domingo, 5 de julho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 29 -


- PACIENTE -
- 29 -
VIAGEM -
Já eram passados alguns dias quando Dalva Lopes Baldo estava na manhã bem cedo na suíte de sua conhecida, Noêmia, mulher que havia internado por causa de um ferimento na perna, o qual não curava. Dalva Lopes foi, nesse dia, como sempre fazia, na companhia do filho de Noêmia, o garoto de nome José Patrício, para rever a senhora e o filho dessa mulher para tomar a sua benção, como era o costume. Dalva Lopes cumprimento aos presentes, no corredor, e de olhadela, procurou rever o médico, doutor Marcelo Orta. Como era cedo da manhã, o médico ainda não havia chegado. Isso, Dalva soube por perguntar a uma enfermeira que, por acaso estava bem próxima a porta do velho médico.
Dalva:
--- Chegou? – e apontou a sala do médico.
Enfermeira;
--- Nada! Lá para as dez! – Respondeu a enfermeira compreendendo que Dalva procurava
Por conseguinte, Dalva sorriu com a declarar que para ela, o médico cirurgião, não se importava em chegar cedo ou tarde. Naquela hora ele estaria a conversar com alguém assunto sem grande importância para quem mais precisasse da urgência. E foi assim o ocorrido. Após visitar demais enfermos, a mulher e o garoto chegaram ao ambiente onde estava internada a senhora Noêmia, uma espécie de suíte para caber apenas um enfermo. Nesse momento, Dalva cumprimentou a enfermeira de plantão a está ali presente e indagou.
Dalva
--- Novidades? –
Enfermeira
--- Tomou seu banho de asseio. E o seu café com bolachas. –
O garoto então se meteu para ver a sua mãe e pedir-lhe a benção. Parecia fazer um mundo inteiro que não falava com Noêmia. No então ele esteve naquele local, no dia anterior, quase noite. Quando ele visitou a sua mãe estava companhia de Walquíria, a moça que tomava conta do menino Ciro, filho (adotivo, porém não dizia a uma pessoa desconhecida, como a cozinheira, dona Noca, afirmando ter sido a criança puxada a ferro, o mais comum). Nesse dia, o passado, dona Dalva Baldo teve obrigação na Universidade não podendo, de fato, ter se ausentado da visita, mesmo pela manhã. No dia em foi, Dalva Baldo (ou Dalva Lopes, como era bem mais comum) ela chegou ao leito de dona Noêmia e após verificar a bula de ocorrências, abriu um sorriso para a sua deveras amiga.
Dalva;
--- Está bem melhor. – Disse a sorrir
Noêmia
--- Que nada! Estou melhor quando eu for para a minha terra. – Respondeu manhosa
Dalva:
--- Não diga isso. A tabuleta diz tudo ao contrário. – Observou a sua temperatura de momento.
Noêmia:
--- Mataram um homem, ontem, aqui. – Declarou.
Dalva;
--- Como mataram? Aqui dentro? – Quis saber mais.
Noêmia:
--- Na porta de saída. Ele esteve internado e recebeu alta. Quando saía mais um irmão, alguém atirou no pobre. Foi tiro e queda. – Afirmou
Dalva
--- Nossa! E prenderam o assassino? –
Noêmia
--- Nada. Ele escapou ladeira abaixo em busca da praia. Dobrou na esquina e sumiu. – Declarou
Dalva
--- Não acredito. A senhora viu? – Indagou pasma.
Noêmia
--- Não. Mas foi o assunto da tarde. Quem viu foi um homem que estava lá fora. – Afirmou.
Dalva
--- Coitado. Crime de vingança. – Afirmou.
Noêmia:
--- Ele vivia com a mulher do que matou. –
Dalva
--- Não disse: vingança. E a mulher? – Quis saber.
Noêmia
--- Não sei bem. Mas, pelo que eu soube, ela se cafedeu de sua casa. - Comentou
Dalva ouviu esse relatou e pediu confirmação da parte da enfermeira.
Enfermeira
--- Isso é comum aqui. Mata um, hoje, e deixa outro amarrado para o dia seguinte. – Falou sem graça
Noêmia:
--- A senhora pensa estar segura aqui dentro? Espere! – Afirmou desprezando.
Dalva:
--- É assim mesmo? – Indagou sobre o assunto a enfermeira.
Enfermeira:
--- Sim. Aqui vem toda sorte de gente. Esmolambado. Cachaceiro. Bandidos de todo o local. Eu agradeço a Deus sair daqui e chegar em casa, bem arrumada! – Adiantou com frieza.
Dalva
--- Imagino. Mas não tem guarda? – Indagou
Enfermeira
--- Só se for guarda-louça. Essas pestes não dão vencimento nem a calça que vestem. – Falou indignada
Dalva:
--- Não diga isso. Aqui é um Hospital do Estado com dinheiro pago pelo Governo Federal. Um casou outro, isso ocorre. –
Enfermeira:
--- Não acredito nisso. Eles mesmo afirmam. Não prendem um! – Afirmou com certeza.
Dalva
--- Não prendeu? E por que não prendem? – Indagou de imediato
Enfermeira
--- Eles dizem que estava na hora de repouso. Teve um, Mangabeira. Esse era austero. Até que um dia veio outro matador e meteu-lhe a fata. Enfiou até o cabo! Umf! – Fez a enfermeira com ímpeto
Noêmia:
--- Não disse. Não presta um. É melhor morrer na minha casa. –
Dalva:
--- Não diga uma coisa dessa. Agente só morrer quando Deus permitir. –
Enfermeira
--- Então Ele permite todo dia! – Alertou com espirito de mau
Dalva:
--- Eu penso diferente. Aqueles que morrem eram por que estavam predestinados. – Afirmou.
Noêmia
--- Então, deixe eu morrer na minha casa! - Comentou sem alegria;
Dalva
--- A senhora tem tudo aqui. Remédio, comida, roupa e pura liberdade. –



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