sexta-feira, 24 de abril de 2015

RASTRO MORTAL - 21 -


- ATAQUE -
- 21 -

- CAUSA -

Um dia após o estrago causado pelo Meteoro, os repórteres de rádio e televisão estavam a postos nos locais mais atingido pelo fenômeno para documentar os desmoronamentos motivados pelo assassino de planetas às duas horas da tarde quando o objeto atingiu um avião civil de carreira com 150 pessoas, inclusive seus seis tripulantes, até mesmo o comandante de voo. Do jornal Primeira Página estava a jornalista Marlene Santos e o fotógrafo Armando Souto. Eles buscavam os informes nos edifícios de apartamento da Avenida Getúlio Vargas, em Petrópolis, construídos quase que recente, de frente para o mar, onde residiam as mais nobres famílias de Natal. Desses edifícios, nada sobrou. Tudo estava destroçado. E eram vários prédios residenciais onde as pessoas eram as poderosas entre todas. Gente rica, por assim dizer.  O Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha entre as demais, trabalhavam com afinco em busca das vítimas do drama apavorante onde nem se podia enxergar direito o que se estava a fazer. Era luta intensa como toda a gente a procura de vislumbrar alguma das vítimas ainda com vida. Os edifícios ficavam na zona leste da cidade, região de frente para o oceano. Cerca de 70 homens do Corpo de Bombeiros trabalhavam com assiduidade das vítimas nos escombros.
Cães farejadores buscavam algum sinal de vida e quando encontravam, era a luta sem trégua para os homens retirarem ainda o sobrevivente, quando podiam, os sentenciados à morte. Uma luta sem trégua em uma parte de Natal. Em outros edifícios de outras partes da cidade a luta era contínua. Os hospitais estavam lotados e não havia médicos suficientes para socorrer. Aliás, não havia médico algum, por em sua maioria, ou estava à procura de seus parentes, ou mesmo se tonava uma vítima. Pedia-se apoio dos quarteis militares para dar um auxilio qualquer. Havia a destruição total dos edifícios e a ocorrência de tantos mortos quando podia se dar.
Bombeira:
--- Mais um aqui! Veja se resgata! – relatava com brutal serenidade.
Outro;
--- Aqui tem mais gente com vida! – alertava outro.
Os números de mortos eram vertiginosos apenas naqueles edifícios.
Agente:
--- Parece até Hiroshima! – relatava alguém em prantos. 
Rastro mortal. A guerra começou. Eram milhares de gente a pedir socorro por sob os escombros das ruinas dos edifícios da praia da idade, em especial, da avenida que dava acesso à Praia do Meio e a praia de Areia Preta. O toque de um clarim anunciava a angustia dos mortos. Com uma menina nos braços, um soldado do Socorro às vítimas chorava copiosamente. Ele estava a conduzir a criança, talvez a única, para depositar em um carro de Bombeiros.
Bombeiro:
--- Por que isso meu Deus? Por que isso? – relatava em prantos.
Em seus braços, a pequena menina olhava apenas o rosto do soldado dos Bombeiros. As suas mãozinhas caíam para o lado do chão e a menina nada respondia. Apenas olhava o soldado a copiosamente chorar. Em volta, as sirenes acionavam os pedidos de socorro de tamanhas vítimas. Talvez setenta. Talvez cem. Talvez milhares de vítimas em uma sequência vertiginosa. Ele sequer não podia contar. Era ele apenas um soldado. Soldado de combate às chamas do destino. Um mundo dedicado a dignidade humana virou o caos. E entre esse caos estava a menina. O soldado se abraçava e chorava por cada sequência a acudir a vítima daquela imolação do horror. Essa é a história da luta inglória dos homens soldados no combate ao desmoronamento total de uma cidade, de uma capital do nordeste. Desde o dia em que se viu a luz, o pânico tomou conta da Metrópole. Uma pequena cidade em comparação as grandes cidades do país. O povo gritava, gemia, lutava na esperança de que tudo aquilo acabasse de um dia para o outro. Mesmo assim, não foi o caso. Após seguidas horas o estrondo ocorreu. Quem morava próxima a praia, viu o fragor com pura intensidade. No dia seguinte ao estampido cruel, então eram lágrimas de medo e espanto.
Mulher:
--- Minha filha! Minha filha! Onde está? – lamentava a mulher aos prantos junto aos entulhos do edifício soterrado.
Ambulâncias, carros de bombeiros, cães farejadores era tudo o que se observavam na avenida tomada em escombros.  A cada instante mais uma vítima era socorrida daquela tragédia avassaladora. O pessoal que mova na rua do Motor disse tem ouvido apenas um estrando e, em seguida, o total desabamento vindo até as encostas com uma vibrante cachoeira de terras.
Homem
--- Tudo veio abaixo num instante. – declarou angustiado vendo os restos de prédios a precipitar-se a cada instante.
Mulher:
--- Deus me livre de nunca mais passar por perto! – relatava uma mulher a se benzer.
Ela estava na parte de baixo da avenida Getúlio Vargas, mais para o início de sua rua quando se sai para a praia, em frente ao Hotel Santos Reis. A implosão ocorreu tão logo o clarão se fez presente por conta do Meteoro. E desse tempo em diante, outras destruições ocorreram em vários bairros na capital. Em todos esses bairros havia a busca de pessoas deficientes ou não e, principalmente, de mortos. Por melhor compreensão, não havia explicação do ocorrido. O meteoro despejou fagulhas em várias direções e atingiu a maior parte os edifícios mais altos. Esses visitantes extraterrestres vieram para acabar com a Terra cruzando o sistema solar para oferecer pistas sobre o planeta. Com a força de extinguir civilizações eles exultam de um impacto mortal. E com esses meteoros, a sensação do fogo no céu. Do centro da cidade a bem próximo da praia do Meio, o estranho poder do tirando apocalipse. Após viajar milhões de quilômetros em direção à Terra, o gigante colide com o espaço e destrói tudo o que encontra pelo seu caminhar. Foram mais de 75 mil quilômetros por hora de viagem do gigante asteroide.
Homem:
--- É o inferno total! – declarou o homem da rua do Motor.
Pescador:
--- Por que esse bicho se espatifou logo alí em cima? – indagou um pescador que esteve no mar nessas últimas horas
O estrondo era imenso, mesmo sendo do dia passado o povo ficava com temor a olhar constantemente o céu para ver se alguma coisa ocorria. Algo como um terror escabroso. Nos edifícios que ruíram era tudo o desastre alarmante. As equipes de socorro estava com enchedeiras a retirar os entulhos para dar melhor visão de que se tinha para colher entre os vivos. Os cães buscavam os mortos. O pessoal da Cruz Vermelha já não tinha mais esforço. Tudo era agonia e dor.
Socorrista:
--- Tem gente aqui em baixo! – alertou um socorrista a se orientar pelo latido de um cão
A onda de choque com a força três megatons de TNT atinge o solo. Essa vibração o povo não esquece. Faz pouco tempo para tal. O fenômeno foi registrado pela primeira vez da cidade, nos últimos tempos. Se alguns Meteoros se abateram sobre esse espaço, foi em um passado bastante distante. A jornalista Marlene Santos, um tanto assombrada, não sabia nem mesmo o que colher naquele caos terrível. Alguém a buscou para pedir alguma informação:
Mulher:
--- Você sabe dizer onde está minha mãe? – indagou em prantos.
E Marlene Santos nada podia informa pela razão de nada saber. E declarava:
Marlene:
--- Eu não sei. A senhora pode perguntar aquela moça que tem uma cruz no boné! – respondia sem noção
Era um tormento na luta das equipes em buscar quem podia estar com vida em baixo dos escombros. Uma anciã passeava por cima dos entulhos e costumava proferir.
Anciã:
--- Meu valho estava aqui, no instante. Eu fui para a Missa, e ele ficou assistindo a TV. – disse a ancião com a voz tremula
Outra:
--- Encontrei o sapatinho de minha filha! – dizia eufórica como se descobrisse algo por demais importante.
Os objetos perdidos eram encontrados. Porém, não se prestava atenção a alguém. Jatos de água tentavam sufocar a fumaça a arder constante dos velhos apartamentos destruídos de um momento inesperado. Um Pastor evangélico comentava:
Pastor:
--- Desisto. Nada mais posso fazer. Deus os guarde! – rezava o homem com total desespero.
O fogo irrompeu em um setor onde um dia foi um apartamento. De repente, o Corpo de Bombeiros chegou com o lança-chamas para sufocar o incêndio prematuro.
Bombeiro:
--- Aqui. Aqui. Mais adiante! – recomendava algum outro.
Alarmes se faziam presentes. O ar quente se fazia atemorizar a total respiração dos alarmados operários do fogo. Não era mais a massa rochosa. Era o caos total mergulhado em ostentosos negrumes eternos de nevoeiros. Os edifícios estavam em escombros desde a tarde do dia anterior. Casas explodiram e quase tudo foi então destruído. No alto do morro a terra estava arrasada com os pedaços de escombros espalhados por todo o chão úmido por conta da agua jogada pelas equipes de bombeiros.
Senhor:
--- A minha família! A minha família! – lamenta-se em pranto o homem de um apartamento
Atendente:
--- Vem mais escombros! Cuidado! – disse alarmado alguém da Cruz Vermelha
A jornalista Marlene Santos, de momento, estremeceu de pavor e por cuidado se protegeu em baixo de um auto totalmente destruído, sobrando apenas a velha lataria bem distante de outro desabamento de apartamentos. Nada seria o fim. E a devastação era impressionante em amplos locais. O rapaz Armando Souto, se defendeu do estrondo por trás de um caminhão de bombeiros. E de onde estava, ele apontava a câmera para fazer novas fotos do desabamento de mais edifício. 


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