- GAROTO -
- 14 -
MEDO
Certa noite, altas horas, Tiana
já dormia em sua cama quando foi despertada pelo menino de mais de dois anos.
Aldo veio de pé ante pé e se deitou também naquela cama estreita e logo adormeceu.
A moça ficou alarmada com aquela estranha figura. E se levantou puxando o
menino para acordá-lo de vez e saber qual o motivo do infante vir dormir em
outra cama.
Tiana
--- Acorda menino! Acorda! Quem
te mandou para cá? - - insistiu a moça
Aldo
--- Tenho medo. Um bicho! - -
declarou o garoto com o rosto tapado com um lençol
Tiana
--- Que bicho que nada! Levanta!
Vamos! - - e pegou o menino levando para o seu berço
Aldo
--- Tenho medo. Tenho medo! O
bicho está lá. - - dizia o garoto com o rosto encoberto com o vestido e Tiana
Tiana saiu apressada e tocou na
porta onde dormiam Ada e Gastão em sono profundo. Após três toques suaves, Ala
acordou sonolenta. E perguntou:
Ada
--- Tiana? - - indagou
Tiana
--- Sou eu mesma. – - e foi
abrindo a porta com o menino nos braços
Ada
--- Que houve? - - indagou
enquanto via o garoto encolhido no colo de Tiana
Tiana
--- O menino foi dormir na minha
cama agora mesmo. A desculpa é de que está medroso. - -
Ada
--- Medroso? Com que? - - e levou
o menino para o seu berço onde pôs o garoto
Tiana
--- E eu sei? Coisa de menino!
Acordou assustado e saiu correndo daqui. –
Ada
--- Ora essa! Vá dormir aqui.
Moleque! - - disse a mãe meio brava.
Gastão
--- Que está acontecendo? - -
sonolento
Ada
--- Esse moleque. Foi dormir na
cama de Tiana. - - disse a mãe
Gastão
--- Por que ele fugiu? - -
Ada
--- Sei lá. Coisa dele mesmo. - -
e voltou a se deitar.
Tiana
--- Desculpe, senhora. Vou ver se
durmo ainda. - - desculpou a babá
Ada
--- Va dormir. Eu cuido dele. - -
abusada
Aldo
--- O bicho está ali. - -
Ada
--- Durma que ele vai embora. - -
Aldo
--- Vai não. Ele quer me pegar. -
- lamentou o garoto
Ada
--- Você que apanhar? Vem dormir
aqui, com teu pai. - -
E o garoto pulou do berço e foi
para o meio da cama.
Gastão
--- Deixa ele aqui. Eu vou
espantar o bicho! - -
Aldo
--- Vai mesmo? Ele está ali,
sorrindo. - -
Gastão
--- Está bom. Vou desligar a luz
para ele partir. –
Aldo
--- Não. A luz, não! Com escuro
ele vem p’ra cima de mim. –
Ada
--- Tá bom. Deixe acessa! Agora,
durma! - - a acolheu o pequeno na cama
No dia seguinte, o garoto estava
à procura de um brinquedo entre os tantos que Aldo tinha. E procurou por todo
meio sem achar nem sombra. Foi até a cozinha e voltou depressa. Ada indagou de
Corina que estava procurando o garoto.
Corina
--- Nem o vi aqui. Onde ele está?
- - indagou assustada
Ada
--- Brincando. Mas procura um
brinquedo comum e não encontra. - - sorriu
Tiana
--- Eu não sei de brinquedo! Onde
você colocou? - - foi o que Ada ouviu quando a babá falou na sala de entrada
Aldo
---Eu coloquei aqui, com os
outros. - -
Tiana
--- Então deve estar aí. - -deu
busca também
Aldo
--- Não está. - - respondeu
abusado
Ada
--- Que brinquedo é esse? - -
Aldo
--- Um carrinho de brinquedo. Ele
estava aqui. - -
Ada
--- Vamos ver se achamos. - -
disse a mãe do garoto
E se procurou o carrinho por todo
canto da casa e nada se se encontrar. Tiana vasculhou pela estante, em baixo do
berço, por cima do armário, na cozinha, em tudo o que se podia colocar esse
brinquedo, e nada encontrou
Tiana
--- Você não o brinquedo a
alguém? Outro menino? - - quis saber
Aldo
--- Não dei brinquedo a ninguém.
Meus brinquedos são só meus.
Tiana
--- Imagine! - - disse a moça à
Ada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário