terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

LAGO AZUL - 07 -


- TERRA PRIMITIVA -
- 07 -

CAUSA -
O dia estava chegando ao seu final e a pintura já havia sido feita em todas as paredes do Bar sem atrapalhar a serventia aos seus consumidores, alguns só para beber. O almoço foi servido na hora certa. À noite, veio a tranquilidade. As bebidas eram francas, as perguntas também. Cada qual buscava explicação ao notar as formas deformadas das ilusões absortas pintadas nas paredes do bar. Algo como meretrizes e seduções. A mãe das abominações, filha da grande prostituta. O conflito final. Mistério. Um cálice de ouro. O mistério dos séculos.
Consumidor
--- O que é isso? - - envergando o pescoço para melhor entender.
Bêbado.
--- Sei lá. Pinturas. - - disse o outro
Consumidor
--- Pinturas? Não tem nada a ver. - - respondeu
Zefinha
--- O pintor disse que isso é o maior sucesso nos Estados Unidos. - -
Bêbado.
--- Para mim não passa de garatujem. - -
Consumidor
--- Essa mulher, para mim, não passa de uma prostituta. - =- e cuspiu de lado
Bêbado
--- Isso é uma besta. - - detonou o bêbado
E era uma besta. Besta de sete cabeças e dez chifres. Um demônio do mal. Um inferno cheio de nomes e blasfêmia. Na Bíblia, essa mulher era uma linda donzela se referindo a Jesus. Então a mulher virgem representa a meretriz representando a Igreja do anticristo. A besta escarlate representa o companheiro o qual se desligou dele totalmente. O seu governo ela fará entrega ao mal. Seu corpo era adornado de cor purpura, ouro, pérolas e pedras preciosas. E tinha em sua mão, um cálice de ouro. A imundícia de sua prostituição era cheia. Tinha um nome escrito na sua fronte: A Grande Babilônia. A mãe das abominações. Os Reis da Terra se prostituíram. Os habitantes do lar estão embriagados. O vinho é a sua devassidão. Tudo isso estava escrito nas vestes purpurada da meretriz.
Um homem entrou no bar e viu a cena. Foi difícil vislumbrar as artes. Nada pode dizer. Calou. Sisudo ele ficou compenetrado. Jocasta, Núbia, Ísis, Nefertiti, Afrodite e tanto outros. Por fim, indagou:
Desconhecido
--- Quem é o mestre de tais pinturas? - - -
Lourdes
--- É um pintor. Não sei o seu nome. Chamam de Pintor. Algo? - - perguntou
Desconhecido
--- Ah sim. Uma cerveja! - - respondeu
Lourdes voltou a indagar
Pratinho
--- Algo em especial? - -
Desconhecido
--- Fígado. - - respondeu.
Lourdes.
--- Fígado. Um instante. Licença. - - disse a moça saindo depressa
Enquanto isso, o homem desconhecido ficou a pesquisar os desenhos ou pinturas de forma desigual que o artista formara então. Ele olhava com precisão e identificou naqueles traços algo bem peculiar. Na certa era um psicodelismo bastante avançado. Mulheres entre outros traços. Esse caso o homem tinha visto em tempos recentes nos Estados Unidos, onde foi passar uns tempos fazendo complemento de estudo. Ele era médico e seu nome: Saul Listre. Moço ainda ele se virava a todo instante procurando ver as mais difusas conquistas do artista. Não tendo história de pintura em sua profissão, de qualquer modo Lister era um admirador das artes plásticas bem comuns na história da pintura moderna e antiga. Enquanto isso a moça Lourdes se acercou da mesa onde estava Lister para então servi-lo. Fígado cheio de cebolas com pimentão, alho e outros ingredientes naturais.  O prato era uma delícia de dar água na boca de qualquer consumidor.
Lister
--- É fígado mesmo? - - indagou com os seus olhos bem acesos
Lourdes:
---Sim. Fígado da melhor qualidade. O senhor pode provar. –
Lister
--- Fígado. Delícia. Para ser franco, nos Estado Unidos eu nunca provei tal atrativo. - - respondeu com a boca cheia de fígado.
Lourdes
--- Não disse! - - e sorriu.
Lister
--- A senhora já ouviu falar na Suméria? - - indagou
Lourdes
--- Suméria? Creio que não. Onde fica? - - - indagou
Lister
--- Um povo antigo. Muito antigo. Os sumérios foram a primeira civilização aqui presentes. Muito antigo. - -
Lourdes
--- Creio não ter ouvido falar. Qual a importância desse povo? - -
Lister
--- Bem. Ainda se estar buscando. Mas, com uma vida de 6 milhões de anos. Os Sumérios fizeram de tudo aqui na Terra. Ainda tem gente deles vivendo pela Mesopotâmia onde eles se assentaram, com certeza. - -  
Lourdes
--- É longe isso? - -
Lister
--- Um pouco. Não muito. Um pouco. – - e mastigava o bife com cerveja
E apontava para as pinturas postas na sala com o seu próprio garfo.
Lourdes.
--- Conte mais. - - sugeriu
Lister
--- Esse rapaz vai longe. Muito longe. Eu queria conhece-lo. - -
Lourdes
--- Posse pergunta a dona do bar. Amanhã ele vem aqui, com certeza. - -
Lister
--- Ótimo. Ótimo. Faça[aa1]  isso. Pergunte. Pergunte. - -
Lourdes
--- Vou fazer. - - e a mulher brilhou seus olhos.
Lister
--- Há muito tempo um autor desconhecido escreveu um poema falando sobre a sua terra natal. A Suméria. E hoje se tem de recorrer aos antigos sumérios e prestar atenção do que eles têm a nos dizer. - -
Lourdes
--- O senhor estuda sobre essas pinturas? - -
Lister
--- Não muito. Mas alguma coisa. - - continuava a beber cerveja e a mastigar o bife







Nenhum comentário:

Postar um comentário