domingo, 19 de abril de 2015

RASTRO MORTAL - 18 -

- EXPLOSÃO DE METEORO -

- 18 -

- VIOLENTO -

Na tarde do dia seguinte, quanto o fenômeno ocorreu com o acidente do aparelho Boeing que foi destroçado em pleno voo, os engenheiros ligados ao INPE – Instituto de Pesquisas Espaciais – da Universidade Federal estavam prontos para receber a Imprensa e declarar o havido no dia passado com o fenômeno do Meteoro Pallank. Estavam ali quatro cientistas reunidos no auditório da Reitoria: os mestres Augusto Pontes de Miranda, Vitória Ferretti, Gustavo Campo Belo e Tarcísio Costa. No salão, toda a equipe de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas à espera da vez de saber a real situação da hecatombe. O anuncio começo pelo professor Pontes de Miranda.
Miranda:
--- Senhores, boa tarde. Primeiro, quero agradecer a boa vontade de todos os senhores terem esperado por esse crucial instante. O fenômeno de ontem, foi um caso extraordinário. Podia ter ocorrido em algum lugar da Terra, em outros países ou mesmo em pleno mar. Mas não foi isso o que ocorreu. O meteoro veio direto a Terra e aqui esfacelou tudo que o que encontrou pela frente. Era a tarde com o sol a pino quando o Meteoro atinge a camada externa da atmosfera gerando um brilho intenso. Silenciosamente, a bola de fogo deixa um rastro de luz sobre a cidade do Natal. Ela era visível numa área enorme e muitas pessoas registraram a passagem em suas câmeras digitais para registrar a trilha espetacular que a bola de fogo deixava iluminada pelo sol da tarde. E então, veio uma enorme onda de choque, quebrando janelas, derrubando paredes e edifícios de apartamentos. Um poderoso estrondo sônico sacudiu para fora. A onda de choque principal levou dois minutos e meio para atingir o chão. Então, após o primeiro grande estrondo houve uma série de impactos menores. Pelo menos um minuto de impacto. O meteorito deixou uma trilha de destruição. Durante a descida, ele se despedaçou caindo a uma distância de 200 quilometro a oeste de Natal. É o fim. Perguntas! – falou o professou
Como um meteorito faz isso? – indagou um jornalista.
Miranda:
--- Bem. Na minha interpretação, quando um objeto grande entra a atmosfera em velocidade supersônica, ele cria uma onda de choque forte, que é o estrondo sônico. Quando ele se divide em fragmentos menores, ele vai se soltando e gerando os estrondos sônicos menores. Então, nós ouvimos um grande estrondo. O objeto maior seguido de vários estrondos de explosões menores. – explicou
Jornalista:
--- O que se pode entender pelas imagens chegadas do Céu e do Boeing? – quis saber
Miranda:
--- Bom. Eu vejo um grande objeto entrando na atmosfera, cortando o ar. E ao fazer isso, ele se divide. A pressão aumenta sobre ele. É isso que causa a fragmentação. E no fim, ele pode explodir. Com relação ao Boeing, foi um objeto que estava no meio e foi também com o Meteoro. O avião podia estar no meio, como esteve, - ou não. Para se livrar de uma velocidade de 75 mil quilômetros por segundos, era impossível para o comando do Boeing. É como a pessoa que dá uma topada com o pé em uma pedra. Ele não tem meios de evitar. – confirmou
Jornalista:
--- Com relação a trilha de fumaça. São duas? – indagou
Miranda:
--- Eu também vi duas trilhas. O que eu acho que significa é que o Meteoro se dividiu em dois. Provavelmente de um par de fragmentos grandes. Cada um deixando a sua trilha. A maior, foi a que atingiu o avião. A segunda, foi a que despejou bolas para cima dos edifícios. Foram vários os edifícios arrasados. Houve desabamento de apartamentos da praia e em áreas mais distantes da praia. Mas, todos foram em áreas de praias. Alguns apartamentos um pouco mais distante. – relatou.
Jornalista
--- Por que janelas explodiram na cidade? - indagou
Miranda
--- Bem. O grande estrondo sônico é uma onda de pressão. E uma onda de pressão pode estourar vidros. Até um estrondo sônico de um jato supersônico pode fazer isso. E esse foi bem mais forte do que um jato supersônico. Então, surge uma onda de pressão mais forte que se joga contra o vido e pode quebra-lo. O que se viu, também, foi edifícios ruírem como um jogo de caixinhas de fósforos. Para mim, esse foi o mais graves desse fenômeno. Mais de mil pessoas morreram. Várias estão feridas. As residências sem luz, gás, telefone e nem mesmo água. Esse é o horror. E não se pode fazer nada. – explicou.
Jornalista:
--- E de que tamanho foi essa onda? – perguntou
Miranda;
--- Bem. Eu posso fazer uma estimativa. Mas não posso falar em números por enquanto. Somente após de ter dados sísmicos. Quando pudermos ver esses dados, vamos poder dar os números. Veja bem. Há cerca de 24 horas, estamos vivendo um clima de pavor. Não temo mais o Aeroporto Internacional.  Se alguém quiser chegar, tem que vir pelo Aeroporto do Catre que é bem menor. Ou então vir por Recife. Tudo isso são problemas. E tem que se distinguir os arranha-céus que desabaram. Isso é o mais grave. – falou preocupado
Jornalista:
--- Mas estamos falando de um objeto de tamanho de um avião, do tamanho de uma cidade, do tamanho de uma montanha. Dá para explicar? – indagou
Miranda:
--- Bom. Nós podemos comparar o que vemos no vídeo com o que foi observado no passado remoto. E aconteceram eventos parecidos com esse, no passado, não tão bem documentado. Mas podemos comparar com os eventos que aconteceram em 2009. Um deles foi na Indonésia. O outro na África do Sul e mais um, em 1994, nas Ilhas Marshall, no Pacífico Sul. E o tamanho daqueles objetos era mais o menos de 5 a 10 metros, no máximo. Teve um na Bahia onde o ferro chegou a pesar 22 quilos. A energia explosiva dele foi de dezenas de kilotons. Mais ou menos como na bomba de Hiroshima. - relatou
Jornalista:
--- E por que não podemos prever esse fenômeno? – indagou
Miranda:
--- Bom. P’ra começar ele veio pelo lado claro. O Sol já estava após o meio dia. Duas horas da tarde. O melhor seria no céu noturno. – explicou
Jornalista:
--- Mas, se o meteoro tivesse vindo direto p’ra Terra, se tivesse acertado de cara, ele teria que passar por uma camada menor da atmosfera antes de atingir o solo seria mais importante? – indagou.
Miranda:
--- Uma verdadeira pergunta. Uma coisa que atinge a Terra em ângulo reto atravessa menos massa atmosférica. E dependendo da velocidade um objeto penetra a atmosfera. – explicou
Jornalista:
--- Se um objeto desse atingisse o solo o que aconteceria? –pergunta.
Miranda:
--- Ele já atingiu. Atravessou a Terra e alcançou o espaço com toda frequência. Veja que o Meteoro veio com uma velocidade inimaginável. É verdade que existem meteoros maiores. De 700 tonelada. Esse Meteoro de 700 tonelada acabaria com a Terra. Mas um meteoro gigante se desfaz na atmosfera como ocorreu com o Pallank. Na Terra existe ar suficiente para segurar o Meteoro antes dele atingir o solo. - voltou a explicar
Jornalista:
--- Tenho conhecimento de que a força desse meteoro foi bem maior! O que o senhor diz a isso? – perguntou
Miranda:
--- Temos que verificar esse assunto. Eu chamo esse Meteoro como sendo um super meteoro. Ele veio com um impacto que não duvido de coisa alguma. O Meteoro tinha 50 metros de circunferência. Para quem não conhece um asteroide assim, não imagina o que ele pode destruir. - explico
Jornalista:
--- Afinal, o Meteoro é maior que o de 1908 a explodir na Rússia? – pediu confirmação.
Miranda.
--- Ainda hoje se debate essa questão. O que levou a Rússia a ter uma explosão daquele tipo. Um asteroide entra na atmosfera e quando ele atravessa a atmosfera encontra resistência do ar. Isso reduz a velocidade do asteroide. Por fim, todos os pedaços dele explodem porque eles respeitam tanto com a resistência do ar que acabam vaporizados. Nós acreditamos que a explosão de Tunguska, na Rússia, em 1908, foi uma explosão estacionária de cerca de 10 megatons. Não é como a explosão de uma Bomba. É uma explosão móvel. Durante a explosão o asteroide conserva a velocidade e os fragmentos se deslocam para baixo. – explicou
Jornalista:
--- Como ocorre a explosão de um Meteoro? – pediu explicação
Miranda:
--- De um modo geral, a explosão supersônica de um Meteoro ocorre entre 10 magatons levando-se em conta que ele ao corta a atmosfera gerando ventos e bolas de fogo. Quando simulamos em altíssima resolução começamos a ver fenômenos novos. Uma das primeiras coisas que notamos são grandes anomalias de fluxos. Esses ventos interagem com a Terra com anéis de fumaça contra uma superfície estática adquirindo mais força e velocidade. Nós temos uma coluna de gás que vai até o espaço e cai novamente sobre a atmosfera. – explicou.

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