domingo, 20 de novembro de 2016

A MORTE NA ESTAÇÃO - 25 -

- TRAJES -
- 25 -
NOVIDADES

Othon observou quieto a moça e lhe fez perguntas para ter certeza de que Maria era uma nova empregada em seu AP e não, uma pessoa qualquer daquelas que vem e vai para não mais voltar no dia seguinte. Maria, acanhada até, lhe respondeu tudo o que ele perguntava. Trajes, sapatos, roupas de baixo, carência, namorado, moradia entre outras questões que normalmente se faz a uma nova pessoa quando não se conhece muito bem. Algumas vezes, ela sorria. Outras, Maria parecia querer chorar de verdade. E assim, o homem ajustou contas com a moça afirmando ser ela sua nova secretaria.
Othon
--- Tem trajes? Roupas? - - perguntou-lhe
Maria
--- A que o senhor está vendo. –  - respondeu com calma.
Othon
--- Mal. Bem mal. Vamos ali, comigo. Agora você vai ter roupas. - - acertou
Maria
--- Mas senhor, eu não tenho dinheiro! - - alertou com espanto
Othon
--- Eu sei que não tem. Mas vamos assim mesmo na loja! Agora você terá roupas. Aguarde porque outros moveis estarão chegando e você vai ter serviço! - - e entrou no seu carro.
A moça, temerosa, a olhar para um lado e outro, se encolheu toda. A vergonha era muita. Ela não sabia quem era aquele homem. Poderia ser um “gostosão”, um alguém qualquer e lema era uma pobre vítima de assanhado protetor. Sem saber Maria quis vomitar naquele instante. O homem então apanhou um lenço e deu a Maria para ela vomitasse enquanto podia. O carro trafegava em direção a ponto de estacionamento e então, a moça vomitou o quase nada. Apenas o medo lhe fazia lançar o que ainda não tinha comido até aquela hora. Tremendo como vara, ela depois ficou mais tranquila voltando a ingressar do carro.
Othon
--- Botou p’ra fora o que não te servia? - - perguntou
Maria
--- Sim. Apenas água! - - com cara azeda
Othon
--- Isso é bom. Acalme-se. Tudo está bem! Agora, as compras! - - sorriu
Maria
--- Mas senhor? Eu não tenho dinheiro! - - respondeu
Othon
--- Você já disse. - - e olhou para Maria
O veículo estacionou por trás da loja onde era possível guardar os carros e ele desceu pedindo a moça a fazer o mesmo. De imediato a moça refletiu e respondeu.
Maria
--- Mas eu estou suja! - - acanhada
Othon
--- Aqui, vale o que você compra. Não importa o que você traja! - - alertou.
Em seguida, os dois entraram e o moço do balcão sem se fazer de rogado, atendeu de pronto. Othon mostrou o seu cartão de crédito e mandou a moça escolher o que quisesse.
Maria
--- Eu não sei escolher roupas. - - envergonhada
Othon
--- Você! Chame uma atendente para orienta a moça! - - disso o homem para o atendente
Atendente
--- Pois não, senhor! Um instante. Imediatamente! - - saiu correndo por entre os balcões.
Tão imediato como um tufão, três atendentes chegaram aos pés de Othon cheia de sorrisos, provocantes e atraentes. A moças apenas diziam. Pois não, senhor. O que podemos fazer? Roupas? Sandálias? Algo mais? Othon não se importou com o porte das senhoritas. Apenas alegou.
Othon
--- Vista-a! - - disse o homem
Atendentes
--- O que a senhora deseja? - - perguntaram as três atendentes.
Maria
--- Eu não sei. Mas o que eu procuro, senhor? - - olhou para Othon
Othon
--- Senhorita, eu necessito de você com urgência. O que eu quero, não importa. Você é quem sabe escolher o que gosta de vestir, calçar, vestir meias e qualquer coisa a mais. Veja se a loja tem o que você quer. Eu fico aqui sentado e darei o meu “sim” para o que gostar. Agora, siga a atendente, por favor.
A moça fez um gesto que a moça aceitou de imediato e dispensou as demais atendentes. Após longo tempo, Maria saiu vestida com trajes perfeitos. E seguiu vestida com elegância. Ela era enfim o top da moda. Sorridente, logo pediu ao seu patrão para ir até a sua casa, uma vez ter um assunto a resolver, com certeza, antes de partir para a sua nova função.
Maria
--- Pode ser? - - sorriu
Othon
--- Também eu tenho uma coisa para te dizer. Hoje eu não vou para o AP. Talvez você tenha paciência para no dia de amanhã e nós nos encontraremos. Ao meio dia, certamente. Eu tenho umas obrigações a cumprir. Estamos certos? - - quis saber
Maria
--- Sim senhor. E a chave do AP? Como fica? - - perguntou
Othon
--- O vigia sabe a senha. Peça que ele abre. - -
Cedo da manhã, Maria estava à procura do vigia do Edifício e logo o encontrou. Pediu-lhe a senha e o vigia rumou para o AP de seu Othon. A moça, com pressa, logo ajeitou os poucos móveis que restavam – uma cama sem coberta e o escritório do homem onde estava estampado um retrato e alguém que ela não conhecia, por certo. Logo após lavou a pouca louça ainda existente. Passou a toalha no banheiro, retirou um restante de lixo, enxaguo o chão entre outros méritos corriqueiros. De cadeira, tinham duas. Uma relativamente troncha. Maria observou aquele resto de cadeira e deu-lhe vontade de jogar fora.
Maria
--- Vamos deixar como está! - - e guardou em um canto qualquer do quarto de dormir.
Após passar o esfregão em toda casa, limpar moveis que ainda restava, verificar o banheiro onde estava uma mini escada de ferro, ela já tinha nada a fazer. Cuidou de limpar os móveis do escritório onde estava e tal retrato de uma moça de quem ela não sabia nada. Apenas observou com atenção e colocou em cima do bureau de forma como encontrou.
Maria
--- Noiva? Bem parecida! - - teceu comentário
Logo à frente encontrou um retrato de várias pessoas.
Maria
--- Que é isso? Retrato no chão? Parece que perderam por aqui. - -
E levou o retrato para pôr junto ao da moça estranha. E notou que a moça estranha não estava no segundo retrato. Maria não buscou entender a razão da desaparecida figura. Talvez fosse alguém da família ou de uma filha bem antes de casar novamente com outra pessoa. Nesse momento, Maria ouviu um barulho para o lado do banheiro dos empregados. Chegou depressa, mas não viu coisa alguma.
Maria
--- Ratos? Só pode ser! Bichos imundos! - -
E novamente limpou o banheiro das domésticas e colocou um aromatizante encontrado em uma estante do pequeno quarto.
Maria
--- Pronto! Quero ver se vem ainda! - - reclamou
Já era quase meio dia e nesse momento chegou ao AP o senhor Othon com algo nas mãos. Pelo cheiro exalado, Maria entendeu ser a comida do meio dia. Ela sorriu por um instante e teve que pegar os negócios que o senhor trouxera. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário