- QUITANDA -
- 06 -
CONVERSAS -
O Bar estava lotado de gente. A
maioria, mecânicos. As conversas eram amplas. Alguns falavam dos automóveis em
conserto. Outros argumentavam em futebol. Tinha que dissesse sobre o Beco da
Lama. E, por certo, ninguém se entedia, ao menos. As três mulheres levavam e
traziam os pratos do almoço ou de quitutes. Caranguejo era o preferido naquela
hora. Caranguejo Uçá com cerveja e cachaça. As conversas zuniam feito as
moscas. Manoel do Cigarro chegou bem a tempo. O grandalhão de cor branca entrou
e buscou falar com a dona do bar. Alice foi logo atender e leva-lo para o
reservado
Manoel
--- Cerveja e um pratinho de
picado. Tem novidades? – Indagou sorrindo com seu jeito de sorrir
Alice
--- Tem já. Espere! – Falou
baixinho.
E para atender Manoel do Cigarro,
Alice mandou a novata Isis. A moça de nada sabia. Apenas seguia as instruções
dadas pela dona do quiosque. E começou, então, a função.
Manoel
--- Você é a novata? Sente, por
favor! – e gargalhou sem se importar com quem estava por perto
Nesse momento, chegou-se a ele o
próprio dono, Jorge Motorista. E indagou sobre os negócios feitos na sua viagem
cumprida ao interior do Estado. Manoel
argumentou ter estado em Nova Cruz e outros municípios por perto. E pediu uma
cerveja a novata. Isis buscou a bebida e destampou a garrafa fazendo um “bloc”
como era costume fazer a tampa. O homem pediu para ela se sentar. Ela obedeceu.
Jorge sorriu e saiu do local
Jorge
--- Vou até alí. Sábado tem carne
de carneiro. – Sorriu e partiu.
Manoel
--- Você é daqui? -= indagou sem
querer ao menos saber.
Isis
--- Interior. Eu estou aqui,
agora.- falou com a cara muda.
Manoel
--- Vamos! Chegue! Se sente. –
E a moça se sentou longe do
homem, do outro lado da mesa. Manoel não gostou e pediu para ela vir mas para
perto dele. A moça recusou. Viu logo a intenção do gigante. O homem sorriu e a
mandou tomar um trago da cerveja. E gritou para Alice.
Manoel
--- Vem cá mulher? – Bradou alto.
De imediato, Alice chegou a
trazer nova cerveja. Ele não quis beber, pois a garrafa ainda estava cheia ou
quase cheia. Apenas queria saber a respeito da moça.
Alice
--- Ela é de fora. Chegou ontem.
É sua. – Sorriu e saiu.
Manoel encheu o peito por saber
ser a novata apenas dele. E buscou conversa.
Manoel
--- De onde é? –
Isis
--- Santo Antônio. – Disse a moça
acuada por demais
Manoel
--- Dos Barreiros? –
Isis
--- Não. Do Bofete. P’ra lá de
Santa Cruz. – Comentou seria
Manoel
--- Devo conhecer. Aquilo tudo eu
conheço. Venha p’ra cá. Assim, atrapalha. – Lembrou com satisfação
Isis
--- Estou bem. – E cruzou os
braços
Manoel
--- Alice! Venha cá! – Berrou o
homem.
Em seguida Alice veio correndo
enxugando as mãos com uma flanela
Alice
--- Pronto. O que foi? – Indagou
com olhar atento
Manoel
--- Vê se ensina! – Falou grosso
Alice
--- Mas já ensinei. Venha! Se
achegue para perto da mesa! – Alertou a mulher a Isis
Isis
--- Estou “incomodada”, hoje, O
que o moço quer eu não posso. – Destacou
Alice
--- Ora, mas que besteira. Ele
não quer nada. Só você se acercar. –
Isis, então se acercou da banca e
largou mão no rosto esperando a vez de ir embora daí.
Alice saiu e mandou Dolores vir
cuidar da moça. Esse indagou.
Dolores
--- Fazer o que? –
Alice
--- Nada. Apenas se acercar do
homem. Ele é melhor que qualquer um –
Dolores
--- Tô indo. – e saiu correndo
E Dolores chegou ao reservado e
pediu para a moça de acercar um pouco mais, pois Dolores queria se sentar alí
perto do homem. Isis obedeceu e se afastou um pouco da mesa para dar lugar a
Dolores. A moça ficou acuada sem sorrir Alice chegou e indagou.
Alice
--- Tá bom assim? – Perguntou com
cautela.
Manoel
--- Tá nada. Eu vou sair. – Falou
alto
Alice
--- Espere. Espere. Se acerque.
Tudo vai se dar bem. Menina, tenha modos!!! – Gritou brava.
Isis
--- Eu já disse que estou
“incomodada”. Hoje, não! –
Alice
--- Bosta! Logo agora! – Reclamou
com severidade
Dolores
--- O senhor tem duas mulheres.
Não se vá agora. – Falou manso a outra moça.
Manoel
--- Eu nunca fui tao abusado. Eu vou
ficar com você. Dispenso essa égua! - gritou com asco
Alice
--- Pronto. Tudo se ajeita. Você
vá lá p’ra fora atender o bar. – Falou forte com Isis
A moça se levantou e saiu com
pressa para atender ao bar. No meio do caminho se topou com Nizete. Essa
indagou
Nizete
--- Alguma coisa? – Indagou
Isis
--- Esse bruto. Vou embora. –
Respondeu chorando
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