida, veio a menina Racilva batendo no braço do pai e falando.
Racilva.
--- Painho, eu vi vovô. Ele veio se despedir. Foi para o Céu, viu painho. - -
Othon
--- Eu soube. Quem disse a você? - -
Racílva
--- Ele mesmo. Veio só se despedir. Foi para o Ceu. - - relatou a menina
Neta
--- Você viu o seu avô? Como? - - indagou assombrada
Racílva
--- Na escola. Ele estava sorrindo. Disse que ia para o Céu. Pronto! - -
Othon
--- Você seu avô? - - voltou a indagar
Racílva
--- Sim. Eu disse ao senhor, agora. Não ouviu? - -
Othon
--- Como era o seu avô? - - espantado pois Racilva jamais vira o avô
Racilva
--- Bem forte. Barrigudo. Ele, de calça e camisa. Parece que trabalhava de motorista. Foi. –
Othon
--- Ele fazia a linha de Currais Novos. Só você foi quem viu? - - indagou com tremendo susto
Racílva
--- Hervê também viu. –
Othon
--- Você também viu, meu filho? - - perguntou
Hervê
--- Vi. Mas ele não falou comigo. Só me pediu a benção. - - respondeu
Racilva
--- Depois, saiu como numa nuvem. Ele foi para o Céu. - - sustentou o que disse
Nesse tempo chegava a esposa de Othon, a senhora Alice, pegando os depoimentos das crianças.
Alice
--- Que houve? - - espantada
Neta
--- Os meninos viram o avô. Eles nem conheciam. - -
Othon
--- Meu pai morreu por volta das dez horas. Que é que eu faço? - -
Alice
--- Vai lá. - - recomendou
Othon
--- Eu não posso. Não tenho tempo. - -
Alice
--- Ora se pode. Arrume as malas. Vá embora. O velho veio falar com os seus filhos, - - angustiada.

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