segunda-feira, 27 de julho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 44 -

- ENTRE PEDRAS -
- 44 -
O DIA SEGUINTE -
O fogo tomou conta do navio tanque por todo o restante do dia e noite afora. Dalva Lopes Baldo resolveu voltar, pois nada mais tinha a fazer. A praia se encheu de curiosos vindos de várias partes do Estado apenas para observar o navio a pegar fogo. Ambulâncias saiam e chegavam. Os doentes foram levados para o Hospital. Os motos – contava-se 7 – fez-se uma ruma para os carros fúnebres conduzirem para os seus locais. Entre os mortos estavam uma quantia razoável de marujos ocupantes do navio, inclusive o piloto do barco. Esse eram todos carcomidos e vários deles não se podia nem se identificar com precisão. Os mortos foram conduzidos para o Instituto Médico Legal, em Natal, para as suas identificações minuciosas. Era um horror por todos os que foram visitar os estragados corpos, na maior parte, carbonizados.  
Logo cedo do dia, por volta das 5 horas da manhã do outro dia, Dalva Lopes acordou após ter passado uma noite de agonia a tossir e se engasgar completamente. O sol ainda não despontara, e a mulher tossia bastante. Uma rouquidão veio em seguida e Dalva observou no poder falar. A sua amiga, Walquíria, sempre relatava.
Sorvetinho
--- Quer um chá? Erva doce! Não faz mal. – Recomendava.
Dalva tossia com insistência e de nada falava.
Dalva
--- Estou rouca! – Disse por gestos a apertar a garganta.
Sorvetinho
--- Não faz mal. Cidreira. Ou outra coisa. Faço? – Perguntou.
Dalva
--- Faça! – Disse a mulher apontando para a garganta já não falando nada.
Após atender a sua amiga, Walquíria resolveu segui ao local onde estava o navio tanque para conhecer de perto nessas últimas horas. E pediu por empréstimo o carro de Dalva, pensava em ir buscar a sua irmã, Amanda. Dalva deu o parecer de aprovado e Walquíria seguiu com pressa deixando o garoto Ciro aos cuidados de dona Noca. O dia, naquela hora, estava estio, porém nublado. Em poucos minutos Walquíria estava em sua casa. Entre umas conversas e outras, como estava a Dalva e o menino Ciro, veio o então convite.
Sorvetinho
--- Dalva está bastante rouca. E, não podendo ir, eu aproveitei. E vim te chamar. Quer? Vamos!
Amanda
--- E o avô? – Quis saber.
Zequinha
--- Para onde? – Perguntou
Sorvetinho
--- P’ru navio. O senhor quer? –
Zequinha
--- Já estou arrumado. – Sorriu.
Sorvetinho
--- Então pronto. Então? – Quis saber
Amanda
--- Uma hora dessas? –
Sorvetinho
--- Ah bom. Se não vai, eu já me vou. –
Amanda
--- Espera! Eu disse que não vou? Sua besta! Vamos! –
E então seguiram os três.  Quando já estava na estrada que dava para Sagi, Walquíria, viu, de longe uma batida de dois carros, sendo um da Polícia. E comentou.
Sorvetinho
--- Uma merda. Transito atravancado! –
Zequinha
--- Pega a estrada da direita, E vai em frente. – Recomendou.
Amanda
--- E não se pode passar?
Sorvetinho
--- Só se for a cavalo. Tá tudo atrapalhado por conta o choque. –
E Walquíria seguiu pela estrada da direita, comendo areia como ninguém e rodou um bocado até chegar em outro desvio e partir para a praia de Sagi. O movimento era enorme. Carros saindo e chegando a todo instante. A Marinha tomava conta de tudo. Os bombeiros seguiam no combate ao fogo. Os elementares continuavam a cuidar no transito de carros. Em verdadeiro instante, uma explosão. Uma bolha de foto subiu ao Céu a vomitar mais bolhas. O navio tanque, se estava penso para um lado, foi mais ao fundo, emborcando por total. Notava-se até mesmo um fundo do navio. Os soldados das chamas correram para longe. Três embarcações navais que continuavam a ajudar, partiram para o largo. O óleo bruto corria para todos os lados. Era um fogaréu dos infernos.
Zequinha
--- É fogo muito! – Disse e velho assustado
Embora estivesse distante da embarcação, o ancião cuidou de acudir a sua neta para se afastar o mais distante possível e não temer um desastre iminente onde Walquíria pudesse se expor. O barulho dos veículos da Marinha, polícia e Estado se confunda com os gigantescos tratores a buscar maior desempenho na ação de desbravar o caminho. Não fora o estrado e em seguida o fogo intenso todo corria como antes.
Bombeiro
--- Fogo! O navio virou por completo! Fujam! Fujam! Fujam! – Gritava ao desespero
O desespero era cruel. As embarcações da Marinha largaram para mais longe e as bolhas de fogo misturadas aos negros volumes de fumo corriam a cada vez mais para cair das águas marinha e, dali, mergulhar por terra. Era um terror gigantesco o formado com o tombamento do navio tanque a gemer como se tudo aquilo fosse a morte cruel.
Sorvetinho
--- Meu Pai do Céu! Quanta miséria” – lamentou em lagrimas.
Em um instante outro estrondo. Um corpo em chamas caiu de cima do navio e gritava como um louco.
Amanda
--- Ave Maria! Onde estava esse louco? –
Zequinha
--- Deve ser alguém que estava escondido a procura de bens. Algum dinheiro! –
Amanda
--- Dinheiro? – Assustada.
Zequinha
--- Sim. Os chamados “ratos de praia”.  Vá ver que tem outro! –
Amanda
--- Meu Deus! Se tiver, esse já está morto! –
Zequinha
--- É provável. –
Sorvetinho
--- Tem um corpo pendurado, em chamas atrás do navio. –
Zequinha
--- Não disse. Tem mais. Quatro, no total. Esses tipos são ladrões de barcos naufragados! –
Sorvetinho
--- Eu que digo. Morre todos para não perder o vício. – abusada.



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