- MISTÉRIO -
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A MORTE -
De repente,
chegou à frente da casa a moça Walquíria, puxando o garoto Ciro pelo braço e
logo indagou da situação atormentada não esperando nem mesmo a cozinheira ir
chama-la, pois, a conversa estava como que acalorada e entrando de casa a
dentro. Ajeitando o vestido, Walquíria foi logo a indagar.
Sorvetinho
--- Que houve
gente? Algo de mais? – Indagou assustada.
Noca
--- O pescador.
Ele informou da morte do prefeito! – Relatou a mulher com susto
Sorvetinho
--- Prefeito?
Que prefeito? Avia! – Quis saber detalhes
Noca
--- O Prefeito
de Baía. Onde ele vai sempre. Lá! – Falou clamorosa.
Sorvetinho
--- De Baía?
Que Baía? Formosa? Ai meu Deus! Onde botaram um para baixo? – Perguntou sem
sossego.
Pescador
--- Sim, sá
dona. É lá mesmo. O Prefeito de lá foi morto nessa madrugada. Quatro homens.
Eles deram tiros de morte. Os capangas do Prefeito ainda perseguiram os
bandidos. Mataram dois. Os outros, fugiram. Está um clamor! – Relatou o
pescador cheio de espanto.
Sorvetinho
--- Ave meu
Deus! Vou já chamar Dalva. E ligar a TV. Não é possível! – Saiu puxando pelo
braço o seu afiliado
Noca
--- Ave meu
Deus. E quem eram os criminosos? – Perguntou alarmada
Pescador
--- Sabe lá
quem foi! Gente de outro Estado. Por que, não se sabe! – Lamentou
E ao telefone
com o aparelho de televisão já ligado, Walquíria tentava chamar a dona da casa,
senhora Dalva e indagar sobre o rumoroso caso. Após alguns minutos, Dalva
atendeu. E quis saber
Dalva
--- Diga,
mulher. O que houve? –
Sorvetinho
--- O Prefeito.
Mataram o Prefeito da cidade! – Respondeu alarmada.
Dalva
--- Quem?
Daqui? Quando? –
Sorvetinho
--- Não. De
Baía Formosa. Agora. Parece. O pescador foi quem deu a notícia. Ave meu Deus.
Os desalmados mataram o homem. Foi bala muita. –
Dalva
--- Não diga
isso. Verdade? A que horas? Quantos marginais? –
Sorvetinho
--- Espera.
Espera. A TV vai divulgar agora. Eu te chamo. –
E a emissora
passou a divulgar a notícia da morte do prefeito José Lima da Silva empossado
há pouco tempo no Cargo. O Prefeito José Lima estava dormindo em sua casa, em
Baía Formosa, quando quatro homens a invadiram e, armados de escopetas,
detonaram, matando o Prefeito na mesma hora. Os capangas se alertaram e
perseguiram os marginais deflagrando balas em todas as direções acabando com a
vida de, pelo menos dois marginais, enquanto os demais conseguiram escapar. Não
se sabia, ao certo, se dois ou três escaparam da refrega e fugiram em um carro
pegando o destino ignorado. Os que ficaram, eram todos mascarados. Os
transeuntes temeram o ocorrido. Mesmo assim, os capangas conseguiram retirar as
máscaras das caras dos agressores e nada mais disseram de quem seriam os
mortos. Dois policiais chegaram ao local horas depois e guardaram os mortos
enquanto a Polícia era acionada logo pela manhã. O corpo do Prefeito continuava
em sua casa. Foi um caso nunca visto na cidade.
Mais ao longo
do dia, outras informações eram dadas, mesmo assim, nada se podia afirmar com
certeza o mandante do assassinato do prefeito José Lima. O caso foi levado a
Capital. O corpo do defunto passou por autópsia naquele dia sendo despachado
para sepultar no dia seguinte.
Dalva
--- Não disse!
E eu fosse o prefeito? – Comentou.
Zequinha
--- Isso é rixa
antiga. Talvez de outras terras. – Falou consciente
Dalva
--- Mesmo
assim, isso não me pega. Eu prefiro ficar em minha casa com os meus do que está
exposta aos demais. –
Zequinha
--- Laços de
ternura, com certeza. – Sorriu
Dalva
--- Pois é.
Isso é muito melhor.
Horas, dias,
semanas e meses foram passados. Tudo estava calmo, salvo pelas chuvas caídas
vez por outra a deixar as pessoas aflitas com o aguaceiro insistente capaz de
afogar a várias pessoas em um só tempo. Independente disso, tudo era então
normal. Certa vez, a madrinha de Ciro quis saber.
Sorvetinho
--- Que dia é
hoje? – quis saber.
Dalva.
--- Segunda.
Por que? –
Sorvetinho
--- Ah. Porque
dentro de uma semana tem nova festa. – Sorriu
Dalva
--- Já sei.
Aniversario de Ciro. – Sorriu amplo
Sorvetinho
--- Então,
vamos à luta. – Sorriu
Dalva
--- Você pensa
que eu esqueci? Eu já estou pronta para chamar os coleguinhas. Que venham! –
Amanda
--- Falta
apenas uma coisa: -
Dalva
--- O que? –
Amanda
--- O velho
barrigudo que quis fazer Prefeita a mãe de Ciro! – Gargalhou.
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