- MUSEU DE ARTE -
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VIAGEM
Após o almoço
a dois, comida franca por ser para duas pessoas, Othon falou a Maria algo de
última hora, querendo saber se a moça tinha documentos pessoas. E citou os
documentos. A moça foi buscar os documentos necessários e os entregou. O homem
observou com atenção e logo a seguir disse a Maria que estava de viagem e com
ela também poderia seguir.
Maria
--- Comigo? –
- indagou assustada.
Othon
--- Sim. Você
mesma. Vamos adquirir uma bolsa de viagem, logo após da refeição. Apronte-se,
pois, vamos viajar. É possível? - - indagou
Maria
--- Ai meu
Deus. Tenho que comprar outras coisas, Sabonete, etc., etc. Coisas de mulher. É
para agora? - - indagou inquieta
Othon
--- É para já!
Você ouviu quando eu te disse? - - indagou
Maria
--- Ouvi que
precisava de mim. Não sei para que. - - salientou
Othon
--- Arrume-se.
Vai precisar de dinheiro! - -
Maria
--- Meu Deus
do Céu. E agora? Bom. Seja lá o quer for, vamos viajar! - - disse a moça
preocupada
Othon
--- Amanhã
esteja pronta. Não precisa lavar quarto nem enxugar chão. Vista-se com o melhor
traje. Arrume-se como puder. Eu venho para levar você de avião. - - disse
tranquilo
Maria
--- Avião?
Esse bicho não cai? - - espantada
Othon
--- Quantas
vezes você viu um avião cair? - - fez a pergunta
Maria
--- Eu tenho
medo! Parece um monstro! - - declarou com medo.
Três após o
táxi já estava à espera de Maria. O senhor Othon já estava na cadeira de trás.
Ela observou tudo, estava normal. E então seguiu viagem. Naquele instante Maria
indagou se estava bem vestida e Othon confirmou. Três horas após, mostrando
seus documentos, a moça seguiu viagem rumo a São Paulo, a primeira cidade
importante do Brasil. O temor que afetava a moça, passou naquele instante. As
conversas a bordo da aeronave foram simples com que os dois ficariam em um
hotel, ela seria a secretaria do cidadão e outras coisas pendentes.
Maria
--- Secretária
é a pessoa que varre o chão? - - indagou preocupada
Othon
--- Não,
senhora. Você a minha Secretaria Particular. Eu serei o senhor de todos os
serviçais. Entende agora? - -
Maria
--- Parece que
sim! Alguma dúvida, eu esclareço depois! - -
Três horas e
meia depois o par estava desembarcando no aeroporto de São Paulo, Congonhas,
localizado no centro da capital. O desembarque, leitura dos pertences, espera e
tudo mais, uma angustiante demora, comidas bem servidas, zoadas causadas por
voos e pessoas, chegara ao fim a demora ou a espera tardia. Alguem se aproximou
e teceu comentários ao novo patrão ou senhor. Malas prontas e o desembarque no
hotel conduzido por carro oficial da Receita Federal. Enfim, Maria estava em
São Paulo.
No dia
seguinte, após um suave sono, Maria acordou. Em seguida o asseio matinal, a
jovem saiu do seu quarto e bateu devagar no quarto ao lado onde estava Othon,
pois era tempo de despertar se ele tivesse um sono pesado. Em seguida Maria foi
até a frente do hotel e viu passagem de pessoas e carros parecendo que cidade
não dormira. Chuva fina, a tal chamada garoa fez com que a moça se afastasse de
repente do terraço na parte alta da Capital paulista. Um momento e Maria
retornou ao salão onde estavam brindes personalizados, até pulseiras, relógios
para senhoritas, daqueles bem miúdos, colares de pérolas, braceletes feitos de
ouro das mais requintadas procedências. Uma maravilha sem par.
O movimento no
Hotel era constante. Mulheres já plenamente idosas e gordas parecendo uma maçã.
Homens acorcovados, pendendo para um lado, rapazes a tagarelar chegado e
sumindo de vez. Era o mundo todo aos pés de que era um simples operário. Nas
mesas, o café servido com pães, biscoitos, queijos do reino, massas, frutas e
mesa para dois.
Othon
--- Sente-se.
Veja bem como o garçom serve você. Ele nada pergunta. Apenas oferece sem falar.
Maria
--- Eu vou
observar. - - sorriu com as mãos postas segurando o queixo.
O Hotel
oferecia facilidades para quem buscava agilidades e atendimento de qualidade.
Com ampla recepção além de recuo para embarques e desembarques, o hotel era uma
opção ideal para hospedagem de pessoas para quem precisava ficar por mais de 30
dias.
Maria
--- Coisa
cheque. Tudo é ostentoso! - - falou muito baixo.
Othon
--- É hotel de
luxo! - - respondeu
Maria
--- Os
cômodos! Cadeiras, camas luxuosas, retratos de pinturas de gente rica,
luminárias distintas, almofadas! Loucura! - - arremeteu
Othon
--- No
exterior o negócio é melhor ainda! Frutas têm demais. E quando não se quer,
joga-se no lixo! - - sorriu
Maria
--- Exterior!
França, Itália, Espanha! Imagine só! - - pensativa
Othon
--- Eu estive
na Alemanha! - - relatou
Maria
--- É belo
nesse País? - -
Othon
--- Para quem
tem dinheiro, sim. Mas tem pobreza. Gente suja. Andarilhos. Fugitivos de outras
nações. Tudo corre para a Alemanha. - - relatou
Maria
--- Fugitivos?
E como eles entram no País? - - indagou preocupada
Othon
--- A Alemanha
é um pais sofrido. Enfrentou duas guerras! Ou mais! O Otto Von Bismarck.
Crueldade! Depois veio a Guerra e o negócio piorou cada vez mais. A subida de
Hitler. Então, foi o Apogeu da Desgraça! - - lamentou
Maria
--- O senhor
estuda bastante, não é? - - curiosa.
Othon
--- Isso todo
mundo sabe. Aqui, por dentro, ainda tem nazistas. - -
Maria
--- O que é
esse nome? - - quis saber
Othon
--- Nazista? –
Era o partido de Hitler: Partido Nacional Socialista dos Trabalhares Alemães,
chamado de Nazi ou Nazista. Esse Partido punha a culpa nos judeus, nos
comunistas e mesmo nos ciganos e prostitutas. O nazismo se proclamava uma raça
de ordem superior. Raça Ariana!
Maria
--- E o que é
isso? - - quis saber
Othon
--- Isso vem
de longas datas. Do povo das estepes.
Muito além de Jesus Cristo. - -
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