- O SERTÃO -
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ACASO
Assim o homem ficou confuso com o
que a senhorinha declarou. Morrer não é o caso? O velho coronel não morreu
coisa nenhuma. E como se faz para se tornas a vida? Ele não sabia. Seu corpo
tremeu de emoção e remorso. A vida não acaba quando o corpo morre! E até pode
durar para sempre! Isso é mais que possível. A própria estrutura do Universo
explica que a consciência existe antes da matéria. O espaço e tempo são
ferramentas de nossa compreensão. A morte da consciência não existe. Na
verdade, a consciência existe fora da limitação do tempo e do espaço.
Othon
--- Eu estou a imaginar. Como
pode uma pessoa reaparecer depois de morta? - - quis saber
A anciã sorriu e voltou a
explicar com certeza.
Anciã
--- Meu filho, você duas coisas:
a vida e a morte. Mas, eu pergunto: depois da morte vem o que? Se vosmissê
olhar bem firme, terá a possibilidade de ver alguém que você conhecia qual ela
estava viva. Pois bem. Vosmissê conheceu a sua sogra, não foi isso? Mas ela
morreu! Foi isso por um breve tempo. Depois, é o fim. Muito bem! Passado o
tempo, a mulher, aparentemente, voltou do passado. E agora está a seu lado.
Perceba! - -
O homem se inquietou por não
saber como fazer aquela manobra. Levantou-se de novo e procurou pesquisa o que
não devia supor.
Othon
--- Eu não vejo nada! Mas onde
ela está? - - indagou atônito
A ancião achou graça e pode
responder com exatidão.
Anciã
--- O senhor não a verá. Mas a
mulher está bem aqui, do seu lado. Quer saber? Pergunte-lhe o seu nome? - -
sorriu
E ele não perguntou por não saber
ao certo. Mas aventou de repente
Othon
--- Como é seu nome, mulher? - -
Anciã
--- Ela responde que se chama
Eurípedes mais conhecida por Noca! - -
Othon
--- Ah! É verdade. Dona Noca. Eu
tinha esquecido! Mas como a morta está viva? - - perplexo
Anciã
--- Não se morre nessa vida.
Apenas se transfere. O corpo, morre! Mas a vida não acaba! Quer saber mais?
Pois pergunte a dona Noca! - -
Othon
--- Está bem. Vou perguntar!
Quanto anos a senhora tinha quando em vida. Por favor! - -
Anciã
--- Ela respondeu: tinha 60 anos. Mas apareceu na foto com
apenas 25, a idade de sua mulher. Confirma? - -
Othon
--- Com os diabos! Na verdade,
era uma mulher de 25 anos! O que a senhora fazia na foto? - - indagou
preocupado
Anciã
--- Ela respondeu que aparece com
a família. E sempre está a seu lado, quando precisa! - -
Othon
---Isso não pode estar certo!
Comigo? Isso é impossível! - -
Anciã
--- Parte coisas do passado, como
conheceu sua mulher! - -
Othon
--- Isso! Isso! Eu pergunto! Como
foi que eu conheci Norma? Quero ver agora! - - sorriu
Anciã
--- Ela responde que conheceu
Norma em um bar! Ela precisava de trabalho! - -
Othon
--- Impossível! Essa mulher, nem
estando morta! - - razio os dentes
E a conversa foi mais adiante com
a senhora Noca - já morta nessa terra e conhecida há um bom tempo quando viva –
tendo feito relatos até confidencias que o homem ficou apalermado por tudo ou
nada saber desses casos de um passado remoto. Casos dolorosos, plenos de incômodos
onde para ninguém mais saber. E o anoitecer quase que vinha a chegar, Othon
seguiu com a doméstica conhecida por Neta para o seu apartamento onde a sua
mulher e os filhos por lá estavam. Ele chegou por volta das sete horas da noite,
decepcionado com a verdade colhida. A sua mulher, Norma, ao lhe indagar o que
houve, ele sentou no sofá e disse toda a verdade.
Norma
--- Não pode! Está aqui? - -
espantada
Othon
--- Foi o que falou. Aliás, eu
não ouvi. Mas a anciã a ouvia. E o que a mulher dizia era porque eu a
perguntava. Histórias antigas. A sua mãe falou de quando você nasceu e ela, por
vezes, quis a enjeitar, dando a pessoas de alta renda. E você sempre voltava
para o colo de sua mãe. É o fim! Como pode uma coisa assim? - - choro de
compunção.
Norma
--- E a minha mãe falou na surra
que me deu? - -
Othon
--- Sim. Falou. Por conta do seu
pai! Ela tremia por ter você um bem maior pelo seu pai do que pôr a sua mãe.
Aliás, isso vem de longos tempos, de outras gerações. Índios, de português,
espanhóis, holandeses. Toda uma miscigenação!
E o homem chorou ternamente tendo
abraçado a sua mulher de vez por todas. Na segunda-feira Othon foi até ao
fotografo e pediu para sustar a investigação da foto porque ele já soubera de
tudo. Porém nada declarou de como foi notificado. Com isso, o fotógrafo ficou
calado e aceito o dito do homem.
Certa vez, Othon estava a
pesquisa revistas em uma Banca e entre muitas encontrou uma que lhe fervilho o
cérebro: Existências Simultâneas. O homem, curioso, ficou a ler a matéria pouco
conhecida e divulgada. Ele folheou a revista e ficou mesmo na página do seu
interesse. Após quitar o débito, largou e foi para o seu apartamento onde pode
ler com sossego. A matéria entrava no mérito de uma tese muito pouco divulgada.
A teoria do Universo e as existências simultâneas. O homem se aquietou e pôs-se
a ler a matéria para tantos desconhecida. E teve o cuidado de procurar assento
no seu quarto de biblioteca onde tudo era sempre utilizado, com certeza.
Após a leitura Othon ficou
abismado com tudo o que leu: ideias sobre Universos paralelos! Muitos mundos existentes. Colônias de seres.
Coisa sobremodo fantástica. O fator relacionado à multiplicidade de Universos
simultâneo existente em um mesmo espaço de tempo. Isso é a origem da física
quântica. O homem que buscar outras palavras no seu CP. Quântico é um adjetivo
que se utiliza no campo da física. Assim, o homem prosseguiu lendo toda a
matéria por saber existir vidas em outros sistemas do Universo.
Othon
--- Norma! Venha até aqui, por
favor! Depressa! - - chamou nem a se importar com as crianças.
Norma
--- Espera um minuto! Eu estou
dando de mamar às crianças! - - falou a mulher
Othon
--- Loucura! Uma coisa dessas! -
- falou surpreso
Neta
--- Alguma coisa, senhor? - -
indagou assustada
Othon
--- Não! Isto é: sim. Com Norma!
–
Neta saiu da sala para cuidar da
janta
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