- EXPLOSÃO DE METEORO -
- 18 -
- VIOLENTO -
Na tarde do dia seguinte, quanto o
fenômeno ocorreu com o acidente do aparelho Boeing que foi destroçado em pleno
voo, os engenheiros ligados ao INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais – da
Universidade Federal estavam prontos para receber a Imprensa e declarar o
havido no dia passado com o fenômeno do Meteoro Pallank. Estavam ali quatro
cientistas reunidos no auditório da Reitoria: os mestres Augusto Pontes de
Miranda, Vitória Ferretti, Gustavo Campo Belo e Tarcísio Costa. No salão, toda
a equipe de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas à espera da vez de saber a
real situação da hecatombe. O anuncio começo pelo professor Pontes de Miranda.
Miranda:
--- Senhores, boa tarde. Primeiro, quero
agradecer a boa vontade de todos os senhores terem esperado por esse crucial
instante. O fenômeno de ontem, foi um caso extraordinário. Podia ter ocorrido
em algum lugar da Terra, em outros países ou mesmo em pleno mar. Mas não foi
isso o que ocorreu. O meteoro veio direto a Terra e aqui esfacelou tudo que o
que encontrou pela frente. Era a tarde com o sol a pino quando o Meteoro atinge
a camada externa da atmosfera gerando um brilho intenso. Silenciosamente, a
bola de fogo deixa um rastro de luz sobre a cidade do Natal. Ela era visível
numa área enorme e muitas pessoas registraram a passagem em suas câmeras digitais
para registrar a trilha espetacular que a bola de fogo deixava iluminada pelo
sol da tarde. E então, veio uma enorme onda de choque, quebrando janelas,
derrubando paredes e edifícios de apartamentos. Um poderoso estrondo sônico
sacudiu para fora. A onda de choque principal levou dois minutos e meio para
atingir o chão. Então, após o primeiro grande estrondo houve uma série de
impactos menores. Pelo menos um minuto de impacto. O meteorito deixou uma
trilha de destruição. Durante a descida, ele se despedaçou caindo a uma
distância de 200 quilometro a oeste de Natal. É o fim. Perguntas! – falou o
professou
Como um meteorito faz isso? –
indagou um jornalista.
Miranda:
--- Bem. Na minha interpretação,
quando um objeto grande entra a atmosfera em velocidade supersônica, ele cria
uma onda de choque forte, que é o estrondo sônico. Quando ele se divide em
fragmentos menores, ele vai se soltando e gerando os estrondos sônicos menores.
Então, nós ouvimos um grande estrondo. O objeto maior seguido de vários
estrondos de explosões menores. – explicou
Jornalista:
--- O que se pode entender pelas
imagens chegadas do Céu e do Boeing? – quis saber
Miranda:
--- Bom. Eu vejo um grande objeto
entrando na atmosfera, cortando o ar. E ao fazer isso, ele se divide. A pressão
aumenta sobre ele. É isso que causa a fragmentação. E no fim, ele pode
explodir. Com relação ao Boeing, foi um objeto que estava no meio e foi também
com o Meteoro. O avião podia estar no meio, como esteve, - ou não. Para se
livrar de uma velocidade de 75 mil quilômetros por segundos, era impossível
para o comando do Boeing. É como a pessoa que dá uma topada com o pé em uma
pedra. Ele não tem meios de evitar. – confirmou
Jornalista:
--- Com relação a trilha de fumaça.
São duas? – indagou
Miranda:
--- Eu também vi duas trilhas. O
que eu acho que significa é que o Meteoro se dividiu em dois. Provavelmente de
um par de fragmentos grandes. Cada um deixando a sua trilha. A maior, foi a que
atingiu o avião. A segunda, foi a que despejou bolas para cima dos edifícios.
Foram vários os edifícios arrasados. Houve desabamento de apartamentos da praia
e em áreas mais distantes da praia. Mas, todos foram em áreas de praias. Alguns
apartamentos um pouco mais distante. – relatou.
Jornalista
--- Por que janelas explodiram na
cidade? - indagou
Miranda
--- Bem. O grande estrondo sônico é
uma onda de pressão. E uma onda de pressão pode estourar vidros. Até um estrondo
sônico de um jato supersônico pode fazer isso. E esse foi bem mais forte do que
um jato supersônico. Então, surge uma onda de pressão mais forte que se joga
contra o vido e pode quebra-lo. O que se viu, também, foi edifícios ruírem como
um jogo de caixinhas de fósforos. Para mim, esse foi o mais graves desse
fenômeno. Mais de mil pessoas morreram. Várias estão feridas. As residências
sem luz, gás, telefone e nem mesmo água. Esse é o horror. E não se pode fazer
nada. – explicou.
Jornalista:
--- E de que tamanho foi essa onda?
– perguntou
Miranda;
--- Bem. Eu posso fazer uma
estimativa. Mas não posso falar em números por enquanto. Somente após de ter
dados sísmicos. Quando pudermos ver esses dados, vamos poder dar os números.
Veja bem. Há cerca de 24 horas, estamos vivendo um clima de pavor. Não temo
mais o Aeroporto Internacional. Se
alguém quiser chegar, tem que vir pelo Aeroporto do Catre que é bem menor. Ou
então vir por Recife. Tudo isso são problemas. E tem que se distinguir os
arranha-céus que desabaram. Isso é o mais grave. – falou preocupado
Jornalista:
--- Mas estamos falando de um
objeto de tamanho de um avião, do tamanho de uma cidade, do tamanho de uma
montanha. Dá para explicar? – indagou
Miranda:
--- Bom. Nós podemos comparar o que
vemos no vídeo com o que foi observado no passado remoto. E aconteceram eventos
parecidos com esse, no passado, não tão bem documentado. Mas podemos comparar
com os eventos que aconteceram em 2009. Um deles foi na Indonésia. O outro na
África do Sul e mais um, em 1994, nas Ilhas Marshall, no Pacífico Sul. E o
tamanho daqueles objetos era mais o menos de 5 a 10 metros, no máximo. Teve um
na Bahia onde o ferro chegou a pesar 22 quilos. A energia explosiva dele foi de
dezenas de kilotons. Mais ou menos como na bomba de Hiroshima. - relatou
Jornalista:
--- E por que não podemos prever
esse fenômeno? – indagou
Miranda:
--- Bom. P’ra começar ele veio pelo
lado claro. O Sol já estava após o meio dia. Duas horas da tarde. O melhor
seria no céu noturno. – explicou
Jornalista:
--- Mas, se o meteoro tivesse vindo
direto p’ra Terra, se tivesse acertado de cara, ele teria que passar por uma
camada menor da atmosfera antes de atingir o solo seria mais importante? –
indagou.
Miranda:
--- Uma verdadeira pergunta. Uma
coisa que atinge a Terra em ângulo reto atravessa menos massa atmosférica. E
dependendo da velocidade um objeto penetra a atmosfera. – explicou
Jornalista:
--- Se um objeto desse atingisse o
solo o que aconteceria? –pergunta.
Miranda:
--- Ele já atingiu. Atravessou a
Terra e alcançou o espaço com toda frequência. Veja que o Meteoro veio com uma
velocidade inimaginável. É verdade que existem meteoros maiores. De 700
tonelada. Esse Meteoro de 700 tonelada acabaria com a Terra. Mas um meteoro
gigante se desfaz na atmosfera como ocorreu com o Pallank. Na Terra existe ar
suficiente para segurar o Meteoro antes dele atingir o solo. - voltou a
explicar
Jornalista:
--- Tenho conhecimento de que a
força desse meteoro foi bem maior! O que o senhor diz a isso? – perguntou
Miranda:
--- Temos que verificar esse
assunto. Eu chamo esse Meteoro como sendo um super meteoro. Ele veio com um
impacto que não duvido de coisa alguma. O Meteoro tinha 50 metros de
circunferência. Para quem não conhece um asteroide assim, não imagina o que ele
pode destruir. - explico
Jornalista:
--- Afinal, o Meteoro é maior que o
de 1908 a explodir na Rússia? – pediu confirmação.
Miranda.
--- Ainda hoje se debate essa
questão. O que levou a Rússia a ter uma explosão daquele tipo. Um asteroide
entra na atmosfera e quando ele atravessa a atmosfera encontra resistência do
ar. Isso reduz a velocidade do asteroide. Por fim, todos os pedaços dele
explodem porque eles respeitam tanto com a resistência do ar que acabam
vaporizados. Nós acreditamos que a explosão de Tunguska, na Rússia, em 1908,
foi uma explosão estacionária de cerca de 10 megatons. Não é como a explosão de
uma Bomba. É uma explosão móvel. Durante a explosão o asteroide conserva a
velocidade e os fragmentos se deslocam para baixo. – explicou
Jornalista:
--- Como ocorre a explosão de um
Meteoro? – pediu explicação
Miranda:
--- De um modo geral, a explosão
supersônica de um Meteoro ocorre entre 10 magatons levando-se em conta que ele
ao corta a atmosfera gerando ventos e bolas de fogo. Quando simulamos em
altíssima resolução começamos a ver fenômenos novos. Uma das primeiras coisas
que notamos são grandes anomalias de fluxos. Esses ventos interagem com a Terra
com anéis de fumaça contra uma superfície estática adquirindo mais força e
velocidade. Nós temos uma coluna de gás que vai até o espaço e cai novamente
sobre a atmosfera. – explicou.
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