segunda-feira, 27 de julho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 43 -

- NAVIO -
- 43 -
FOGO -
Após o almoço, o ancião José Afrânio Beraldo, o popular Zequinha como todos o chamavam, dormia um pouco em repouso da comida. As mulheres estavam na sala ou na cozinha. Perto das três horas, parecendo um sonho, José Beraldo recebeu uma mensagem. O espírito lhe dizia ter o fogo arruinado o enorme petroleiro preso entre as pedras. O ancião despertou com aquele aviso e procurou ver alguém estar no seu quarto. Como não havia viva alma ele percebeu ter sido a voz de um espírito. Então, José Beraldo chamou de imediato a sua neta, Amanda, para ter melhor acordo.
Zequinha
--- Amanda! Ô Amanda! Amanda! – Chamou o ancião.
De imediato, a moça respondeu bem reocupada com a voz do seu avô.
Amanda;
--- Está chamando? – Perguntou a neta com olhar abismado
Zequinha
--- Sim. Você tem o telefone de Dalva o de Walquíria? – Indagou
Amanda
--- Tenho os dois! O que se passa? – Indagou preocupada.
Zequinha;
--- Veja se Dalva rumou para o local do desastre de hoje! – E percebeu não ter havido sonho.
A moça concordou e ligou o seu celular para o celular de Dalva. Esse chamou três vezes e atendeu. Dalva estava a caminho da praia de Sagi, distante até, quase fronteira com a Paraíba. E atendeu com cautela. Ao celular Amanda se identificou e mando esperar, pois o chamado era para o seu – de Amanda – avô. Dalva esperou a ligação e logo atendeu.
Zequinha
--- É Dalva? – Quis saber.
Dalva
--- Sim. Sou eu. Algo para informar? – Indagou com o carro acelerado a chegar a praia de Sagi.
Zequinha:
--- Nada além do normal. Porém, tenha cuidado. O navio vai explodir dentro de instantes. Cuidado. Não vá se aproximar muito. Fique longe. Cuidado! – Falou com cautela.
E nesse momento, o navio tanque explodiu como uma bola de fogo. Dalva nem esperava. Ela estava já na praia quando houve o acidente. Foi uma combustão e as labaredas assumiram de vez toda a embarcação. E, a moça falou a tremer.
Dalva:
--- Mas meu avô. O navio explodiu nesse momento! Ai meu Deus! É muito fogo! Não dá para enxergar! Tudo foi tomado pelas chamas! O senhor está sabendo? – Indagou nervosa.
Zequinha
--- Eu esperava. Foge daí! Vá embora! Não deixe nada se aproximar! Cuidado! Cuidado! – Falou nervoso.
Dalva
--- Ai meu Deus! Para onde eu vou? – E governou o carro de volta com temor de também ser atingida pelo fogo.
O rolo de fumaça tomou conta do espaço rumando para o Céu envolvendo tudo. A maior parte dos tripulantes foi apanhado elo fogo. Não havia bombas contra o fogo. Tudo era uma imensa chama. Gritos de terror. A Marinha se pôs ao lago tão de imediato como pode, em um instante. Os militares da PM gritavam de dor. Alguns se envolviam na areia para extinguir as chamas. E nada podia ser feito.
Marinheiro
--- Cuidado! – Gritava um marinheiro com um clamor de horror! –
O pessoal nativo corria para longe do imenso fogaréu. Era o clamor do espaço naquele primeiro instante de terror. Um carro dos Bombeiros seguiu para mais próximo com as suas mangueiras abertas e os soldados do fogo ouvindo gritos de clamores de toda a parte. Enfim, os Soldados abriram as mangueiras e atearam jatos de água entre espumas para sufocar as cruéis chamas que se alastravam por todo o navio tanque.
Bombeiro
--- Não dá para conter esse imenso fogo. Veja a altura do navio? – Comentou um bombeiro
Bombeiro-chefe
--- Que se faça o possível. Avante!  - Gritou o bombeiro chefe
Bombeiro
--- Mas não tem nem como a gente chegar! – Lamentou.
Chefe
--- Avante! Avante! De qualquer forma! – Gritava o chefe dos bombeiros.
Os carros da Polícia Militar e da Marinha ziguezagueavam por diversos caminhos entre os miseráveis escombros das choupanas todas roladas para o chão. O povo a correr temendo a desastrada ocorrência. Meninos, moças, homens, mulheres, anciões. Era todo o clamor. E o fogo a se alastrar por meio mundo. Corpos carcomidos era um verdadeiro bramido de uma terrível chacina de gente, de marujos da embarcação. E ninguém podia saber quantos estavam à morte naquele infernal suplício. Bem distante do imenso fogo estava Dalva e demais companheiros a chorar com aquela destruição total. Ao longo do tempo, chegaram mais carros de bombeiros na tentativa de sufocar as imensas chamas. Mesmo assim, nada se podia ser feito. Era deixar queimar tudo até o seu fim.  O celular de Dalva chamou e ela atendeu.
Sorvetinho
--- Que houve? – Indagou alarmada
Dalva
--- É fogo muito. O navio está ardendo em chama. Fumaça para todos os lados. Eu não posso nem falar. Estou rouca por demais. Acho por bem em voltar à cidade. Mas tem a população nativa. Os repórteres não fazer nada. E nem pode. É o caos! – Delirou a mulher falando o que devia.  
Sorvetinho:
--- Não disse! Não disse! O meu avô bem que disse! Eu vou aí? Que você acha? – Perguntou angustiada.
Dalva
--- Nem pensar! Aqui está tudo cheio de carros. São muitos! Nem venha! – Falou tremendo
Sorvetinho;
--- Nem para ver o desastre? – Perguntou inquieta.
Dalva
--- Não! Eu vou voltar! Estou suja de fuligem. Os nativos estão saindo para o mato! Coisa triste! – Declarou alarmada
As sirenas dos autos, das ambulâncias, carros-pipas, carros de Polícia ecoavam insistentes por todo canto possível em uma correria bárbara. Tudo erra horror imenso. Quanto mais chegavam veículos de combate ao fogo, mais ainda era a imensa chama a destruir aquele bar imenso cheio de petróleo, o provocador do fragoroso incêndio. Não se tinha notícias do piloto. Talvez tenha morrido entre as causticantes labaredas. Alguns soldados de combate às chamas tinham saído feridos pelo horror do imenso ardor. Tudo, na verdade, era a desordem! E teria que durar o fogo imensas horas, dias e semanas.
Soldado
--- É a morte de todos! – Relatou um soldado do fogo
Repórter
--- Quando foram atingidos? – Indagou preocupado
Soldado
--- Sei lá. Quarenta. Cinquenta. Coisa assim. – Comentou o homem do fogo
Repórter
--- Quanto tripulantes tinha esse transatlântico? – Indagou
Soldado
--- Ouvi falar em 40. – Declarou coberto de fuligem   

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