- PACIENTE -
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VIAGEM -
Já eram
passados alguns dias quando Dalva Lopes Baldo estava na manhã bem cedo na suíte
de sua conhecida, Noêmia, mulher que havia internado por causa de um ferimento
na perna, o qual não curava. Dalva Lopes foi, nesse dia, como sempre fazia, na
companhia do filho de Noêmia, o garoto de nome José Patrício, para rever a
senhora e o filho dessa mulher para tomar a sua benção, como era o costume. Dalva
Lopes cumprimento aos presentes, no corredor, e de olhadela, procurou rever o
médico, doutor Marcelo Orta. Como era cedo da manhã, o médico ainda não havia
chegado. Isso, Dalva soube por perguntar a uma enfermeira que, por acaso estava
bem próxima a porta do velho médico.
Dalva:
--- Chegou? – e
apontou a sala do médico.
Enfermeira;
--- Nada! Lá
para as dez! – Respondeu a enfermeira compreendendo que Dalva procurava
Por
conseguinte, Dalva sorriu com a declarar que para ela, o médico cirurgião, não
se importava em chegar cedo ou tarde. Naquela hora ele estaria a conversar com
alguém assunto sem grande importância para quem mais precisasse da urgência. E
foi assim o ocorrido. Após visitar demais enfermos, a mulher e o garoto
chegaram ao ambiente onde estava internada a senhora Noêmia, uma espécie de
suíte para caber apenas um enfermo. Nesse momento, Dalva cumprimentou a
enfermeira de plantão a está ali presente e indagou.
Dalva
--- Novidades?
–
Enfermeira
--- Tomou seu
banho de asseio. E o seu café com bolachas. –
O garoto então
se meteu para ver a sua mãe e pedir-lhe a benção. Parecia fazer um mundo
inteiro que não falava com Noêmia. No então ele esteve naquele local, no dia
anterior, quase noite. Quando ele visitou a sua mãe estava companhia de Walquíria,
a moça que tomava conta do menino Ciro, filho (adotivo, porém não dizia a uma
pessoa desconhecida, como a cozinheira, dona Noca, afirmando ter sido a criança
puxada a ferro, o mais comum). Nesse dia, o passado, dona Dalva Baldo teve
obrigação na Universidade não podendo, de fato, ter se ausentado da visita,
mesmo pela manhã. No dia em foi, Dalva Baldo (ou Dalva Lopes, como era bem mais
comum) ela chegou ao leito de dona Noêmia e após verificar a bula de
ocorrências, abriu um sorriso para a sua deveras amiga.
Dalva;
--- Está bem
melhor. – Disse a sorrir
Noêmia
--- Que nada!
Estou melhor quando eu for para a minha terra. – Respondeu manhosa
Dalva:
--- Não diga
isso. A tabuleta diz tudo ao contrário. – Observou a sua temperatura de
momento.
Noêmia:
--- Mataram um
homem, ontem, aqui. – Declarou.
Dalva;
--- Como
mataram? Aqui dentro? – Quis saber mais.
Noêmia:
--- Na porta de
saída. Ele esteve internado e recebeu alta. Quando saía mais um irmão, alguém
atirou no pobre. Foi tiro e queda. – Afirmou
Dalva
--- Nossa! E
prenderam o assassino? –
Noêmia
--- Nada. Ele
escapou ladeira abaixo em busca da praia. Dobrou na esquina e sumiu. – Declarou
Dalva
--- Não
acredito. A senhora viu? – Indagou pasma.
Noêmia
--- Não. Mas
foi o assunto da tarde. Quem viu foi um homem que estava lá fora. – Afirmou.
Dalva
--- Coitado.
Crime de vingança. – Afirmou.
Noêmia:
--- Ele vivia
com a mulher do que matou. –
Dalva
--- Não disse:
vingança. E a mulher? – Quis saber.
Noêmia
--- Não sei
bem. Mas, pelo que eu soube, ela se cafedeu de sua casa. - Comentou
Dalva ouviu
esse relatou e pediu confirmação da parte da enfermeira.
Enfermeira
--- Isso é
comum aqui. Mata um, hoje, e deixa outro amarrado para o dia seguinte. – Falou
sem graça
Noêmia:
--- A senhora
pensa estar segura aqui dentro? Espere! – Afirmou desprezando.
Dalva:
--- É assim
mesmo? – Indagou sobre o assunto a enfermeira.
Enfermeira:
--- Sim. Aqui
vem toda sorte de gente. Esmolambado. Cachaceiro. Bandidos de todo o local. Eu
agradeço a Deus sair daqui e chegar em casa, bem arrumada! – Adiantou com
frieza.
Dalva
--- Imagino.
Mas não tem guarda? – Indagou
Enfermeira
--- Só se for
guarda-louça. Essas pestes não dão vencimento nem a calça que vestem. – Falou
indignada
Dalva:
--- Não diga
isso. Aqui é um Hospital do Estado com dinheiro pago pelo Governo Federal. Um
casou outro, isso ocorre. –
Enfermeira:
--- Não
acredito nisso. Eles mesmo afirmam. Não prendem um! – Afirmou com certeza.
Dalva
--- Não
prendeu? E por que não prendem? – Indagou de imediato
Enfermeira
--- Eles dizem que
estava na hora de repouso. Teve um, Mangabeira. Esse era austero. Até que um
dia veio outro matador e meteu-lhe a fata. Enfiou até o cabo! Umf! – Fez a
enfermeira com ímpeto
Noêmia:
--- Não disse.
Não presta um. É melhor morrer na minha casa. –
Dalva:
--- Não diga
uma coisa dessa. Agente só morrer quando Deus permitir. –
Enfermeira
--- Então Ele
permite todo dia! – Alertou com espirito de mau
Dalva:
--- Eu penso
diferente. Aqueles que morrem eram por que estavam predestinados. – Afirmou.
Noêmia
--- Então,
deixe eu morrer na minha casa! - Comentou sem alegria;
Dalva
--- A senhora
tem tudo aqui. Remédio, comida, roupa e pura liberdade. –
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