- TRAJES -
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NOVIDADES
Othon observou
quieto a moça e lhe fez perguntas para ter certeza de que Maria era uma nova
empregada em seu AP e não, uma pessoa qualquer daquelas que vem e vai para não
mais voltar no dia seguinte. Maria, acanhada até, lhe respondeu tudo o que ele
perguntava. Trajes, sapatos, roupas de baixo, carência, namorado, moradia entre
outras questões que normalmente se faz a uma nova pessoa quando não se conhece
muito bem. Algumas vezes, ela sorria. Outras, Maria parecia querer chorar de
verdade. E assim, o homem ajustou contas com a moça afirmando ser ela sua nova
secretaria.
Othon
--- Tem
trajes? Roupas? - - perguntou-lhe
Maria
--- A que o
senhor está vendo. – - respondeu com
calma.
Othon
--- Mal. Bem
mal. Vamos ali, comigo. Agora você vai ter roupas. - - acertou
Maria
--- Mas
senhor, eu não tenho dinheiro! - - alertou com espanto
Othon
--- Eu sei que
não tem. Mas vamos assim mesmo na loja! Agora você terá roupas. Aguarde porque
outros moveis estarão chegando e você vai ter serviço! - - e entrou no seu
carro.
A moça,
temerosa, a olhar para um lado e outro, se encolheu toda. A vergonha era muita.
Ela não sabia quem era aquele homem. Poderia ser um “gostosão”, um alguém
qualquer e lema era uma pobre vítima de assanhado protetor. Sem saber Maria
quis vomitar naquele instante. O homem então apanhou um lenço e deu a Maria
para ela vomitasse enquanto podia. O carro trafegava em direção a ponto de estacionamento
e então, a moça vomitou o quase nada. Apenas o medo lhe fazia lançar o que
ainda não tinha comido até aquela hora. Tremendo como vara, ela depois ficou
mais tranquila voltando a ingressar do carro.
Othon
--- Botou p’ra
fora o que não te servia? - - perguntou
Maria
--- Sim.
Apenas água! - - com cara azeda
Othon
--- Isso é
bom. Acalme-se. Tudo está bem! Agora, as compras! - - sorriu
Maria
--- Mas
senhor? Eu não tenho dinheiro! - - respondeu
Othon
--- Você já
disse. - - e olhou para Maria
O veículo estacionou
por trás da loja onde era possível guardar os carros e ele desceu pedindo a
moça a fazer o mesmo. De imediato a moça refletiu e respondeu.
Maria
--- Mas eu
estou suja! - - acanhada
Othon
--- Aqui, vale
o que você compra. Não importa o que você traja! - - alertou.
Em seguida, os
dois entraram e o moço do balcão sem se fazer de rogado, atendeu de pronto.
Othon mostrou o seu cartão de crédito e mandou a moça escolher o que quisesse.
Maria
--- Eu não sei
escolher roupas. - - envergonhada
Othon
--- Você!
Chame uma atendente para orienta a moça! - - disso o homem para o atendente
Atendente
--- Pois não,
senhor! Um instante. Imediatamente! - - saiu correndo por entre os balcões.
Tão imediato
como um tufão, três atendentes chegaram aos pés de Othon cheia de sorrisos,
provocantes e atraentes. A moças apenas diziam. Pois não, senhor. O que podemos
fazer? Roupas? Sandálias? Algo mais? Othon não se importou com o porte das
senhoritas. Apenas alegou.
Othon
--- Vista-a! -
- disse o homem
Atendentes
--- O que a
senhora deseja? - - perguntaram as três atendentes.
Maria
--- Eu não
sei. Mas o que eu procuro, senhor? - - olhou para Othon
Othon
--- Senhorita,
eu necessito de você com urgência. O que eu quero, não importa. Você é quem
sabe escolher o que gosta de vestir, calçar, vestir meias e qualquer coisa a
mais. Veja se a loja tem o que você quer. Eu fico aqui sentado e darei o meu
“sim” para o que gostar. Agora, siga a atendente, por favor.
A moça fez um
gesto que a moça aceitou de imediato e dispensou as demais atendentes. Após
longo tempo, Maria saiu vestida com trajes perfeitos. E seguiu vestida com
elegância. Ela era enfim o top da moda. Sorridente, logo pediu ao seu patrão
para ir até a sua casa, uma vez ter um assunto a resolver, com certeza, antes
de partir para a sua nova função.
Maria
--- Pode ser?
- - sorriu
Othon
--- Também eu
tenho uma coisa para te dizer. Hoje eu não vou para o AP. Talvez você tenha
paciência para no dia de amanhã e nós nos encontraremos. Ao meio dia,
certamente. Eu tenho umas obrigações a cumprir. Estamos certos? - - quis saber
Maria
--- Sim
senhor. E a chave do AP? Como fica? - - perguntou
Othon
--- O vigia
sabe a senha. Peça que ele abre. - -
Cedo da manhã,
Maria estava à procura do vigia do Edifício e logo o encontrou. Pediu-lhe a
senha e o vigia rumou para o AP de seu Othon. A moça, com pressa, logo ajeitou
os poucos móveis que restavam – uma cama sem coberta e o escritório do homem
onde estava estampado um retrato e alguém que ela não conhecia, por certo. Logo
após lavou a pouca louça ainda existente. Passou a toalha no banheiro, retirou
um restante de lixo, enxaguo o chão entre outros méritos corriqueiros. De
cadeira, tinham duas. Uma relativamente troncha. Maria observou aquele resto de
cadeira e deu-lhe vontade de jogar fora.
Maria
--- Vamos
deixar como está! - - e guardou em um canto qualquer do quarto de dormir.
Após passar o
esfregão em toda casa, limpar moveis que ainda restava, verificar o banheiro
onde estava uma mini escada de ferro, ela já tinha nada a fazer. Cuidou de limpar
os móveis do escritório onde estava e tal retrato de uma moça de quem ela não
sabia nada. Apenas observou com atenção e colocou em cima do bureau de forma
como encontrou.
Maria
--- Noiva? Bem
parecida! - - teceu comentário
Logo à frente
encontrou um retrato de várias pessoas.
Maria
--- Que é
isso? Retrato no chão? Parece que perderam por aqui. - -
E levou o
retrato para pôr junto ao da moça estranha. E notou que a moça estranha não
estava no segundo retrato. Maria não buscou entender a razão da desaparecida
figura. Talvez fosse alguém da família ou de uma filha bem antes de casar
novamente com outra pessoa. Nesse momento, Maria ouviu um barulho para o lado
do banheiro dos empregados. Chegou depressa, mas não viu coisa alguma.
Maria
--- Ratos? Só
pode ser! Bichos imundos! - -
E novamente
limpou o banheiro das domésticas e colocou um aromatizante encontrado em uma
estante do pequeno quarto.
Maria
--- Pronto!
Quero ver se vem ainda! - - reclamou
Já era quase
meio dia e nesse momento chegou ao AP o senhor Othon com algo nas mãos. Pelo
cheiro exalado, Maria entendeu ser a comida do meio dia. Ela sorriu por um
instante e teve que pegar os negócios que o senhor trouxera.
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