- À QUEIMA ROUPA -
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À QUEIMA ROUPA
A moto viajava a toda velocidade,
naquela parte da tarde, com seu motociclista totalmente louco a tentar escapar
de vez dos homens da guarda policial, a perseguir em seu veículo da ROTA ao
alcance a qualquer minuto. O motoqueiro com a cara coberta pela máscara de
proteção, zigzagava por todo o caminho na estrada da zona norte a seguir
caminho de Ceará Mirim, em uma velocidade superior a 150 km. O carro da Rota
também comia todo o caminho para acertar de vez o trapaceiro fugidio de um
assalto instantes antes. Após o carro da Rota, seguia um outro veículo, um
Chevrolet ultima geração. Nesse segundo veículo estavam o Repórter Paulo Bittar
e o fotógrafo Francisco Canindé – o Gordo -. A cada instante, Gordo se
levantava do seu assento para fazer foto do fugitivo em alta velocidade. Nem
sempre conseguia, porque o zig-zag da moto impedia de marcar um ponto. O
caloteiro era conhecido da Polícia, porque em certa ocasião gravou um “rap”
ameaçando a direção do Presidio em matar e esquartejar um agente policial e a
diretora da detenção de Alcaçuz, no município de Nísia Floresta. O bandido era
conhecido por Baltazar Coelho. Na sua fuga, após conseguir sair por um buraco
feito na Penitenciaria, ele continuou a ação delituosa, assaltando moças e
mulheres lhe tomando os pertences. Na desenfreada corrida louca o bandido
passava por um e por outro a estar parado na estrada por causa do transito
alucinado àquela hora cedo da tarde. O pessoal que estava no meio da pista
apenas ouvia um grito lacerante do bandido e uma arma, um fuzil, a disparar
tiros constantes contra o algoz, sem maior sucesso. Na trilhada fuga o louco
gargalhava como se fosse revoltado de morte. Atrás, estava o carro de
reportagem com o seu motorista aguentando trancos e barrancos para não perder
de vista o assassino sanguinário, assaltante contumaz. Um helicóptero ajudou o
a ação com um sobrevoo a perseguir o bandido. O bandido seguia estonteado a
toda velocidade tentando escapar da ação repressora. Com um fuzil em suas mãos o
bandido atirava a esmo tentando inibir a ação policial. O fotografo Francisco
Canindé estava pronto para o desfecho fatal. Nesse instante, um policial
carregou a sua arma e atirou. Foi tombo e queda. O bandido Baltazar Coelho
virou as mãos para o alto e tombou inerte. O policial disse, apenas.
Policial:
--- Tá morto! – relatou o homem
da ROTA.
Policial 2
--- Acerto em cima! – declarou o
segundo policial
Canindé que vinha logo atrás,
flagrou o tiro certeiro e registro quando o bandido levantou as mãos para o
alto a cair de vez no chão. A moto onde o bandido escapava, virou cambalhotas
se torcendo como um cão danado a rodopiar da estrada. Um bêbedo trajando luto,
de cima de uma calçada, acenou ao policial fazendo acendo com o seu chapéu,
abaixando de vez a cumprimentar a ação policial. Canindé ainda flagrou o bêbado
com suas artimanhas e se voltou para o cadáver do facínora.
Canindé:
--- É fogo! Foi tiro e queda! –
comentou o fotógrafo
O agente policial disse logo após
a ação.
Agente
--- Ele corria como um louco. -
disse isso e cuspiu.
Policial:
--- Foi muito cuidado em atirar
no bandido. – disse outro policial
Um deles falou:
Policial:
--- Ele vai atirar e eu vou
atingir o cara! –
E foi assim que sucedeu. O
bandido teve morte instantânea. O helicóptero ainda sobrevoo a área a procura
de mais malfeitores e não encontrando, voltou a base. Canindé fez a cobertura
fotográfica enquanto Paulo Bittar anotava em seu caderno de apontamentos a ação
delituosa do assassino. Mulheres choravam a carnificina sofrida pelo desalmado
quadrilheiro enquanto os motoristas gritavam vivas para o alto.
Após a ação delituosa, os
repórteres policiais enveredaram para a cidade, percorrendo a rota da ponte da
Redinha onde já era intenso o movimento de autos, a maior parte, estavam
parrados no meio do percurso. Uma lancha fazia a volta para Natal levando gente
e veículos de um lado para outro. Nessa lancha também estavam os repórteres do
jornal. Na outra margem do rio, mais veículos esperavam pela lancha. Um
estrondo se deu em um tanque de combustível de uma companhia petrolífera. Foi
um susto temendo pelos que estavam a seguir na lancha. O barco adernou para um
lado e para o outro, quase indo a pique. Quem estava em seus veículos tomaram
um verdadeiro espanto.
Condutor:
--- Cuidado! Um estrondo no
dique! – alertava com pressa o dono do barco
Os barcos menores que faziam a
travessia, esses sucumbirem de vez pela formidável onda a se formar. Iates
ancorados no Cais sofreram grandes avarias com as ondas a se formar naquele
instante. Pessoas pularam para o interior do rio com o temor de ver a ser algo
ainda pior. Todos estavam alarmados com a bola de fogo formada há instantes no
céu amargo. Um silvo ecoou como se fosse um alarme. Mas não era. Um tanque de
combustível a sacudir para o alto algo com enorme barulho. Gente no Cais corria
apavorada temerosa de maiores consequências.
Gente:
--- Cuidado! É um alarme do Céu!
– gritava uma mulher a correr saído de dentro do Canto do Mangue.
Outra:
--- Olha a cabeça! – grivava
outra ao desespero
Um bêbado açoitava o espaço
dizendo:
Bêbado:
--- Eu preveni! Cuidado com o
terror do espaço! – dizia o bêbado.
Era uma loucura sem par. Gente
amontoada, embilhada umas sobre a outras. Carros a colidir com outros. Era um
tumulto geral. Gente por cima de gente. As pessoas abandonando as suas casas
percorrendo ruas estreitas e beco de lama. O povo todo a correr temendo que
iluminou o Céu naquelas horas da tarde. Ninguém sabia ao certo o sucedido.
Apenas sentiam que era aquilo algo do outro mundo proveniente da explosão de um
tanque de combustível. A maré alta forçou os barcos, navios, botes e Yates a
sacudirem com bravura seus tanques a qualquer custo para não ir ao fundo. Salvo
os botes pequenos que naufragaram. Gente morta pela ação da tempestade
avassaladora no tanque de combustível. Pessoas mortas no escapar da fúria da
tormenta pela luz incandescente de um meteoro gigante visto ao longe.
Repórter:
--- Vamos pular e correr! Gente
morta por todo o canto! – falou desesperado Paulo Bittar.
E em seguida, Canindé fez o
mesmo. Diante do amontoado de carros, ele conseguiu com o seu motorista
desvencilhar por outros caminhos até seguir a um plano mais tranquilo belo
bairro de Santos Reis. E dali seguiu até a redação do jornal.
Bittar:
--- Gente morta! Coitados! –
disse o repórter ao entrar da redação do jornal
Canindé:
--- Vou para o laboratório! –
relatou o fotógrafo todo exausto.
Zé Maria:
--- Muita gente? – indagou
surpreso.
Bittar:
--- Ora está. Se contar nos
dedos, eu nem sei! – relatou com emoção
Olavo:
--- O Governador diz ter mais de
mil mortos. – comentou a digitar a matéria
Zé Maria:
--- É esperar por alguém que foi
cobrir os casos no pronto socorro. – comentou
Olavo:
--- Pode por mais de mil. É o
certo. – disse o jornalista.
Zé Maria:
--- Que coisa! Um meteoro? –
disse ele com assombro
Kátia:
--- Eu não sei bem se essa cifra
é a legítima. – relatou a moça
Thais:
--- Um edifício caiu. – informou
a jornalista
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