domingo, 6 de novembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 11 -

- O SERTÃO -
- 11 -
ACASO

Assim o homem ficou confuso com o que a senhorinha declarou. Morrer não é o caso? O velho coronel não morreu coisa nenhuma. E como se faz para se tornas a vida? Ele não sabia. Seu corpo tremeu de emoção e remorso. A vida não acaba quando o corpo morre! E até pode durar para sempre! Isso é mais que possível. A própria estrutura do Universo explica que a consciência existe antes da matéria. O espaço e tempo são ferramentas de nossa compreensão. A morte da consciência não existe. Na verdade, a consciência existe fora da limitação do tempo e do espaço.
Othon
--- Eu estou a imaginar. Como pode uma pessoa reaparecer depois de morta? - - quis saber
A anciã sorriu e voltou a explicar com certeza.
Anciã
--- Meu filho, você duas coisas: a vida e a morte. Mas, eu pergunto: depois da morte vem o que? Se vosmissê olhar bem firme, terá a possibilidade de ver alguém que você conhecia qual ela estava viva. Pois bem. Vosmissê conheceu a sua sogra, não foi isso? Mas ela morreu! Foi isso por um breve tempo. Depois, é o fim. Muito bem! Passado o tempo, a mulher, aparentemente, voltou do passado. E agora está a seu lado. Perceba! - -
O homem se inquietou por não saber como fazer aquela manobra. Levantou-se de novo e procurou pesquisa o que não devia supor.
Othon
--- Eu não vejo nada! Mas onde ela está? - - indagou atônito
A ancião achou graça e pode responder com exatidão.
Anciã
--- O senhor não a verá. Mas a mulher está bem aqui, do seu lado. Quer saber? Pergunte-lhe o seu nome? - - sorriu
E ele não perguntou por não saber ao certo. Mas aventou de repente
Othon
--- Como é seu nome, mulher? - -
Anciã
--- Ela responde que se chama Eurípedes mais conhecida por Noca! - -
Othon
--- Ah! É verdade. Dona Noca. Eu tinha esquecido! Mas como a morta está viva? - - perplexo
Anciã
--- Não se morre nessa vida. Apenas se transfere. O corpo, morre! Mas a vida não acaba! Quer saber mais? Pois pergunte a dona Noca! - -
Othon
--- Está bem. Vou perguntar! Quanto anos a senhora tinha quando em vida. Por favor! - -
Anciã
--- Ela respondeu:  tinha 60 anos. Mas apareceu na foto com apenas 25, a idade de sua mulher. Confirma? - -
Othon
--- Com os diabos! Na verdade, era uma mulher de 25 anos! O que a senhora fazia na foto? - - indagou preocupado
Anciã
--- Ela respondeu que aparece com a família. E sempre está a seu lado, quando precisa! - -
Othon
---Isso não pode estar certo! Comigo? Isso é impossível! - -
Anciã
--- Parte coisas do passado, como conheceu sua mulher! - -
Othon
--- Isso! Isso! Eu pergunto! Como foi que eu conheci Norma? Quero ver agora! - - sorriu
Anciã
--- Ela responde que conheceu Norma em um bar! Ela precisava de trabalho! - -
Othon
--- Impossível! Essa mulher, nem estando morta! - - razio os dentes
E a conversa foi mais adiante com a senhora Noca - já morta nessa terra e conhecida há um bom tempo quando viva – tendo feito relatos até confidencias que o homem ficou apalermado por tudo ou nada saber desses casos de um passado remoto. Casos dolorosos, plenos de incômodos onde para ninguém mais saber. E o anoitecer quase que vinha a chegar, Othon seguiu com a doméstica conhecida por Neta para o seu apartamento onde a sua mulher e os filhos por lá estavam. Ele chegou por volta das sete horas da noite, decepcionado com a verdade colhida. A sua mulher, Norma, ao lhe indagar o que houve, ele sentou no sofá e disse toda a verdade.
Norma
--- Não pode! Está aqui? - - espantada
Othon
--- Foi o que falou. Aliás, eu não ouvi. Mas a anciã a ouvia. E o que a mulher dizia era porque eu a perguntava. Histórias antigas. A sua mãe falou de quando você nasceu e ela, por vezes, quis a enjeitar, dando a pessoas de alta renda. E você sempre voltava para o colo de sua mãe. É o fim! Como pode uma coisa assim? - - choro de compunção.
Norma
--- E a minha mãe falou na surra que me deu? - -
Othon
--- Sim. Falou. Por conta do seu pai! Ela tremia por ter você um bem maior pelo seu pai do que pôr a sua mãe. Aliás, isso vem de longos tempos, de outras gerações. Índios, de português, espanhóis, holandeses. Toda uma miscigenação!
E o homem chorou ternamente tendo abraçado a sua mulher de vez por todas. Na segunda-feira Othon foi até ao fotografo e pediu para sustar a investigação da foto porque ele já soubera de tudo. Porém nada declarou de como foi notificado. Com isso, o fotógrafo ficou calado e aceito o dito do homem.
Certa vez, Othon estava a pesquisa revistas em uma Banca e entre muitas encontrou uma que lhe fervilho o cérebro: Existências Simultâneas. O homem, curioso, ficou a ler a matéria pouco conhecida e divulgada. Ele folheou a revista e ficou mesmo na página do seu interesse. Após quitar o débito, largou e foi para o seu apartamento onde pode ler com sossego. A matéria entrava no mérito de uma tese muito pouco divulgada. A teoria do Universo e as existências simultâneas. O homem se aquietou e pôs-se a ler a matéria para tantos desconhecida. E teve o cuidado de procurar assento no seu quarto de biblioteca onde tudo era sempre utilizado, com certeza.
Após a leitura Othon ficou abismado com tudo o que leu: ideias sobre Universos paralelos!  Muitos mundos existentes. Colônias de seres. Coisa sobremodo fantástica. O fator relacionado à multiplicidade de Universos simultâneo existente em um mesmo espaço de tempo. Isso é a origem da física quântica. O homem que buscar outras palavras no seu CP. Quântico é um adjetivo que se utiliza no campo da física. Assim, o homem prosseguiu lendo toda a matéria por saber existir vidas em outros sistemas do Universo.
Othon
--- Norma! Venha até aqui, por favor! Depressa! - - chamou nem a se importar com as crianças.
Norma
--- Espera um minuto! Eu estou dando de mamar às crianças! - - falou a mulher
Othon
--- Loucura! Uma coisa dessas! - - falou surpreso
Neta
--- Alguma coisa, senhor? - - indagou assustada
Othon
--- Não! Isto é: sim. Com Norma! –
Neta saiu da sala para cuidar da janta

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