sábado, 4 de julho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 28 -


- NAVIO -
- 28 -
PESQUISA -

Aviões sobrevoaram extensa área sobre o Oceano a procura de objetos da aeronave naufragada no dia anterior ou mesmo peças de passageiros ou tripulantes largados ao mar bravio onde se supunha estar afundado o aparelho. O vento forte e as águas turbulentas impediam de se avistar algo qualquer entre as turbulentas ondas. Os pilotos de dois aviões da FAB pesquisaram por longo período sem algo de concreto na manhã chuvosa e de muita aflição para os comandantes dos aparelhos. Era uma fúria terrível a caça dos possíveis objetos a trair a observação de todos os navegadores na hora cedo da manhã de inverno. A Base Natal já despachara navios com objetos a verificar com afinco o fundo amplo do mar: os sonares. Tais objetos são instrumentos fundamentais em tal busca. Contudo, as Corvetas levariam um bom tempo para alcançar a região onde era provável se encontrar os destroços o avião de passageiros. A escuridão do mar conduzia a maior dificuldade para se divisar algo qualquer.
Piloto
--- Aqui, não se enxerga nada. Há temor em voar mais baixo. As ondas são imensas. – Relatou receoso.
Piloto-2
--- Apesar de ser dia. A claridade é menor. Eu também não enxergo! – Disse o piloto da segunda aeronave.
Na Base Aérea o Comando estava acompanhando a conversa dos dois pilotos. Um oficial superior indagou para o ancião José Afrânio se era prudente recuar na busca. O ancião ouviu atento a recomendação emanada de um ser não visível a ditar ter as ondas arrastando as peças de roupas para mais distante e que os aviadores seguissem com paciência haveria de identificar as peças. E lembrava de ser sutiãs e roupas íntimas. E essas peças estavam se distanciando com as ondas tumultuosas. O ancião passou a informação recebida. E assim, o telegrafista remeteu informação ao mesmo que foi transmitido por rádio aos pilotos. As duas corvetas vigiavam todo o imenso mar apesar de estarem muito distante do ocorrido.
Uma embarcação de cargas vinha ao largo e o telegrafista olhou a mensagem por telegrafo emanada da Força Aérea e de imediato buscou o capitão do navio informando está um avião desaparecido e aparelhos estavam em busca em largo percurso no mar revolto. O capitão ouviu bem e prosseguiu a investigar algo entre as vagas marinhas. O sol desaparecera por completo, mas havia a claridade do dia. O capitão do barco vasculhou por todo o ambiente a infensa procura de algo a identificar a presença de um avião naufragado. Foi uma busca intensa feita pelo capitão para se notar algo. Ele um pedaço de madeira e ordenou ao tripulante resgatar tudo que visse em sua trajetória marinha. As águas das ondas eram por demais tumultuosas colhendo o barco a todo instante. Um tripulante resgatou uma peça de roupa. E sorriu:
Embarcadiço:
--- Capitão. Capitão! Veja o que eu achei! Uma calcinha! – e gargalhou.
Capitão
--- Uma peça. Pode ser até significativa. Avise ao telegrafista que estamos na busca. Ele pode mandar por telégrafos. – Recomendou.
O homem do mar enfrentando em regiões inóspitas, ausente do lar e da sociedade, enfrentava uma situação rápida e perigosa. Outras peças foram achadas indicando ser do avião naufragado naquele dia de intensa borrasca. E o telegrafista imaginou ser por demais imperioso, mandou em código Morse a mensagem vinda do seu capitão. Rugia o mar como o cão. O fogo de Santelmo se fazia presente na haste da embarcação. O capitão de longo curso recebeu em troca a mensagem enviada pelo telegrafista do barco. Enfrentando mar grosso, o Capitão, deveras, sorriu com os detalhes da mensagem enviada. E relatou:
Capitão
--- É isso mesmo. Peça que mande quem recebeu um “compreendido”. – Falou austero.
Embarcadiço:
--- É p’ra já! -  declarou eufórico
Com decisão rápida, perspectiva de perigo a enfrentar, temendo as vertiginosas ondas marinha, o embarcadiço, enfrentando o profissionalismo fez da ordem a verdadeira força de herói. O mau tempo violento persistia por todos aqueles dias causando fortes avarias no navio entre a força   de 10 na escala Beaufort em estragos generalizados e em certos momentos correndo o risco de afundar. Em certa ocasião, em telex, o navio adiantava correr o risco de naufragar pois já fazia água na altura do porão n º 1 e embicava perigosamente. A embarcação, com quase 30 pessoas a bordo estava em situação crítica. O mar era por demais perigoso e, naquele instante, recolher peças intimas, peças de madeiras e mesmo um travesseiro, era já por demais angustiante. Após longos instantes, o telegrafista recebeu um contra-aviso afirmando a nau estar em rigoroso perigo, por conta do Oceano e já havia despachado para a sua aproximação aviões de cargas.
Piloto
--- Espere-me. Já estou em rota de visão. – Afirmou o piloto do avião de carga.
O comandante disse que tudo estava afirmando. E, mais uma vez, o comandante lembrou de estar, possivelmente, com despejos do aparelho sinistrado. A solidariedade marinheira era, naquele instante, o fator principal de socorrer os possíveis náufragos a se encontrar em rigoroso perigo de vida. Com meia hora de voo, o avião de cargas avistou o navio em busca pelo radar. A situação era extremamente crítica a enfrentar os marinheiros. Os aviões de caça igualmente avistaram o barco e mandou que o socorro logo chegaria.
Comandante:
--- Temos boias. Mas, eu duvido que sejam capazes de suportar tamanha vaga. – Afirmou.
Piloto:
--- Calma. Calma. Vamos sacudir um salva vidas. – Declarou o piloto de avião de cargas.
Capitão
--- Estamos à espera. E temos ainda o espolio de avião sucumbido. – Afirmou.
Piloto
---Tem duas corvetas já próximas. – Declarou.
O caimento ou trim pela proa aumentava cada vez mais e as bombas não conseguiam esgotar o compartimento. Em consequência, uma singradura para o oeste o navio alcançava a Ilha de Fernando de Noronha onde poderia fazer os reparos necessários. A balsa inflável foi atirada para os cuidados emergenciais e o Comandante da embarcação deu a ordem de debandar do navio os primeiros marujos. Porém nenhum quis abandonar, pois o mar era revolto e se um ficava, todos também ficariam.
Ao cabo de três horas, entre as rochas e o oceano a embarcação chegou ao destino a procura de um cais para atracar.  Nesse ponto, todos os marujos se abraçaram, felizes e chorosos.  E foi feita uma verdadeira algazarra ainda embarcado no navio. Nem mesmo as ondas de tamanha amplitude foram capazes de aclamar os vendeiros ânimos. O som dos apitos e o brilho de foguetes de sinalização eram o marco decisivo para os nautas. Alguns chegavam com as roupas de langerril abraçados e a beijar como sendo um troféu. O Comandante da embarcação apenas faia sorrir com a proeza dos embarcadiços.
Um sinal alertou o Comandante. As peças encontradas eram do avião naufragado. O sinal era via Morse.
Telegrafista:
--- Capitão! Capitão! Essa a mensagem! – Declarou alegre o telegrafista.
Capitão.
--- Eu sabia. Temos ainda que encontra esse avião. – Relatou sorrindo
Telegrafista.
--- Isso é assunto para a Base Naval. – Afirmou
Capitão
--- Ah bom. Mas eu digo ser assunto para todos nós! – Fez ver.
As corvetas já estavam a vasculhar o amplo mar, três dias após e encontraram estivos do avião. A descida com incumbida. Escafandristas desceram tão logo ao fundo do mar a procura de alguns detalhes do avião. O mar estava brado naquele tempo, após vários dias de tormentas, mas o limo tomava conta de amplas profundezas. O sonar da Corveta identificava o local como sendo aquele. Vario objetos de uso pessoal foram encontrados pelas imediações. Partes de cauda do avião foram encontradas.
Mergulhador
--- Ele só pode estar aqui. –
Outro.
--- Só vejo cardumes de peixes. –
Terceiro
--- E um avião do tempo da guerra. –




Nenhum comentário:

Postar um comentário