terça-feira, 21 de julho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 40 -

- TSUNAMI -
- 40 ´-

NAVIO - 
Por volta das 9 horas da manhã a equipe da Universidade Federal já estava a postos na praia de Sagi onde estava encalhado um imenso navio petroleiro de 458 metros de comprimentos e largura de 89 metros com um calado de 25 metros correspondente a um edifício de 8 andares. Era um imenso navio onde pessoas vagavam por distancia a olhar aquele petroleiro com temor do mesmo explodir a qualquer momento. A Marinha já estava no local assessorada pela Polícia Naval e demais soldados da Polícia Militar. As casas à beira mar que foram arrastadas pelas ondas, já não havia nada para contar. A não ser os seus moradores a vasculhar os entulhos sobrados e espalhados por toda a imensa costa.  O piloto do navio explicava ao comandante da Marinha o havido com a sua embarcação.
Piloto:
--- Eu estava no comando quando uma onda gigante arrastou o barco pondo para fora como se fosse um resto de madeira perdido no Oceano. Eu não tive jeito de manobrar o navio. Foi uma onda gigante. Como se diz: um tsunami. É a mesma coisa! – Falou desalentado.
Comandante:
--- Nós já prevíamos essas ondas. Mas colocar um navio gigante desse porte em cima das pedras? Foi deveras surpreendente. Que fosse uma lancha ou um barco de pequeno porte. Isso, vá lá. Mas, veja esse tamanho da embarcação? – Apontou o comandante da Marinha para todo o petroleiro.
O piloto do navio gigante apenas olhava e chorava de tanta comoção a lamentar perder tamanha carga em uma praia praticamente deserta.
Piloto:
--- O peso da carga é de 424 milhões de barris, mais de 5 vezes o peso de um porta-aviões. – Chorava como um louco
Comandante
--- Dezoito mil caminhões tanques! – Relatou decepcionado.
Auxiliar da Marinha olhava o tamanho do navio tanque e apontou para o nome.
Auxiliar:
--- SMQueen. Inglês! – Alertou.
Piloto
--- Apenas o nome. Bandeira brasileira. Esse é um antigo navio “Enchova”. – Salientou.
Comandante:
--- Mas, fabricado nos estaleiros ingleses!  - Comentou.
Piloto
--- Temos uma tripulação de 40 marinheiros. Todos estavam acordados quando veio o gigante tsunami. Eles apenas ouviam o mar alterado, o barco subindo e descendo como folha de papel. Era o caos! – Lamentou chorando.
Comandante:
--- O senhor comunicou o fato às autoridades? – Quis saber.
Piloto
--- Sim. De imediato. No mesmo instante. Avisei a Capitania dos Portos, a Base Naval e aos proprietários da embarcação. – Relatou.
Já bem antes já estavam a postos os veículos da Polícia, Marinha e Universidade além de outros carros com a turma de pessoas a resgatar os desatentos ocupantes navio tanque nesse pior desastre ocorrido em terras do Rio Grande do Norte. A Marinha destacou militares para recolher os marinheiros em uma altura considerável pelo tamanho da embarcação.
Do seu ponto, Dalva Lopes Baldo anotava todo o necessitado e procurava colher depoimentos de nativos com imediata atenção. Número de pessoas, quantos casebres destruídos, a ajuda do Governo Municipal e Estadual, o que se perdeu com o tsunami seguido de furacão entre outros adendos normais.
Dalva
--- Minha velha, o que a senhora perdeu de mais precioso? -   
Velha
--- O meu filho. Ele se foi com as águas da maré. – Respondeu a lacrimar.
Nativo
--- Senhora. Eu nunca vi desastre desse tamanho! Olha só o navio! Faz até medo se chegar perto desse monstro! – Falou com espanto
Dalva
--- O senhor já tinha visto um navio desse tamanho? –
Nativo
--- Senhora. Eu trabalho em jangada. E nunca vi o tamanho de uma embarcação desse tipo. Para mim, ele também dez andares ou mais. Do tamanho de um prédio gigante! – Relatou cuidadoso.
Em poucos instantes, viaturas de Polícia chegaram ao local com um comando de militares muito bem armados e ostensivos com coletes de balas e armas de longo alcance. Foi um pavor para os nativos ver todo aquele armamento a assumir o comando para dissolver os curiosos a estar a ver o navio encalhado nas pedras.
Mulher:
--- Sai daí moleque! Esses soldados são malvados! – Acudiu uma mãe com toda a pressa.
E os meninos, moças e rapazes se esconderam dos militares temendo serem os monstros guardiões do portão do Inferno. Gigantes, truculentos, os militares tinham o rosto coberto para uma máscara e nada falavam mantendo-se firmes e disposto ao ataque àquele pessoal nativo cheio de problemas, até mesmo sem casebres, pois suas choupanas foram varridas da terra para a imensidão do mar. Os algozes monstros eram os policiais do Estado, provavelmente as feras carniceiras prontas para o assalto a qualquer instante. Nesse momento, se aproximou um oficial da Polícia para um militar de baixa patente e advertiu nada tem a fazer.
Oficial
--- Apenas mantenha guarda. A Marinha é quem comanda! – Falou com seriedade.
E os Marinheiros de terra iniciaram a labuta de retirar os componentes do destroçado navio amarando cordas para ver se conseguiam a os nautas descerem da melhor forma possível, caindo de uma altura impressionante de cerca de 8 andares de um edifício. Eram todos em um total de 40 marujos a buscar a proteção de terra firme pois na embarcação havia o seu desequilíbrio constante pelo fator das águas do mar e da barreira de pedras onde a nau se enterrou de vez. Notava-se a presença de mais ajudantes, todos em terra, pois havia dúvidas com relação as fortes marés naquelas pendentes horas. A senhora Dalva Lopes Baldo quis saber por quanto tempo a equipe ficaria na praia.
Engenheiro:
--- Quem sabe lá! Esse navio mergulhou bem fundo nos rochedos. E os seus tanques estão repletos de cru! – Óleo, para bem falar.
Dalva
--- Seria preciso falar com a central? – Quis saber.
Engenheiro
--- É bem provável. A Marinha tem pressa em manobra com esse monstro! – Falou decepcionado
Dalva
--- Eu presumo que vai levar um mês. –
O Engenheiro observou bem a mulher e deu negativo.
Engenheiro
--- Um mês vai durar para se retirar o óleo. Isso é o mínimo. Sabe qual é a capacidade do barco? – e sorriu
Dalva
--- Não faço a menor ideia. – Falou muito séria.
O engenheiro sorriu antes de falar:
Engenheiro^:
--- Pois fique sabendo: dezoito mil caminhões bem carregados! – Falou e sorriu
Dalva
--- Nossa Senhora! E de onde se vai buscar tantos caminhões para se retirar esse combustível? – Alarmada.

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