sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

LAGO AZUL - 17 -

- RESTAURANTE - 
- 17 -

BÍBLIA

Sexta feira. Era o dia da abertura do Bar às 9 horas da noite. O dono das gravuras já havia posto todos eles distribuídos em mesas. O homem havia firmado um acordo com seu Geraldo, dono do recinto, no dia anterior. O palco havia sido pronto para receber uma cantora de música popular e a sala estava repleta de gente, em sua maior parte, ricaços. O médico Lister penetrou no recinto acompanhado de uma senhora muito nova e eles procuraram se acomodar em um local onde outras pessoas também se aconchegavam. O Bar estava todo atapetado, com pinturas psicodélicas, um palco com uma cortina e luzes estranha a adornar.  A jovem moça Lourdes se acercou do casal estranhado a senhora que acompanhava Lister. Porém não comentou qualquer outra coisa. O Bar tinha os seus atendentes, inclusive um garçom, em traje distinta, calças escuras e camisa branca. Esse traje era comum a todos os demais que estavam a servir na casa, inclusive a moça Lourdes. O conjunto de acompanhamento era formado por quatro cantores e tocadores de instrumentos seguindo a cantora, cujo nome era Bethe Cordeiro. O médico Lister no apareceu no dia anterior. Talvez tivesse ocupado. E Lourdes falou alegre.
Lourdes
--- Ora viva. Apareceu? Boa noite aos dois! - - foi logo relatando
Lister
--- Boa noite. Esse é minha acompanhante. Doutora Gilda Leal Ph.D. em História, formada na Europa. Inteligente por demais. - - sorriu o médico
Lourdes
--- Prazer, senhora Gilda. A senhora veio bem acompanhada. - - sorriu
Gilda
--- É bondade dele. Boa noite. Teu nome? - - Indagou
Lourdes
--- Lourdes. Lourdes Feitosa, sim senhora. - - sorriu
Gilda
--- Ah bom. É a proprietária? - - e fez menção do Bar
Lourdes
--- Proprietária? Não senhora. O dono está lá dentro. Eu sou apenas assistente. - - sorriu
Lister
--- É a melhor garçonete que se encontra em um restaurante. - - falou sorrindo
Gilda
--- Então estamos em casa. - - respondeu sorrindo
Lourdes sorriu e então indagou aos dois consumidores.
Lourdes
--- Posso perguntar o que esperam consumir? - - sorriu
Lister
--- Vermute e crustáceos, tem? - - indagou
Lourdes
--- Camarões ou lagostas? -- - indagou
Lister
--- Lagostas, por favor. E um pouco de vermute. - -
Lourdes se esquivou com pressa e foi providenciar os alimentos necessários. O restaurante estava repleto de gente, com a cantora a entoar melodias em sucesso do momento ou mesmo estrangeiras, por sinal americanas, as mais badaladas do momento. Com seu timbre acolhedor, Bethe fazia a vez de uma cantora de jazz e blues ou um samba delicado. Era o sucesso da noite. O homem das pinturas do século 19 sorria por vender seus quadros aos amantes da beleza. E o tempo se passou à noite inteira. As garçonetes e o garçom não perdiam tempo no ir e vir. Em certa ocasião o médico indagou a Lourdes.
Lister
--- Vocês funcionam aos domingos? - - perguntou
Lourdes
--- Talvez. Vai depender do movimento de hoje. Alguma coisa? - - perguntou
Lister
--- Nada demais. Era a doutora Gilda. Ela queria saber se você poderia abrilhanta a sua casa, no domingo. Eu falei das conversas mantidas com a senhora, e Gilda ficou a imaginar. - -
Lourdes
--- Eu posso ir, se for o caso. A que horas? À tarde? - - indagou
Gilda
--- Pode ser à tarde. Se convier. - - falou
Lourdes
--- A tarde, então. Eu[aa1]  estarei em vossa casa. Onde fica? - -   
Gilda
--- Tirol. Lister sabe muito bem.
Lourdes
--- Eu não conheço nada para aqueles lados. Eu sou do interior. E estou há pouco tampo na Capital. Por favor, era bem combinar. - - sorriu
E o combinado foi feito. No domingo havia pouco movimento no restaurante. A moça então pediu dispensa para sair à tarde porque estava sendo chamada pela doutora Gilda Leal para uma conversa amigável. E assim, se deu a ida da moça estando pronta para então sair. No negócio, encontrando com o doutor Lister às três horas da tarde do domingo. Conversa vai, conversa vem e as duas mulheres começaram a falar em assuntos mais sérios.
Gilda
--- Você é católica? - - indagou
Lourdes
--- De certo modo, sim. Mas não tenho religião enfadonha. Por que? - - indagou
Gilda
--- Por nada. Mas você sabe um assunto bem corriqueiro no Catolicismo mesmo por ouvir falar. A questão de Adão e Eva? - - perguntou
Lourdes
--- Isso eu sei. - -
Gilda
-- Patriarcas Abrão, Isac, Jacob e Moisés? Esses são alguns dos personagens mais conhecidos do Antigo Testamento.
Lourdes
--- Mas, suas histórias são verdadeiras ou apenas mitos? - - indagou
Gilda
--- É o que veremos. Escute. Quanto mais longe formos nos testos bíblicos, mais difícil é encontrar material histórico neles. Como o livro de Gêneses é uma compilação de mitos e de histórias da Criação, encontrar uma base histórica nele é muito difícil. Os arqueólogos examinam os achados para determinar fato ou ficção. E então, mesmo saber se Moises escreveu a Bíblia em hebraico. Há evidencia que comprovam o êxodo do povo escolhido do Egito. Ou foi apenas um pequeno grupo de Cananeus que decidiu se libertar? Eventos de artefatos bíblicos e as Muralhas tomadas por Josué podem ser encontradas na história. Pontos em comum entre a Ciência e as Escrituras são revistos agora. E os Mistérios da Bíblia Hebraicas são desvendados.  
Lourdes
--- Mentira ou verdade? - - quis saber
Gloria
--- Em 1894, no sul do Egito, em Tebas, a antiga cidade dos Mortos, foi encontrada aquilo que se pode chamar de descoberta mais importante da arqueologia bíblica. Sob as areias, surge a extremidade de um monumento de um real gravado em pedra. O objeto feito em homenagem a um Faraó Nefertari, filho do Faraó Ramsés, o Grande, ficou conhecido A Estela de Nefertari. Ou Estela da Vitória celebrando a vitória sob povos estrangeiros. As inscrições em hieróglifos celebram o triunfo de Tetecta sobre a Líbia, seu inimigo a Oeste. E diz ainda. Israel foi destruída. Sua semente não existe mais.
Lourdes
--- Israel? Não é um país que se formou depois da Guerra?   - - perguntou desconfiada
Gloria
--- Sim. Esse mesmo. Foi destruído pelo Egito há muito tempo. – - explicou




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