segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

SUPLICIO DE UM MISTÉRIO - 01 -

- RESTAURANTE -
- 01 -
O INÍCIO

Meio-dia de uma quinta-feira. O comércio estava ativo com o seu vai-e-vem de gente apressada pelas ruas da cidade. Ônibus, carros, motos, taxis. Tudo entulhado em um engarrafamento inconformado. Mulheres com bandejas de comidas seguiam firmes com uma touca na cabeça e um tabuleiro a sustenta-las. Um vento morno soprava sem consequência levantando as saias das menos desprovidas de agasalhos íntimos. Meninos arrastados pela mão de suas mães era um alvoroço total. Bandidos assaltam um banco. Polícia nervosa acode com sirena ligadas. Gente muita em pavor tornando a correr pelas ruas do centro. Gigante policiais, com cara de tacho. Invadem ruas a procura dos rebeldes assaltantes. Um corre-corre, e os bandidos em fuga nos seus céleres veículos. Um negociante fecha as portas de seu comercio de revista em pavor de ser também assaltado. Meio-dia de quinta feira. Chega ao restaurante o senhor Gastão. Quase tudo cheio. Homens a conversar com o ocorrido naquela hora.
Homem
--- Assalto? - - tremendo de medo
Homem 2
--- Bandidos. A polícia no encalço! - - alertou
Homem 3
--- Só queria que os matassem! - - relatou um barrigudo
Homem 4
--- Bandido bom, é bandido morto. Eles não prestam para a nada. - - relatou com asco.
Gastão pediu o menu e prontamente chegou. O garçom a postos. Mãos cruzadas para trás a espera de alguma decisão do consumidor. E logo deu a dica.
Garçom
--- Essa está ótima! - - sorriu por sorrir
Gastão indagou se toda sala estava cheia. Em resposta, o barman lhe disse que ainda tinha mesa desocupada. Uma jovem moça se aproximou. Linda moça vestindo cetim branco. O ruge-ruge de clientes se acotovelavam a comentar o assalto ao Banco. A moça olhou em volta e viu uma mesa ainda vazia. Por lá, sentou. Mãos cruzadas sob o queixo a espera de atendimento do barman. Gastão a notou. Sorriu. A moça fez o mesmo gesto. O homem ofereceu um assento em sua mesa. Ela aceitou. Num instante trocou de lugar. Gastão a cumprimentou e ela agradeceu. Seu nome era Ada.
Gastão
--- Lindo nome. Eu sou Gastão. É um prazer tê-la comigo. - - sorriu
Ada era apenas um apelido de um nome completo de Adelaide. Original do hebraico, Ada podia ter vários significados como “lugar de delícias”. Em vários dicionários, ele era definido como do germânico “Eada”.  Significado entre “ornamento e beleza” usados também no inglês
Ada
--- Gente muita. Tudo por um assalto ao Banco. - - risos
Gastão
--- Quem não tem medo? Um bando de criminosos sem futuro! Eu cheguei aqui na hora que o bando escapou! Mas, e você? Que fazes? -  sorriu
Ada
--- Eu? Nada demais. Eu estive em São Paulo. E conclui Física Nuclear apenas. - - risos
Gastão
--- Ótimo avanço. “Ora! Direis ouvir estrelas? ”  - - risos em troca.
Ada
--- Mas, eu sou do interior. Na parte oeste. Para os lados de Pau dos Ferros. Longe mesmo. - -
Gastão
--- Isso não tem a menor importância. Eu venho dos lados de Açu. E aqui me apossei no Estado.
Ada
--- Bom. Melhor do que nada. Ainda estuda? - - curiosa
Gastão
--- Eu parei. Fiz apenas Administração. Curso ruim. Podia ingressar em outros. Problemas! - - fez jeito de quem sofreu.
Ada
--- Com certeza, não achou alguém que prestasse! - - curiosa
Gastão
--- Não. Fiquei ao largo. Desisti de procurar. - - desorientado
Ada
--- Eu também fiquei ao “largo”. Não me interesso por ninguém. Onde estive só tinha casca dura.
Gastão
--- Mas você é bela. - - afetuoso
Ada
--- Um resto de alemão e inglês. Restinho, só. - - sorriu largo
Gastão
--- Comigo é Itália e Grécia. Nada mais. Meu pai continua vivo da silva. – - sorriu
Ada
--- Um bom prato. Minha família vive da criação. Não sei como. Horror! - - cara enturrada
Gastão
--- Assim vai a chama. Ingleses, alemães, italianos. Toda essa gente cria bem o seu rebanho.
Ada
--- E você? Cria algo além de piadas? - - risos –
Gastão
--- Além de piadas! Dissestes bem. Tenho uma fazenda aqui perto, em Macaíba. - - sorriu
Ada
--- Eu só criei “estrelas” e nada mais. Até que não é ruim! A gente se vendo do alto! - - e fez um gesto de cima para baixo
E a conversa prosseguiu por minutos à fora, cada qual fazendo o seu sinal de bom ou sofrível ao lago do possível. Ao final, ambos se despediram prometendo novo encontro dentro de alguns dias a mais. Ao retornar a seu apartamento, Gastão ficou curioso em saber mais ainda sobre a Física Nuclear que tanto aprendeu a estudante ou ex-estudante, vez que Ada terminara seus conhecimentos. E observou bem ser a Física Nuclear era o conhecimento dos núcleos atômicos. Geração de energia nuclear. O estudante teria que fazer viagens ao Toronto, no Canadá e em países da Europa, como a França. Ou mesmo nos Estados Unidos e China ou Rússia e Japão.
Gastão
--- Interessante! Isso é apenas o início. Daqui pra Lua tem muito passo a andar. - - cara feia. 
Os dias foram passando e Gastão não esquecia de Ada, a meiga e mimosa flor do seu rosário. Diariamente ele estava no mesmo restaurante à espera de, por um acaso encontrá-la. Noite e dias sem parar. E por nada mais a ninfa desapareceu por inteiro. Certa manhã, Gastão, para gastar o seu tempo, resolveu ir ao Cinema de Arte ver a película: “O Primeiro Milhão”. Aparentemente o que se falava esse filme tinha tudo de melhor. Pelo menos tinha título. Após verificar o cartaz, o homem resolveu entrar de vez. A surpresa maior estava para ocorrer. Dentro, na sala de esperar, Gastão avistou a então extasiante Ada. Ela conferia outros cartazes quando Gastão por algum motivo se aproximou e disse.
Gastão
--- Parece bom, esse filme! - - calado
Ada, sem prestar bem, acentuou que aquele, “O Dia Antes do Fim”, ela já assistira em São Paulo em dias outros. E se voltou para conhecer melhor a voz que a interrompera na sequência.
Ava
---Você? Como some uma pessoa? Como vai? Coincidência! Você está aqui! - - sorriu 

Nenhum comentário:

Postar um comentário