sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

SUPLÍCIO DE UM MISTÉRIO - 12 -

- MÃE E SEU FILHO -
- 12 -

FILHO -
Após horas. Ada entrava em serviço de parto na Maternidade. O seu marido, Gastão, ficou de pé na entrada da Maternidade, com a mão na cabeça a pensar mil coisas. Às vezes voltava e sentava em uma cadeira. De outra levantava para indagar a moça atendente o tempo. Voltava para olhar a rua e ver carros a passar de um lado para outro. Depois voltava a sentar. E assim continuava no vai e vem sem parar. Indagava se o médico já estava com sua mulher. Se tinha anestesista. Quantas enfermeiras. Então indaga se era parto normal. E ficava nessa lengalenga no vai e vem de um pai pela primeira vez. Ele olhava para o relógio do hospital e acertava o seu
Gastão
--- Que horas, por favor! - - indagou a atendente
Atendente
--- Sete horas. - - tinha a resposta
Gastão
--- Demora muito? -  - indagou apreensivo
Atendente
--- Não veio nenhuma notícia até agora. - -
Gestão
--- Deve demorar. Por favor tem cigarro? - - perguntou ele a atendente
Atendente
--- É proibido fumar nesse hospital.  E eu não fumo. - - respondeu
Gastão
--- Ah sim. Tem razão. - - desgostoso.
Quando menos esperava, apareceu uma enfermeira no saguão da Maternidade. A moça vinha sorrindo e procurou por seu Gastão. E de repente ele se voltou para enfermeira. Ela relatou com efeito
Enfermeira
--- Seu   Gastão? Podemos subir! - - sorrindo
Gastão
--- Eu já posso. Eu já posso? Com está a minha mulher? E o bebê? - - alegre de fazer medo
Enfermeira
--- Ada está ótima. O bebê também. Vamos! - - sorrindo
E os dois seguiram para o apartamento onde Ada estava no segundo andar, do lado direito. Gastão passou por uma mulher que estraga o chão com um roldo tendo ao lado um vasilhame onde despejava tudo o que retirava do liso solo todo branco. O homem chorava copiosamente ao penetrar no recinto onde se encontrava a sua amada. Quase correndo, esfregando as mãos, ele quis pergunta tão de repente. Mas foi Ada quem falou
Ada
--- Veja seu filho! - - disse ao ver o bebê se amamentado
Gastão
--- Ele é ele. É? - - indagou querendo ver o menino.
Ada
--- Não está vendo? Quatro quilos. Um meninão!  - - relatou vendo o seu filho
Gastão
--- Eu nem posso sustenta-lo. Dá medo. - - relatou esfregando as mãos
Enfermeira
--- Já tem nome? - - indagou a olhar o neném
Ada
--- Aldo! Que achas? - - indagou
Enfermeira
--- Aldo! “Aquele que é nobre”. Belo nome. - - respondeu
Ada
--- Era o nome do meu bisavô. Que achas, Gastão? - - sorriu
Gastão
--- Belo nome mesmo. Aldo. Também significa Ald, “o sábio”. - - sorriu
Ada
--- Nem pensei nisso. O sábio? - - indagou
Gastão
--- Sim. O sábio. Lindo nome! - - relatou
Ada
--- Pois ele vai ser o nosso “sábio”. Deixa está. - - e a mulher se deslocava um pouco para melhor amamentar
Enfermeira
--- O sábio! Que nome? O sábio! Vou anotar na minha caderneta de nomes célebres. - - relatou
Uma semana e Ada e o seu filho Aldo estavam em seu AP. Ela, amamentado o pequeno sob a sombra de Gastão que olhava o mar, sentado, de pernas esticadas e pensando em nada. O barco de pesca adentrava à costa, com sua vela branca panda ao vento. Era maravilhoso se observar os barcos de pesca vindos de mar bravio.
Gastão
--- Parece um sonho. De onde ele vem? – - matutando. 
Ada
--- Quem, amor?  - - quase preocupada
Gastão
--- O barco. Chega a passar quatro dias em alto mar. Fico a imaginar. De onde ele vem? - -
Ada
--- Só Deus sabe. É muita aventura. Os pobres coitados passam dias e mais dias. –
Gastão
--- E a gente ainda fica a reclamar do preço de peixe. - -
Ada
--- É porque a gente não vai pescar. Dia e noite. É um tormento! - -
Gastão
--- Por acaso. Tem peixe no freezer? - -
Ada
--- Acho que sim. Você quer? - -
Gastão
--- Não sei. Corina está em casa? - -
Ada
--- Sim. Quer que eu a chame? - -
Gastão
--- Não é preciso. Eu vou mesmo. - - e arrastou a cadeira
Ada
--- Vai chover.  - -
Gastão
--- Está coberto. - - ele se referiu ao telescópio.

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