segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

LAGO AZUL - 06 -

- LÚCIFER - 

- 06 -
CHAMADOS - 
A mulher ficou cismada com essa experiência e não sabia de tudo ou para tudo. Se falasse com o seu marido, na certa ele não concordaria com tudo ou com nada. Tinha ali, a amiga Lourdes, que poderia ser mais coerente. Tinha um: porém. Lourdes não conhecia de nada ainda. No entanto valeria só uma palavra. Nesse momento, a moça estava ocupada preparando o peixe. Era diferente do interior esse peixe. Tinha muitas escamas. E a moça teve de usar uma espécie de máscara para evitar tantas escamas a cair em seu rosto. Nesse ponto chegou incontinente a mulher Zefinha a procura da moça. E logo falou.
Zefinha
--- Sei não! O pintor está com um assunto meio troncho. - - falou baixinho.
Lourdes
--- Troncho? O que é isso? - - perguntou estranhando
Zefinha:
--- Conversa! Ele quer fazer uma cobertura no teto e pôr uma cortina por detrás. Diz ele que eu não vou gastar coisa alguma. Ele faz isso. - - reclamou.
Lourdes
--- Ele faz? Então deixa fazer. Você não paga e pronto. - -
Zefinha
--- Temo não dá certo. Depois ele vem com outra conversa. - -
Lourdes
--- Não tem nada disso. Se ele diz que faz, então que faça. - -
Zefinha
--- É, mas eu vou falar com ele novamente. Espere. - -
E dona Josefa saiu meio desconfiada. E lá chegando foi a indagar do problema da pintura entre outras coisas. O tempo a gastar. Dinheiro, tempo. Essas coisas.
Pintor
--- Com certeza eu não vou cobras nada. Todo o material eu compro. Mas sem pagar. Digo logo que é em contrapartida. O comércio está cheio de promoções. Esse é um. - -
O rapaz continuava a fazer as suas pinturas. Para Zefinha aquilo era tudo muito feio. Grotesco até. Coisa que a mulher jamais conhecera. E perguntou.
Zefinha
--- Essas caras? - -
Pintor
--- Caras? São virgens. Mulheres. Um e outra. Entre o abstracionismo e as explosões de corres.
Zefinha
--- Eu achei feio esses negócios. - -
Pintor
--- Nada. É o psicodelismo. - - sorriu - -
Zefinha
--- Nunca acerto esse nome! - -
Pintor
--- É uma pintura moderna. No Brasil tem poucos Hotéis e Bares com essa amostra. - -
Zefinha
--- Imagino. O senhor esteve lá? - -
Pintor
--- No Rio? Eu desembarquei no Rio e de lá vim para Natal. Eu sou daqui mesmo. Agora, faz tempo que eu estou nos Estados Unidos. Tive também na Inglaterra. É isso. - -
Zefinha
--- Não conheço esses países. Só o Brasil e olhe lá. Recife, João Pessoa e o Ceará. - -
Pintor
--- Já conhece todo o Nordeste, por assim dizer. - -
Zefinha
--- E o senhor vai comprar mesmo? - -
Pintor
--- O forro? Aceita? Eu vou buscar hoje no final da tarde. Pode ter certeza. Quando estiver pronto, verá que fica uma beleza. E amanhã eu monto o restante. A menina vai ajudar. - -
Zefinha
--- Ela é sua irmã? - -
Pintor
---Não. É minha auxiliar. Já sabe tudo. - -
Zefinha
--- É namorada? - - e olhou depressa para a moça.
Pintor
--- Quase isso. Nós dois se combina. - -
Zefinha
--- Tem nome? - -
Pintor
--- Ela? Claro. Nós viemos dos Estados Unidos. - -
Zefinha
--- Então ela já sabe de tudo. Quantos anos?  - -
Pintor
--- Ela não diz nem que corra água. - - sorriu - -
Zefinha
--- Mas a mim ela vai dizer. Não vai moça? Seu nome! - -
Sol
--- Eu sou Sol. Ele é o meu homem. - - respondeu a moça
Zefinha
--- Eu imaginava. Mas Sol? O Sol é masculino. - -
Sol
--- Eu sei. Mas é o meu nome. - -
Zefinha
--- Mas Sol? Estranho. Eu não poria um nome assim um uma filha, se tivesse. Sol? - - estranhou
Sol
--- Eu conheço um rapaz cujo nome é Lua. Que achas? - -
Zefinha
--- Lua? Pior ainda. Tem nomes estranhos nesse meio de mundo! Lua mesmo? - -
Sol
--- Sim. E a mulher é Estrela. É como se chama a mulher.
Zefinha
--- Bom. Até que dá certo. Lua e Estrela. Não é? - -
Pintor
--- Pode ser, mas na verdade, o nome do rapaz é Lilith. John Lilith. Porém todos o chamam de Lilith. E o dessa moça é Solange. - - sorriu –
Sol
--- E o dele? - -
A moça então sorriu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário