terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 42 -

- MARAVILHAS -
- 42 -
A MORTE -

O necrotério estava com várias pessoas. Uns chorando, outros a conversar e alguns a esperar com ou sem veículos. No interior do espaço tinha corpos para ser ainda examinados. Os médicos tratavam e passavam os atestados de óbitos mando em seguida para a secretaria. Gente muita. Othon e Alice atravessaram corpos de indigentes e chegaram até a Secretaria do Necrotério para ver o corpo de Maria. Uma moça o levou e falou com um rapaz que estava atendendo várias pessoas. Esse moço os mandou esperar em um corredor que cheirava apenas a corpos mutilados. Era o fim do mundo. Um passe-passe de pessoas, uns chorando, outros consolados pela perda de um corpo. Enfim, após longa espera chegou a vez do casal ir ver o corpo da morta.
Othon
--- Você a conhecia? - - quis saber
Alice
--- Duas ou três vezes. Conheci porque fui no seu escritório da Receita. Ela estava sentada em frente a um Computador.
Othon
--- E ela mesma. Coitada! Por que ela fez isso? Parece uma sina! - - lamentou
Dito isso o rapaz que trabalha no setor de necropsia engavetou a vítima fazendo um estrondo assustador. O cadáver tinha uma etiqueta em um dos pés para identificar a morta. O odor de cloro se impregnava por todo por todo o ambiente. Mais que depressa os dois saíram do ambiente e foram para a Secretaria assinar os papeis e receber o corpo da vítima.
Alice
--- Que pensa em fazer? - - quis sabe
Othon
--- Eu? Nada. Vou sepultar em um cemitério mais próximo. Não tinha mãe. O seu pai mora em Natal. Eu não tenho nada com isso. Apenas estou ajudando na sua identificação. - - comentou
Alice
--- Você nem vai avisar? - -
Othon
--- A quem? Nem sei do seu passado. Morreu, acabou! - - disse o homem
Alice fez uma careta ligeira como quem define que o caso está encerrado. Nesse momento, Othon teve uma virtual surpresa e pediu licença a Alice saindo correndo em direção a um corredor onde havia várias pessoas para serem atendias em um balcão. Othon, quase sem pedir licença, adentrou o corredor em busca de uma moça que ele viu passar ao longe quando estava ainda discutindo com o sepultamento de Maria. Uma moça de tamanho regular, passou e entrou em seguida na continuação do corredor. Com evidencia, a moça não era a morta. Apenas ele procurou encontra-la para saber ao certo de quem se tratava, por acaso. De imediato, Othon adentrou no outo corredor que fazia uma travessa com o anterior e de nada encontro ali por perto. O homem ficou perplexo sem saber o que fazer nem a ninguém indagar.
Othon
--- Oxe! Sumiu? - - indagou com dúvidas.
Ele, ainda deus umas voltas pelo segundo corredor e nada ali encontrou. Sem maior atropelo, deu o assunto por encerrado naquele instante. E sem mais bem menos, Othon retornou ao seu lugar tendo que contar uma história bem ao caso a sua companheira.
Othon
--- Você, que estudas as estrelas e até o multiverso, por favor, diga um assunto? Quanto a gente morrer para nós seguimos além do chão? - - quis saber
Alice
--- Há estudos nesse sentido que a pessoa não morre. Apenas se transfere. Mas outro caso em que no multiverso tem mais de um “eu”. Somos vários. Eu posso estar nesse planeta e ao mesmo tempo viver em outro Universo. Posso está em dois, três, quatro, seja lá quanto for. Por que? - - indagou
Othon
--- Por nada. Apenas curiosidade. - -
Alice
--- Está bem. Obrigada. Mas não esqueça que, apenas, são estudos. Nada de concreto! - -
Othon
--- Eu sei, eu sei. Estudos. Mas esses estudos levam a algum lugar? - -
Alice
--- Durante séculos a humanidade acreditou que a vida existia apenas na Terra. Mas o negócio difere. A ciência procura respostas de que não estamos sozinhos aqui. Há outros lugares fora da Terra e do espaço e em outro espaço bem distante que abrigam seres humanos semelhantes aos humanos da Terra. Há prova de que não estamos sozinhos no Cosmos. - -
Othon
--- Isso quer dizer que pode existir no espaço uma pessoa diferente como eu? - - indagou
Alice
--- É possível. Veja bem. Há inúmeros relatos de gente que vem do espaço e retorna de imediato. Entra e sai. Há inúmeros casos. Você está aqui e, de imediato, atravessa a barreira para um outro local. É um vai e vem! - - gracejou com as mãos
Othon
--- Uma espécie de estou aqui, agora e vou para ali em instantes. - - falou incerto
Alice
--- Uma mutação controlada. Uma geração em todo o mundo que vai e vem. Digamos: uma Santa aqui, uma pecadora acolá. Vai para um lado e vem para outro mundo. É assim. Bate e volta. Entendeu? É como um jogo de ping-pong. Vai e volta. - - sorriu
Othon
--- E se a pessoa morrer? - - perguntou
Alice
--- Somos extra-terrestres. Estamos vivendo em várias partes do mundo. Eu posso morrer aqui. Mas a questão que essa morte é física. Na verdade, ninguém não morre. Eu estou aqui e ao mesmo tempo estou no multiverso. Eu sou eu lá. –
Othon
--- Difícil de entender. Vou ter que estudar de novo. Uma coisa tão simples para quem conhece. Eu queria te dizer. Pois bem. Agora, eu vi uma moça semelhante a Racilva, a outra. Eu tive um noivado com uma moça chamada Racilva. Acontece que ela morreu antes de nós nos casarmos. Simplesmente morreu. E agora eu vi uma moça bem semelhante a primeira Racilva, a morta. Eu procurei encontra-la e a moça sumiu. De repente, sumiu. Evaporou! - - disse o homem.
Alice
--- Evaporou, foi o que você disse. Apenas sumiu. Alguém que viaja na velocidade da luz pode muito bem saltar para o futuro. Eu já dei o exemplo. Racilva não está somente aqui. Ela pode se encontrar em outros mundos bem distantes de nós. O que ocorre é que nós vivemos em um mundo onde outros estão passando a cada instante ao nosso redor. Eu estou aqui, mas posso está ali, acolá. Em muitos planetas distantes desse planeta e próximo demais de mim mesma. Eu em outros Mundos. - - explicou
Othon
--- E essa moça, era ou não era ela? - - indagou
Alice
--- Ela desapareceu em um instante. Há tese de novas vidas, como já te disse, de novas galáxias muito distantes. As tecnologias podem acontecer mais cedo do que pensamos. A transmissão pelos diferentes pontos. O teleporte. Um teleprocessador. Ele desmonta a pessoa, átomo por átomo para remonta-lo num segundo em outro espaço ou mesmo no planeta distante. E há casos que nem se precisa de máquinas. A pessoa vem em um trem e passa de imediato para outro sem precisar nem mesmo parar. É como se saltar de um canto a outro. Uma espécie de replica quântica. - -
Othon
--- Isso é verdade? - -
Alice
--- É o que se faz. Isso já vem de há muito. Não precisa de morrer para estar em outro espaço. É como um estalar de dedos. Clique - - fez a mulher
Othon
--- É danado! Eu acho que não preciso morrer mais. - - sorriu
Alice
--- Tente! - - disse a mulher.

Nenhum comentário:

Postar um comentário