- PETROLEIRO -
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TRAGÉDIA -
O dia seguinte
acordou calmo e sem ventania. O silencio profundo dava a entender ser um dia primaveril,
certamente. Os pássaros gorjeavam pelos arvoredos e algo demais não se ouvia no
solar de Dalva Lopes. O som de um oferecer. Era o homem do pão. Todos os dias o
homem a passar e oferecer o seu pão quentinho, tirado do forno naquela hora
cedo da tranquila manhã. Os cabeceiros já passavam para o mercado, tentativa de
colher as mais belas compras e deixar nas casas do povo rico. Era uma manhã de
alegres eventos para tudo então sagrado. O homem do peixe chegou cedo da manhã
a deixar as lagostas e cioba, no que ele sempre levava. Dali em diante, o
pescador partiu para o Mercado antes de falar:
Pescador
--- Tem um
navio perdido da costa. – Declarou.
Com espanto
dona Noca quis saber.
Noca:
--- Onde? – Quis
saber inquieta.
Pescador:
--- Sagi.
Parece. Já perto da Paraíba. Um pescador me disse agora há pouco. – Relatou
Noca:
--- É um navio
grande? – Assustada.
Pescador
--- Acho que
sim. Os tripulantes saltaram para terra. O navio ficou encalhado nas pedras. –
Respondeu
Noca
--- O navio
trazia passageiros? – Indagou curiosa.
Pescador:
--- Isso eu não
sei. O velho também não disse. Apenas um navio encalhado nas pedras. Ele falou.
- destacou.
Noca
--- Ave Maria!
Terá sido o furacão? – Falou espantada
Pescador
--- O que ele
falou foi de uma grande ventania! A maré estava muito forte. E chegou a
derrubar casas. Muita gente em aflição. Um rapaz foi arrastado para o mar!
Coisa triste! – Destacou.
Noca.
--- E quem foi
levado? – Assustada;
Pescador
--- Eu não sei
o nome. O velho só disse isso! – Falou agoniado.
Noca
--- Eu tenho
gente morando nas praias do Sul! Eu preciso saber quem foi tragado! Ah meu
Deus! – Angustiada.
Pescador
--- Mais tarde
eu volto! Vou saber mais detalhes! Ainda é cedo do dia! – Com aflição.
Noca
--- Eu vou
chamar dona Noêmia. Talvez ela tenha gente por Sagi! Minha Nossa Senhora! –
Angustiada.
Nesse ponto,
Walquíria veio a porta da frente e quis saber de mais detalhes. Angustiada, a
moça indagou.
Sorvetinho
--- O que
houve? – Aflita.
Noca
--- Não sei
bem. O velho não soube dizer. Mas, ao que parece, tem gente morta! – E entrou
Sorvetinho
--- Morta!?
Quem morreu? Onde!? – Alarmada.
Noca
--- Espera,
menina! Vou chamar dona Noêmia! – Com aflição a caminhar para dentro da casa.
Sorvetinho
--- Noemia!? O
que ela sabe!? – Corria aflita a moça para acompanha a mulher.
Noca
--- Nada! Eu
quero saber se ela teve conhecimento do caso! – Angustiada.
Dalva:
--- Que caso!?
Que caso!? Que caso!? – Em susto e saindo para fora do seu quarto
Sorvetinho
--- Vamos saber
já! – Salientou para a irmã.
De imediato
explodiu a celeuma. Todos não sabiam de nada e buscavam algo de explicação.
Dalva, mais prudentes buscava o celular. Ela tentava ouvir alguém da
Universidade. As mulheres continuavam a falar e o menino Ciro apenas acordava
naquele instante. A sua ama Walquíria cuidou para que ele não se assustasse com
temor apossado do restante do pessoal. O velho jardineiro tão logo soube,
cuidou de melhor se informar com demais conhecidos a passar em busca do
mercado. A situação era de emergência. Entre os “sim” e “não” veio a notícia.
Um biscateiro falou de todo o que lhe foi dito por outros compadres.
Biscateiro
--- Foi um
navio. A embarcação foi sacudida nas pedras. E tem gente morta. Gente muita! –
Falou
O rastro de
nota correu o mundo. Dalva soube de mais notícias. Era um navio de grande porte
e gente ainda dormia em seus beliches. De acordo com a Universidade, em Natal,
a Marinha já havia deslocado equipes para a região de Sagi e adjacências a
buscar maiores informes dos náufragos da embarcação e populações marinhas a residir
em áreas de insegurança.
Dalva
--- Vai ser
preciso ir? – Indagou preocupada
Universidade
--- Nós estamos
para seguir a região nossas equipes. Afinal, nós temos a grande preocupação,
pois é área, assim como todas, de instabilidade. – Destacou.
Dalva
--- No caso, eu
tenho que ir? – Indagou preocupada
Universidade
--- Seria
melhor. A senhor tem maiores conhecimentos nesse tema. – Destacou
Dalva
--- Então,
espere. Estou seguindo. – E desligou o celular.
Walquíria, com
bastante cuidado, fez a pergunta.
Sorvetinho
--- Você vai!?
– Preocupada.
Dalva
--- Agora!!! –
Relatou com vexame.
Noêmia
--- Ai meu
Deus! E agora? – Indagou inconsolada.
Dalva
--- É o jeito.
Soldado no quartel tem Guerra! – Alertou seguindo para seu cômodo.
Sorvetinho
--- E se chover!?
– Preocupada
Dalva
--- Ainda
chove, hoje! - - relatou.
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