- NAVIO -
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FOGO -
Após o almoço,
o ancião José Afrânio Beraldo, o popular Zequinha como todos o chamavam, dormia
um pouco em repouso da comida. As mulheres estavam na sala ou na cozinha. Perto
das três horas, parecendo um sonho, José Beraldo recebeu uma mensagem. O espírito
lhe dizia ter o fogo arruinado o enorme petroleiro preso entre as pedras. O
ancião despertou com aquele aviso e procurou ver alguém estar no seu quarto.
Como não havia viva alma ele percebeu ter sido a voz de um espírito. Então,
José Beraldo chamou de imediato a sua neta, Amanda, para ter melhor acordo.
Zequinha
--- Amanda! Ô
Amanda! Amanda! – Chamou o ancião.
De imediato, a
moça respondeu bem reocupada com a voz do seu avô.
Amanda;
--- Está
chamando? – Perguntou a neta com olhar abismado
Zequinha
--- Sim. Você
tem o telefone de Dalva o de Walquíria? – Indagou
Amanda
--- Tenho os
dois! O que se passa? – Indagou preocupada.
Zequinha;
--- Veja se
Dalva rumou para o local do desastre de hoje! – E percebeu não ter havido
sonho.
A moça
concordou e ligou o seu celular para o celular de Dalva. Esse chamou três vezes
e atendeu. Dalva estava a caminho da praia de Sagi, distante até, quase
fronteira com a Paraíba. E atendeu com cautela. Ao celular Amanda se
identificou e mando esperar, pois o chamado era para o seu – de Amanda – avô.
Dalva esperou a ligação e logo atendeu.
Zequinha
--- É Dalva? – Quis
saber.
Dalva
--- Sim. Sou
eu. Algo para informar? – Indagou com o carro acelerado a chegar a praia de
Sagi.
Zequinha:
--- Nada além
do normal. Porém, tenha cuidado. O navio vai explodir dentro de instantes.
Cuidado. Não vá se aproximar muito. Fique longe. Cuidado! – Falou com cautela.
E nesse
momento, o navio tanque explodiu como uma bola de fogo. Dalva nem esperava. Ela
estava já na praia quando houve o acidente. Foi uma combustão e as labaredas
assumiram de vez toda a embarcação. E, a moça falou a tremer.
Dalva:
--- Mas meu
avô. O navio explodiu nesse momento! Ai meu Deus! É muito fogo! Não dá para
enxergar! Tudo foi tomado pelas chamas! O senhor está sabendo? – Indagou
nervosa.
Zequinha
--- Eu
esperava. Foge daí! Vá embora! Não deixe nada se aproximar! Cuidado! Cuidado! –
Falou nervoso.
Dalva
--- Ai meu
Deus! Para onde eu vou? – E governou o carro de volta com temor de também ser
atingida pelo fogo.
O rolo de
fumaça tomou conta do espaço rumando para o Céu envolvendo tudo. A maior parte
dos tripulantes foi apanhado elo fogo. Não havia bombas contra o fogo. Tudo era
uma imensa chama. Gritos de terror. A Marinha se pôs ao lago tão de imediato
como pode, em um instante. Os militares da PM gritavam de dor. Alguns se
envolviam na areia para extinguir as chamas. E nada podia ser feito.
Marinheiro
--- Cuidado! –
Gritava um marinheiro com um clamor de horror! –
O pessoal
nativo corria para longe do imenso fogaréu. Era o clamor do espaço naquele
primeiro instante de terror. Um carro dos Bombeiros seguiu para mais próximo
com as suas mangueiras abertas e os soldados do fogo ouvindo gritos de clamores
de toda a parte. Enfim, os Soldados abriram as mangueiras e atearam jatos de
água entre espumas para sufocar as cruéis chamas que se alastravam por todo o
navio tanque.
Bombeiro
--- Não dá para
conter esse imenso fogo. Veja a altura do navio? – Comentou um bombeiro
Bombeiro-chefe
--- Que se faça
o possível. Avante! - Gritou o bombeiro
chefe
Bombeiro
--- Mas não tem
nem como a gente chegar! – Lamentou.
Chefe
--- Avante!
Avante! De qualquer forma! – Gritava o chefe dos bombeiros.
Os carros da
Polícia Militar e da Marinha ziguezagueavam por diversos caminhos entre os
miseráveis escombros das choupanas todas roladas para o chão. O povo a correr
temendo a desastrada ocorrência. Meninos, moças, homens, mulheres, anciões. Era
todo o clamor. E o fogo a se alastrar por meio mundo. Corpos carcomidos era um
verdadeiro bramido de uma terrível chacina de gente, de marujos da embarcação.
E ninguém podia saber quantos estavam à morte naquele infernal suplício. Bem
distante do imenso fogo estava Dalva e demais companheiros a chorar com aquela
destruição total. Ao longo do tempo, chegaram mais carros de bombeiros na
tentativa de sufocar as imensas chamas. Mesmo assim, nada se podia ser feito.
Era deixar queimar tudo até o seu fim. O
celular de Dalva chamou e ela atendeu.
Sorvetinho
--- Que houve?
– Indagou alarmada
Dalva
--- É fogo
muito. O navio está ardendo em chama. Fumaça para todos os lados. Eu não posso
nem falar. Estou rouca por demais. Acho por bem em voltar à cidade. Mas tem a
população nativa. Os repórteres não fazer nada. E nem pode. É o caos! – Delirou
a mulher falando o que devia.
Sorvetinho:
--- Não disse!
Não disse! O meu avô bem que disse! Eu vou aí? Que você acha? – Perguntou
angustiada.
Dalva
--- Nem pensar!
Aqui está tudo cheio de carros. São muitos! Nem venha! – Falou tremendo
Sorvetinho;
--- Nem para
ver o desastre? – Perguntou inquieta.
Dalva
--- Não! Eu vou
voltar! Estou suja de fuligem. Os nativos estão saindo para o mato! Coisa
triste! – Declarou alarmada
As sirenas dos
autos, das ambulâncias, carros-pipas, carros de Polícia ecoavam insistentes por
todo canto possível em uma correria bárbara. Tudo erra horror imenso. Quanto
mais chegavam veículos de combate ao fogo, mais ainda era a imensa chama a
destruir aquele bar imenso cheio de petróleo, o provocador do fragoroso incêndio.
Não se tinha notícias do piloto. Talvez tenha morrido entre as causticantes labaredas.
Alguns soldados de combate às chamas tinham saído feridos pelo horror do imenso
ardor. Tudo, na verdade, era a desordem! E teria que durar o fogo imensas
horas, dias e semanas.
Soldado
--- É a morte
de todos! – Relatou um soldado do fogo
Repórter
--- Quando
foram atingidos? – Indagou preocupado
Soldado
--- Sei lá.
Quarenta. Cinquenta. Coisa assim. – Comentou o homem do fogo
Repórter
--- Quanto
tripulantes tinha esse transatlântico? – Indagou
Soldado
--- Ouvi falar
em 40. – Declarou coberto de fuligem
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