domingo, 23 de julho de 2017

GRANDES DEUSES - 03 -

- BALEIA -
03
BALEIA

Marilu adormeceu por volta da meia noite a ponto de deixar seu livro totalmente aberto sem nem sequer esperar ser fechado. Quando acordou, Marilu notou o que deixara por fazer. E de imediato, pegou o livro e o fechou dizendo asneiras por seu eterno sono. Sem mais o que fazer às seis horas da manhã procurou ver se sua mãe saíra de casa pela madrugada, umas cinco horas, por certo. Ainda bêbada de sono a moça saiu para fazer asseios. Na mesa, notou bolos e pamonha. Sua mãe se lembrou em deixar seu café já pronto e não se importou em acorda-la. Com a cara feia, a moça entrou para o banheiro. Observou para o relógio Cuco e viu a hora certa.
Marilu
--- Merda! Vai dormir assim ...! - - e suspendeu de dizer a “praga”.
Depois do café, a moça olhou para o Cuco e pensou ser melhor sair direto para o Jornal uma vez ser tarde para passar no Café de sua mãe, dona Noca. Então, a moça depois de limpar o seu quarto, lembrou em seu livro, pegou o volume e saiu. Na rua, viu o gazeteiro já distribuindo jornais em cada casa. Ela não se importou. Era melhor ir ao Jornal onde poderia ver um dos volumes com mais tranquilidade. O motorista já estava aposto quando Marilu chegou a porta para subir as escadas e em iniciar o labor. Alguns repórteres já estavam a trabalhar em suas tarefas próprias. Marilu observou que Janilce não havia chegado. Isso era normal, por certo.
Após passar a vista no jornal notou que novas matérias se avolumaram em meio do que ela já colocara. Nesse meio tempo sentiu a presença de Janilce. Ela chegara na companhia de outros redatores. E foi sentar próximo a Marilu.
Janilce
--- Notou o mal tempo pela madrugada? - - indagou
Marilu
--- Acordei as seis. Nem vi o mundo acabar! - - falou sem insistir      
Janilce sorriu e nada comentou. Mesmo assim algo para tecer conversa.
Janilce
--- Pelo que eu li, antes de pregar os olhos, foi uma citação por demais interessante naquele livro que em comprei.
Marilu
--- Que diz? - - indagou lendo o jornal da manhã.
Janilce
--- Um caso interessante. Durante gerações um resumo majestoso da criação do nosso mundo tem sido o núcleo do judaísmo, do cristianismo e do islamismo, as três religiões monoteístas, sendo essas duas últimas, frutos da primeira. No século XVII um arcebispo da Irlanda calculou por esses versos iniciais, o dia, até o momento da origem criação do mundo. - - sorriu
Marilu
--- Pois é. Você já ouviu falar em Sidarta Gautama? - - quis saber
Janilce
--- Creio que não. Quem é ele? - - perguntou
Marilu
--- Buda. O Iluminado. Nasceu no Nepal. Interessante! O seu nome significa “pastor de vacas”. Ou seja, a vaca é um animal forte. E quem cuida é o mesmo que se cuidar do “Universo”. Os nomes têm um significado diferente. Cada pessoa tem o seu nome. - - mastigou a unha da mão
Janilce
--- Eu, jamais imaginaria em tal nome. Pastor de Vacas. - - sorriu
Nesse ponto Canindé entrou apresado na redação e foi logo chamando os repórteres.
Canindé
--- Vambora cambada. Tem serviço! Uma baleia está encalhada nas pedras! Vamos! Vamos! –
E nesse ponto, com muita pressa, observou Janilce e quase arrastou pelo braço, falando sério.
Janilce
--- Baleia? Onde? – - perguntou e se desfez do puxão
Marilu
--- Baleia? Nas pedras? Quem falou? - - se levantou a moça da cadeira em que estava de modo espantada.
Canindé
--- Um pescador! Vamos logo! Até agora nem bombeiro chegou perto! - - já cansado
Marilu
--- Cuida! Vamos embora! Você, Janilce. Vamos! Vamos! - - apressada
Janilce
--- Danou-se! Um dia é o trem. No outro, a baleia! - - correu e busco resma de papel da redação
E pela escada, desceram em busca do carro. Canindé chamou por Gadelha, o motorista e logo se apeou no veículo. Nesse instante, vinha chegando o Diretor e, com a pressa do pessoal, perguntou.
Lauro
--- Aonde vão vocês? - -
Marilu
--- Pescar baleia. Uma enorme encalhou nas pedras de Barreira Roxa, diz Canindé. - - apressada
Lauro
--- Espere. Eu vou também. Eu levo outro repórter. - - correu para o interior do Jornal
Marilu
--- Eu vou com você! - - chamando atenção de Lauro
Canindé
--- Vamos embora! Eles seguem a gente! - - falou para o motorista
Com um pouco, um segundo repórter ingressou no auto de Lauro. Além desse, Marilu, chefe de redação, caminhou no banco da frente. O outro veículo já havia perdido de vista. Outros carros passavam em direção da Cidade Alta ou do Alecrim. Uma freada brusca. Um veículo sacolejou para evitar a colisão com o auto de Lauro ainda na Ribeira. O motorista gritou.
Motorista
--- Está bêbado sua “porra”! - - gritava o outro motorista
Sem dar conta, Lauro trafegou insistente indagando a Marilu.
Lauro
--- Por onde eles foram? - - perguntou exaltado
Marilu
--- Pela praia, eu creio. - - se agarrando por causa dos solavancos que sofria o auto
Lauro
--- Use o cinto! - - olhou vexado para Marilu
Marilu
--- Está apertado. - - alertou a moça
Mais à frente seguia o carro de Canindé a toda pressa. Janilce sofria com os solavancos da estrada feita de barro e pedras.
Janilce
--- Não dá para ir mais devagar? - - falou a moça
Canindé sorriu e detalhou.
Canindé
--- Está com medo? Pois a baleia nem está. Segura-se! - - falou o fotografo
Janilce
--- Agora, deu! - - cara abusada
Canindé
--- Tem um garrote da estrada! - -
Gadelha, de imediato, freou em cima do garrote. 

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