sábado, 19 de novembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 24 -

- APARTAMENTO -
- 24 -
ACASO

Quando o motorista Tiago chegou a capital com a família e a secretária Neta de Othon, foi um chafurdo só. As crianças queriam deitar da cama, a moça Neta, não queria, e a mãe dos meninos era daquelas que mandava fazer as malas uma vez não poder esperar mais nenhum minuto. A senhora Benigna decidiu falar ter tudo arrumado, conquanto só faltava pôr o que havia deixado para o seu Othon certo, uma vez, ele mesmo pedira. Nesse momento, Othon chegou e ouviu o dito pela mulher. Ele teve que se posicionar pois afinal nada estava errado. O almoço estava na marmita e por isso mesmo seria melhor todos almoçarem e, logo, saírem juntos para o novo apartamento. A mulher, irritadíssima, não combinada com coisa alguma. Ela estava apavorada com aquela casa e nem por Deus queria mais ficar naquele monturo.
Norma
--- Coisa alarmante! Não fico aqui mais nem um segundo! - - de braços cruzados
Othon
--- Calma! Tenha calma! Não precisa de exaltar! Tudo passa! Você já viu o outro apartamento?
Norma
--- Nem vi! Nem sei onde fica! - - falou alarmada!  
Após o almoço rápido, comidas ruins de amargar, Othon chamou Benígna e Tiago para ajudar na bagagem e logo após por volta das três horas da tarde, o homem, dona Benígna e seu ajudante, Venildo, seguiram viagem direto à Petrópolis. Logo atrás, trafegavam Othon, sua mulher, os dois filhos e a secretária Neta. Essa era de maior cuidado nas crianças. Logo que chegaram, a mulher percebeu o apartamento e disse:
Norma
--- É esse? - - quis saber com a cara azeda
Othon
--- Não tinha um melhor! - - respondeu o homem de forma arrogante
Othon colheu em cima da hora a resposta de Norma de “é esse”. Ela, mulher de pouco enfeite, tendo sido uma empregada nas casas dos outros, agora casou, teve filhos e levava boa vida. Desse jeito perguntar se era para morar numa casa nobre? Qual o que!
Tiago
--- É aqui mesmo, senhora! - - falou severo o motorista
Norma
--- Eu julgava ser em outro ponto. - - falou como desapercebida
Othon
--- É o melhor que temos! Quinze andares! A melhor vista vendo-se a praia, o mar. Ou queria de melhor? Ora bosta! Você me irrita! “E esse”! É esse mesmo e estamos conversados! E vá p’ra merda, se quiser! - - bufou o homem
No dia seguinte quando a senhora Benígna e o seu auxiliar, Venildo arranjavam os moveis tendo ao lado a secretária de serviços, senhorita Neta, a senhora Norma cuidava de amamentar os gulosos. Tiago ainda tinha que ver algo que havia por fazer no apartamento anterior. Coisas sem grande importância. Foi nesse momento que algo sucedeu. Ao entrar no banheiro de serviços, uma aparente mulher de idade nova saiu do local e desapareceu no mesmo instante. O rapaz ficou estremecido porque aquela figura, antes não tinha visto. E muito da grave: a mulher sumiu como por encanto. Um arrepio gelou o seu corpo. Mesmo assim, o rapaz, ainda com a sua coragem de luta, indagou:
Tiago
--- Ei. Que está fazendo aqui? - - indagou preocupado
Ao lado, num quarto em que era a escrivaninha, estava o senhor Othon. Ouvido a voz do rapaz, logo correu e se acercou de Tiago a indagar.
Othon
--- Que foi? - - perguntou logo espantado
O rapaz, assustado, respondeu.
Tiago
--- Tem alguém aqui! - - declarou temeroso.
Othon
--- Como? Quem entrou? Era a mulher do retrato? - - assombrado
Tiago
--- Que retrato? - - curioso.
Othon
--- Certa vez nós tiramos umas fotos dos meninos e numa delas, apareceu uma mulher de 25 anos. Nós perguntamos a dona Rita e ela disse que a mulher era Eurípedes, conhecida por Noca, mãe de Norma. Quem disse foi a visagem que apareceu a dona Rita. - - alegou.
Tiago
--- Eu ouvi essa história. Faz pouco tempo. Noca! É isso mesmo! E ela está aqui? - - surpreso
Othon
--- Não sei. Mas só pode ser ela. Ou, do contrário é outra visagem. - - preocupado
Tiago
--- Outra? E tem muita assim? Oxente! - - olhou a seu redor.
Othon
--- Dona Rita diz que tem! Disse mais: a gente não morre. Vai para outro mundo. Eu até li um caso de pessoas como eu ou você vivendo em outro mundo. - - sorriu
Tiago
--- Votes! Eu em outro mundo? Isola! - - respondeu com olhos abertos
E terminado o assunto Tiago recolheu algo do material que ainda tinha para recolher e colocou tudo no caminhão, deixando apenas o que estava no escritório e a cama de casal.
Tiago
--- Isso, não? - - indagou
Othon
--- Isso você leva depois. Estou com raiva de Norma! Ora essa! “É esse? ”. Vai p’ra merda! - -
Tiago sorrio e levou quase tudo o que ainda tinha por carregar. Com pouco tempo, Othon, desceu no elevador pensando na viagem que faria daqui há alguns dias a Brasília para resolver assuntos pendentes à sua pasta. Quando chegou ao portão, em seu carro, uma moça que estava a passar lhe perguntou algo.
Maria
--- Meu senhor, o senhor sabe quem esteja a precisar de alguém para serviços gerais em apartamentos? - - - - indagou
Othon
--- Quem? Não. Por aqui está tudo cheio! Mas, espere! Sua idade? - - indagou
Maria
--- Eu? 19 anos e quase 20, como posso dizer. - - sorriu
Othon
--- Você sabe cozinhar, lavar chão, arrumar quarto? - - quis saber
Maria
--- Tudo isso eu sei. Minha mãe cozinhava bem que só! Ela morreu e eu estou sozinha. - - relatou
Othon
--- Morreu! Bem. Eu tenho um negócio para se fazer. Entre, pois não! - - e a moça caminho a pé
Maria
--- É alto? - - disse a ver o edifício
Othon
--- Num instante se chega no AP. Entre! - - sorriu
Eles entraram do AP e a mocinha ficou espantada com pouca coisa existente no local. O escritório onde o homem tinha seus equipamentos de DVD, algumas revistas e livros, retratos entre outras coisas. No quarto, apenas uma cama de casal sem coberta. Na cozinha, nada demais havia. Maria ficou sem saber o que fazia.
Maria
--- Só isso?  - - relatou
Othon
--- Eu estou de mudança. Agora, só isso. E você? - - sorriu

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