- HÉRCULES -
- 25 -
DESASTRE
Naquele dia seguinte o tempo estava
chuvoso logo pela manhã e advertindo aos aviadores a ter cuidado com a ocasião,
pois não era favorável naquele ponto, o aeroporto militar internacional Augusto
Severo, em Paramirim, local de grandes tradições militares advindos do tempo da
II Guerra, quando aquele posto era o destino dos militares para alcançar a
África. Alguns vos militares estavam sendo desviados para demais aeroportos de
Recife ou Fortaleza por medida de segurança. Os vos civis tinha destino já
confirmados em vindo do sul do país em pousar no aeroporto dos Guararapes. Os
vindos do norte, pousavam no aeroporto de Fortaleza, o Pinto Martins. Com a
tempestade assumida, Natal ficaria fora de rota para aviões nacionais. Mesmo
assim, o avião C-130 Hercules, do Governo Americano, seguia firma para o
aeroporto Augusto Severo, de Paramirim, antigo aeroporto internacional de Natal,
capital do Rio Grande do Norte. Apesar das advertências feitas com máxima
precaução pelo Controlador de Tráfego Aéreo de que havia turbulência e pista
escorregadia, a voz do piloto respondia, então.
Piloto
--- Aqui é um avião dos Estados
Unidos. O avião Gigante do Ar. – comentou a sorrir
Controlador:
--- Confirme prefixo. – pediu o
homem.
Piloto
--- Nós estamos no comando de um
C-130 Hercules. Isso é o bastante. – informou.
Controlador:
--- Confirme o prefixo – novamente
perguntou
E o piloto norte americano deu o
seu prefixo anunciando estar visualizado o aeroporto. E indagou em qual pista
era para aterrar e o Controlador respondeu com precisão. O avião era mesmo um
gigante para todos os efeitos. O aparelho voava com sua capacidade normal e
buscou pousar na pista marcada. Foi então que houve o desastre. Uma ave de
rapina cruzou o espaço do Hercules e bateu de encontro a fuselagem da vidraça
penetrado para dentro do Hercules e caindo sobre o colo do piloto. Como de
imediato, o piloto desfaleceu e o seu copiloto assumiu o controle da aeronave.
Copiloto:
--- O aparelho está com problemas! –
advertiu
O aparelhou roncou forte e a sua total
visibilidade ficou prejudicada por causa da chuva. No avião encontravam-se
autoridades do Governo e importantes cientistas. O pessoal de bordo desandou
como ébrios por causa do arremate feito em um segundo.
Copiloto:
--- Sobe! Sobe! Sabe! – dizia o
segundo piloto com o manche puxado.
Porém, aquele seria um feio
acidente de chocar o mundo. A medida que o copiloto fazia força, o Hercules
descambava para uma lagoa existente ao largo do campo de pouso. Aquela não era
uma aeronave comum, mas um avião militar a levar cientistas e demais
autoridades do Governo, até mesmo um Coronel da alta esfera. Na caixa preta,
ouvia-se o alarme do copiloto a chamar – May Day. May Day, May Day. - Era, sem dúvida, um desastre aéreo. Uma
sequência de erros levou o Hercules a desandar para o interior da lagoa onde se
esfacelou por completo causando a morte de todos os seus passageiros e tripulantes.
A ave de rapina foi o começo de tudo. Em seguida, a chuva a molhar a pista de
pouso. O pessoal de terra procurou se manter livre da tempestade e as
ambulâncias seguiam com toda sorte para o local do crucial acidente. Não dava para ver coisa algum há
alguns metros da pista de pouso. Apenas, o Corpo de Bombeiros, ambulâncias,
jipes e alguns poucos veículos seguiam a toda velocidade direto para o local do
acidente onde o Hercules embicou na lagoa ficado apenas com a cauda de fora.
Apesar de ser um avião versátil, que pousa ou decola em pista curta, de asfalto
ou terra, dessa vez não teve sorte. Um Hercules é capaz de levar soldados ou
cargas e pode despejar centenas de paraquedistas sobre um campo de batalha ou
jogar suprimentos para os soldados, através da porta gigante. O Hercules é tão
grande que é possível caminhar dentro dele e se instalar numa das
macas-beliche, montadas para que o pessoal de bordo possa descansar. Era isso e
muito mais o avião. Quando ele avistou o início da pista fez um barulho
roncador para pousar. Tudo isso ele fez. Mas, a ave de rapina foi mais forte
pondo o Hércules para fora do seu voo. E o grande avião foi parar na lagoa
afundando por completo.
Os carros de Bombeiros já estavam
na margem da lagoa e os soldados procuravam apagar o fogo que se seguiu. A
cauda do Hércules era a única coisa avistada. O restante enfiou de bico como um
monstro se enfia na lama. A pequena frota de Hércules ainda serve para
transportar soldados e autoridades pelo mundo. E dessa vez, o Hércules apenas
transportava autoridades e cientistas além do pessoal de bordo. Com todo o
necessário para se fazer negócio e política, o avião não se importava com algo
mais que não lhe fosse possível. E assim, ele embicou na lama da lagoa. Naquele
momento, os soldados de socorro tentavam salvar alguns dos passageiros e
tripulantes em meio da chuva intensa. Era um oficio difícil o de prestar
socorro em plena chuva e dentro de uma lagoa. A fumaça era o que se avistava,
com certeza. Com um pouco de tempo se notou uma explosão. O Hércules pegou
fogo.
Bombeiro:
--- Cuidado! A explosão! – gritou
aflito
Foi fogo imenso, mais do que se
notava no início do choque do avião na lama. Dois bombeiros foram tragados
pelas chamas. Outros militares também caíram ao solo com a tormentosa cena de
horror. Era uma violenta queda de gente bem fora das águas da lagoa. Sirenes
não aplacava do vozeiro sem sucesso do pessoal de apoio.
Oficial:
--- Vai morrer mais gente! –
gritava sem sucesso
E o ribombar dos estrondos era
cruel por demais. O negro fumo que subiu do Hércules não permitia se divisar
coisa alguma. Era tudo uma bola de fogo a sair do avião como se estivesse
morrendo para sempre após tanta angustia e sofrimento. De longe de podia ouvir
as chamas do Hércules e o volume de fumaça se ateando para o ar em meio da
chuva intensa. Era algo assustador. Para se compreender melhor, o tamanho de um
carro de combate ao fogo era tão pequeno que a gigantesca fumaça a assumir as
suas proporções. Era algo impressionante o tamanho de tudo. De longe, de muito
mais, ouvia-se os gritos de alarme da gente que estava no auxílio de pegar os
restos dos cadáveres vindos em bolsas enormes trazidas por meio de outros
carros que ali chegavam vindos da mata. Um carro de Bombeiros se incendiou por
conta das chamas cruéis do Hércules. Era tudo muito confuso. Outros carros
tanque fizeram fila para jogar líquido ante-chamas no avião sinistrado que
ainda vomitava suas agruras da vida. Uma cena horrível como de alguém no
estertor da morte. Aquele era um ato cruel para jamais se esquecer. O estrou do
Hércules partir em meios e pedaços foram encontrados há um caminho de distância,
tempos depois.
Após o dia inteiro para sufocar as
chamas, os soldados do fogo se deram por vencidos. Após as chamas aplacarem,
houve apenas o rescaldo. Caminhões-tanques entravam e saíam do perímetro do
incêndio e outros carros militares também estavam presentes com os seus
soldados, mecânicos e oficiais na tentativa de ajudar uns aos outros. Por todo
esse dia e parte do outro, o aviso da sirene parecia ligado dando a entender
estarem suspensas as atividades rotineiras no aeroporto Augusto Severo onde a
ação era a buscados corpos das vítimas do avião Boeing há dois ou três dias
passados pois o rescaldo do restante do Hércules ainda levou três dias. Um
relatório foi feito e, um dia após, outro avião dos Estados Unidos, com seus
ocupantes, chegou ao aeroporto de Mossoró. Esse pessoal veio para anotar o que
se passou com o Hércules e verificar também a situação do Meteoro que colidiu
com o Boeing entre outros detalhes.
Em detalhes, tempos depois, o
acidente do Hércules levantou polêmica. Por conta de um urubu, o avião foi ao
chão. Na verdade, foi a água, pois o piloto caiu dentro de uma lagoa. O efeito
da queda foi por demais interessante. O avião Hércules ao ser abatido por um
urubu, levantou voo de imediato, mas o ar que lhe escapava fez o aparelho
reverter e descer de brusco para a lagoa. A queda foi fatal. Logo em seguida, o
fogo intenso e a explosão a despedaçar o aparelho por completo.
Comandante:
--- Como? Explodiu? Mas como? –
perguntou o comandante da Base Aérea.
Capitão:
--- Explodiu. Pluft! – disse o
capitão fazendo gestos com as mãos.
Isso foi logo que o Hércules
explodiu na situação vexatória do incêndio. O Comandante da Base estava ausente
no momento do acidente e logo que chegou foi buscar explicações com um militar
esse fez o gesto com suas próprias mãos. O comandante ficou alarmado com o que
ouviu e fez em reparo:
Comandante:
--- Pluft? – fez o Comandante com
suas próprias mãos com a cara de quem não sabe
Capitão:
--- Sim, senhor. Pluft. – fez de
novo o oficial levantado as próprias mãos.
O Hércules viajava com uma equipe
de dez pessoas. O piloto seguia com seu copiloto a festejar esse voo pois seria
o último a fazer, uma vez ter feito o pedido de reserva. Onde mil metros já era
um ponto de se aposentar de vez por todas. Ele o Comandante do avião tinha
planos para fazer em casa, como criar galinha de raça, passear pelo Caribe ou viajar
pela Europa com a sua mulher. A terceira mulher. Dessa vez, ele viajava a 11
mil metros de altura e podia ver a terra em baixo. Esse avião era mais um dos
velhos Hércules que ainda viajavam pelo mundo afora, inclusive no Brasil. O
Comandante tinha orgulho de ser piloto, pois o seu pai também foi piloto na
época da II Guerra e falava muito em Natal, cidade pequena onde se construiu
uma pista de três léguas, a maior do mundo. Essa era a conversa do comandante
do Hercules. A medida que o avião se aproximava de Natal, o Comandante chamava
o serviço do tempo da Força Aérea do Brasil. Numa das últimas informações eram
de chuvas e tempo do céu 500 com nuvens. E ele gradeceu pelo aviso
Copiloto:
--- Então? – indagou o copiloto
Piloto
--- Vamos ver como está Natal.
–falou.
A medida que o Comandante de Voo se
aproximou do Aeroporto de Natal, ele recebeu um aviso inesperado. O Controlador
de Tráfego Aéreo avisou que o aparelhou estava entrando em um espaço aéreo
perigoso. O Comandante obedeceu, pois apenas queria sentir o solo de Natal, sem
nenhuma dúvida apesar estar com chuvas.
Piloto:
--- Chegaremos com 15 minutos a
Natal. Cambio! – informou o comandante
Nenhum comentário:
Postar um comentário