FEITIÇARIA
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FEITIÇARIA
Já quase 10 horas da manhã
daquele dia quando Janilce chegou ao Jornal. Sua amiga, Marilu, veio com a
amiga apenas para deixa-la, uma vez ter rumado para o escritório da Radio Tirol
onde afazeres tinham de cumprir naquele resto de manhã. Ao sair de seu
apartamento, Marilu deu como presente um livro impressionante. Um tratado sobre
feitiçaria. Em troca, Marilu ficou com um sobre bordeis. O livro sobre
Feitiçaria era algo bem antigo apesar de estar quase novo pela bela
conservação. Por certo, o seu dono era um daqueles que muito zelava bastante
por ter um tratado de coisas antigas. Um tanto cansada, Janilce subiu a escada
para bem dizer, quase morta por ter tido serviços logo cedo do dia. O trem
apitou na rua próxima ao Jornal do Estado. Essa zoada se tornara tão comum que
não dava importância a Janilce. Tao logo chegou ao topo, a moça adentrou no seu
escritório, vendo logo os jornais do dia. O chefe Lauro ainda não havia
chegado. Por certo, ele estava ainda em seu escritório do Palácio do Governador
tratando de assuntos peculiares. O livro sobre a Pedra Filosofal ficou deitada
onde a sua nova dona o colocou. Nesse instante, entrou no seu escritório o
fotógrafo Canindé e logo falou
Canindé
--- Que bicho te mordeu? - - quis
saber
Janilce
--- Mudanças. Estou morando na
casa de Marilu, agora. - - sorriu
Canindé
--- Ah Bom. Assim é melhor. Não
atrasa nunca. - - sorriu
Janilce
--- Vou experimentar. Mas eu
procuro uma outra tapera. - -
Canindé
--- O namorado deixa? - -
Janilce
--- Não tenho nenhum dessa
espécie! - -
Canindé
--- Com isso a coisa pega. - -
Janilce
--- Já viu esse livro? - - e
mostrou A Pedra Filosofal
Canindé
--- Não
sei ler. Me dar sono. - -
Janilce
--- É
bom. Quer? - -
Canindé
--- Fica
para outro dia. - -
Janilce
--- Mas,
escute o que diz a Pedra Filosofal. Veja. O segredo ligado à feitiçaria e a
Magia Negra, escondido em estranhas imagens e código mistificante seria a fonte
do poder supremo dando riquezas e até a imortalidade. Seria tudo um mito? –
Canindé
--- Sei
lá. E o que diz mais? –
Janilce
--- Os
manuscritos revelam a verdadeira Pedra Filosofal. As lendas são muitas. Uma
Pedra misteriosa, portadoras de poderes incríveis, eu te pergunto: será que
chegou a existir, um dia?
Canindé
--- Sei
lá. Dona Mariquinha disse, uma vez, que ela possuiu. Mas não me mostrou. –
Janilce
--- No
mundo antigo, um filosofo era quem procurava a Sabedoria. Um venerando sábio
que conseguiu desvendar os segredos do mundo
Canindé
--- E
desvendou mesmo? –
Janilce
--- A
Pedra Filosofal, por milhares de anos, tomou toda parte do mundo civilizado. Os
primeiros registros da Pedra Filosofal datam do tempo de Cristo.
Canindé
--- Faz
muito tempo, mesmo.
Janilce
--- Os
povos tomaram conhecimento da Pedra há muitos anos. A formula para fazer ouro,
o mais precioso dos metais, é um sonho que remonta há milênios. O Rei Midas
transformava tudo em ouro. O toque de Midas.
Canindé
---
Midas? –
Janilce
--- Sim.
Mas a Pedra tinha um poder ainda maior. Ela precisa ser criada. Faz com uns
ingredientes que se juntam a formação da Pedra.
Canindé
--- Já
prestou! - - gargalhou
Janilce
---
Sério. É um processo necessário para combiná-los. Um dos ingredientes, é o
mercúrio. Depois de muita luta, os sábios conseguiram encontrar a formula.
Transformar chumbo em ouro. Um elixir que proporciona a imortalidade. O homem
não morre nunca
Canindé
--- Já
que Leão vai ser transformado em um homem de ouro, pelo jeito da carruagem. Ele
bole todo dia com chumbo. E assim ele vai se transformar em ouro. - - gargalhou
Janilce
--- Não
sorria seu homem. Estou falando sério. Os alquimistas são homens sérios e
buscaram a Pedra Filosofal. Dizem eles que esse composto pode servir para a
imortalidade.
Canindé
--- Vá
tentando. – - gargalhando
Janilce
--- Pois
sim. Se ele misturar chumbo em ouro você verá. - - abusada
Canindé
---
Menina. Acorde. Isso é o sonho.
Janilce
--- Pode
até ser, mas, não duvido de nada! Os alquimistas criaram o laboratório da Pedra
Filosofal. Trava-se de um processo lento e perigoso. Criaram o elixir da vida
ou a forma líquida da Pedra Filosofal que requeria uma formula de metais
pesados que próprio alquimista podia ingerir.
Canindé
--- E ele
se transformava em ouro? - - perguntou sorrido
Janilce
--- Confesso
não saber ainda. Eu estou estudando. Só depois posso saber. Mas, é um segredo.
Não se diz assim a três por quatro.
Canindé
--- Um
segredo de feiticeiro, na certa. - -
Janilce
---
Digamos que “sim”. É um mistério. Da forma como o autor do “Corcunda de Notre
Dame”, o Vitor Hugo.
Canindé
--- Pode
ser. Vou descer. Até.
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