- TERRA PRIMITIVA -
- 07 -
CAUSA -
O dia estava chegando ao seu
final e a pintura já havia sido feita em todas as paredes do Bar sem atrapalhar
a serventia aos seus consumidores, alguns só para beber. O almoço foi servido
na hora certa. À noite, veio a tranquilidade. As bebidas eram francas, as
perguntas também. Cada qual buscava explicação ao notar as formas deformadas
das ilusões absortas pintadas nas paredes do bar. Algo como meretrizes e
seduções. A mãe das abominações, filha da grande prostituta. O conflito final.
Mistério. Um cálice de ouro. O mistério dos séculos.
Consumidor
--- O que é isso? - - envergando
o pescoço para melhor entender.
Bêbado.
--- Sei lá. Pinturas. - - disse o
outro
Consumidor
--- Pinturas? Não tem nada a ver.
- - respondeu
Zefinha
--- O pintor disse que isso é o
maior sucesso nos Estados Unidos. - -
Bêbado.
--- Para mim não passa de
garatujem. - -
Consumidor
--- Essa mulher, para mim, não
passa de uma prostituta. - =- e cuspiu de lado
Bêbado
--- Isso é uma besta. - - detonou
o bêbado
E era uma besta. Besta de sete
cabeças e dez chifres. Um demônio do mal. Um inferno cheio de nomes e
blasfêmia. Na Bíblia, essa mulher era uma linda donzela se referindo a Jesus.
Então a mulher virgem representa a meretriz representando a Igreja do
anticristo. A besta escarlate representa o companheiro o qual se desligou dele
totalmente. O seu governo ela fará entrega ao mal. Seu corpo era adornado de
cor purpura, ouro, pérolas e pedras preciosas. E tinha em sua mão, um cálice de
ouro. A imundícia de sua prostituição era cheia. Tinha um nome escrito na sua
fronte: A Grande Babilônia. A mãe das abominações. Os Reis da Terra se
prostituíram. Os habitantes do lar estão embriagados. O vinho é a sua
devassidão. Tudo isso estava escrito nas vestes purpurada da meretriz.
Um homem entrou no bar e viu a
cena. Foi difícil vislumbrar as artes. Nada pode dizer. Calou. Sisudo ele ficou
compenetrado. Jocasta, Núbia, Ísis, Nefertiti, Afrodite e tanto outros. Por
fim, indagou:
Desconhecido
--- Quem é o mestre de tais
pinturas? - - -
Lourdes
--- É um pintor. Não sei o seu
nome. Chamam de Pintor. Algo? - - perguntou
Desconhecido
--- Ah sim. Uma cerveja! - -
respondeu
Lourdes voltou a indagar
Pratinho
--- Algo em especial? - -
Desconhecido
--- Fígado. - - respondeu.
Lourdes.
--- Fígado. Um instante. Licença.
- - disse a moça saindo depressa
Enquanto isso, o homem
desconhecido ficou a pesquisar os desenhos ou pinturas de forma desigual que o
artista formara então. Ele olhava com precisão e identificou naqueles traços
algo bem peculiar. Na certa era um psicodelismo bastante avançado. Mulheres
entre outros traços. Esse caso o homem tinha visto em tempos recentes nos
Estados Unidos, onde foi passar uns tempos fazendo complemento de estudo. Ele
era médico e seu nome: Saul Listre. Moço ainda ele se virava a todo instante
procurando ver as mais difusas conquistas do artista. Não tendo história de
pintura em sua profissão, de qualquer modo Lister era um admirador das artes
plásticas bem comuns na história da pintura moderna e antiga. Enquanto isso a
moça Lourdes se acercou da mesa onde estava Lister para então servi-lo. Fígado
cheio de cebolas com pimentão, alho e outros ingredientes naturais. O prato era uma delícia de dar água na boca
de qualquer consumidor.
Lister
--- É fígado mesmo? - - indagou
com os seus olhos bem acesos
Lourdes:
---Sim. Fígado da melhor
qualidade. O senhor pode provar. –
Lister
--- Fígado. Delícia. Para ser
franco, nos Estado Unidos eu nunca provei tal atrativo. - - respondeu com a
boca cheia de fígado.
Lourdes
--- Não disse! - - e sorriu.
Lister
--- A senhora já ouviu falar na
Suméria? - - indagou
Lourdes
--- Suméria? Creio que não. Onde
fica? - - - indagou
Lister
--- Um povo antigo. Muito antigo.
Os sumérios foram a primeira civilização aqui presentes. Muito antigo. - -
Lourdes
--- Creio não ter ouvido falar.
Qual a importância desse povo? - -
Lister
--- Bem. Ainda se estar buscando.
Mas, com uma vida de 6 milhões de anos. Os Sumérios fizeram de tudo aqui na
Terra. Ainda tem gente deles vivendo pela Mesopotâmia onde eles se assentaram,
com certeza. - -
Lourdes
--- É longe isso? - -
Lister
--- Um pouco. Não muito. Um pouco.
– - e mastigava o bife com cerveja
E apontava para as pinturas
postas na sala com o seu próprio garfo.
Lourdes.
--- Conte mais. - - sugeriu
Lister
--- Esse rapaz vai longe. Muito
longe. Eu queria conhece-lo. - -
Lourdes
--- Posse pergunta a dona do bar.
Amanhã ele vem aqui, com certeza. - -
Lister
Lourdes
--- Vou fazer. - - e a mulher
brilhou seus olhos.
Lister
--- Há muito tempo um autor
desconhecido escreveu um poema falando sobre a sua terra natal. A Suméria. E
hoje se tem de recorrer aos antigos sumérios e prestar atenção do que eles têm
a nos dizer. - -
Lourdes
--- O senhor estuda sobre essas
pinturas? - -
Lister
--- Não muito. Mas alguma coisa.
- - continuava a beber cerveja e a mastigar o bife
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