segunda-feira, 3 de agosto de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 47 -

- FESTA DE ANIVERSARIO -
- 47 -
CIRO

Um ano. Era o tempo de festa em homenagem a Ciro, o filho amado, mais ainda por sua madrinha, Walquíria, tendo o seu menino nos braços. A festa foi organizada em um bazar de nome aconchegante como sendo “Boa Música” loja especializada em ambiente de requinte. A costume de Dalva Lopes Baldo, o som da orquestra era apenas de acordeom e violino além de outros instrumentos de corda, como piano e harpa. A festa começava as 5 horas da tarde havendo um intervalo às 6 para se rezar uma prece ao som da “Ave Maria”, de Franz Schubert, reverencia especial por um pedido de suas avós. Nesse meio tempo, passado os meses, Noêmia e o se filho Jose, tinham partido para a praia onde residiam desde muito tempo. O jardineiro foi o único que ficou. A festa transcorreu em um ambiente sofisticado, próprio para festas infantis, de casais e de pessoas de mais idade. Ao som de um violino, o senhor José Afrânio e Odete Beraldo, a esposa, eram apenas felizes. O caso do navio petroleiro ocorrido em uma praia distante, era um fato puramente esquecido. Naquele momento era só festa e nada mais.
A garotada a ingerir bolos e salgados acompanhados de sorvetes e coisa e tal, nem bem ouvia o tocar de um violino, caso mais frequente para os adultos. Nesse momento, um homem gorducho se aproximou do ancião, José Afrânio e teceu conversas políticas. Seu nome era Jorge Aranha, ser bem quisto nos meios políticos. Uma espécie de “eminencia parda” termo bem usado da França de tempos antigos. “Eminencia parda” é um poderoso assessor ou conselheiro que atua nos bastidores ou na qualidade não pública ou não oficial. Essa frase referia-se originalmente a François Leclerc, o “braço direito” do cardeal Ruchelieu. Leclerc era um frade capuchinho que ficou famoso por seus trajes bege ou parda. E entre um assunto e outro veio o que José Afrânio não esperava, apesar de ser um homem capaz de “adivinhar” casos ocorridos.
Aranha
--- Como o senhor deve estar inteirado, há possibilidade de eleições complementares em Sagi. O negócio está em banho maria. Porém, o caso corre rápido. –
Zequinha
--- Mas houve deposição do Prefeito Francisco Paranhos há pouco tempo. –
Aranha
--- É verdade. E assumiu o vice, agora também Prefeito. Mas o negócio não cheira muito bem, se bem que não se fala muito nesse caso. O certo é que tudo leva a crer novas eleições. E eu fico a supor: quem seria o candidato? –
Zequinha
--- Uma coisa é certa. Eu não sou. Até por que não me convém. Sou um homem velho. E para esses casos é preferível gente nova. -   
Aranha
--- É verdade. Mas o amigo não teria alguém para disputar a vaga? –
Zequinha
--- Quem? Eu? Eu não desse tipo de político. Mas, a propósito: por que sua inquietação? –
Aranha
--- Por nada. Apenas estou a pensar. A sua neta. Ela não seria provável candidata? –
Zequinha
--- Essa? Não serve nem para cozinheira. – Gargalhou.
Aranha
--- E não tem alguém de sua família? –
Zequinha
--- O senhor me pegou de surpresa. Eu até que aventurava a colocar a senhora Dalva. Mas, foi um pensamento que eu tive naquela ocasião. –
Aranha
--- Ela é casada? –
Zequinha
--- Não. Não. Não parece, mas é viúva. O marido morreu em um acidente. E por que esse seu interesse tao aguçado? –
Aranha
--- Por nada. Mas, o outro lado não tem candidato especial. E quem sabe de a senhora aceitar. –
Zequinha
--- Duvido muito. Ela é cientista. Trabalha na Universidade. Tem um filho de um ano. Esse pirralho que se estar comemorado a festa. –
Aranha
--- Linda criança. Mesmo assim, podemos conversar com a senhora Dalva? –
Zequinha
--- Duvido que vá a frente. Mesmo assim, se é do vosso interesse, podemos conversar. –
Aranha
--- Ótimo. Ótimo. Assim é que se fala. –
E retirou um charuto do bolso da casaca se pondo então a tragar
Nesse momento, Amanda se aproximou do seu avô e indagou. E perguntou aos dois senhores
Amanda
---Uísque? – apontou para e outro
Zequinha
--- Até que é boa pedida. – e ofereceu um cálice a seu companheiro de conversa.
Nesse meio tempo, José Afrânio teve a atenção despertada. E falou.
Zequinha
--- Minha filha. Eu gostaria de falar com Dalva, se possível. Peça-me a sua gentileza.
Amanda
--- Agora? –
Zequinha
--- Se possível. E pode ser depois. Amanhã, talvez. –
Amanda
--- É melhor depois. Agora, o salão está repleto. Musica. Música. Música. E as crianças. –
Zequinha
--- É verdade. Amanhã. Talvez. – Disse o velho e olhou para o homem ao lado.
Aranha
--- Pode ser depois. Não há pressa. – Respondeu o gorducho
Amanda
--- Eu vou anotar e digo a Dalva. Mas. .... Tem pressa? – Indagou
Aranha
--- Não. Não. Nada de pressa. É apenas uma conversa. –
Amanda
--- Ah bom. Assim será. – Falou a moça já desconfiada com essa “conversa”.
O avô sorriu e despachou sua neta, pois sabia que aquele rastilho seria bem mais rápido. E foi. Há alguns instantes, Dalva falou:
Dalva
--- Quem? Eu? Por que? – Indagou surpresa.
Amanda
--- Escute. Não é nada demais. Vá com calma. Não fale agora. –
Dalva
--- Mas, eu quero saber! –
Amanda
--- E vai. Tenha calma! -  


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