- TRABALHO -
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TRABALHO
Com o fim dos trabalhos, Salésia
deixou a casa humilde e rumou, em companhia de Julia, filha de Lindalva, a
mulher que entrava em transe. Pelo caminho, Salésia, não suportando, então
chorou vagamente. Julia compenetrou-se e disse-lhe que aquilo era até normal
pois já estava acostumada com esse tipo de transe. Ela mesma não dava crença
aos trabalhos. Mas havia quem desse. Não, que viesse a sua casa. Mas aos outros
locais até mais distantes. Julia se irritava porque a sua mãe jamais explicará
como se fazia esses transes e em por que só entrava para receber o seu pai,
Rosário. E as duas amigas caminharam, solitárias, até o ponto de uma bodega.
Chegando, Salésia pediu licença à sua companheira para que comprar uns pais e
bolachas para levar a sua casa, caso normal até. E pediu ao bodegueiro o que
lhe servia e saiu, então.
Salésia
--- Toma bolacha - - ofereceu a
Julia
Julia
--- Obrigada. Não tenho fome a
essa hora. - -
Salésia
--- Mas peque assim mesmo para
satisfazer as lombrigas. - - gargalhou
Julia tirou duas bolachas e
então, sorriu. As amigas chegaram a casa de Salésia e essa se desculpou indo
até a cozinha. Dentro da casa, Salésia perguntou por seu pai.
Laura
--- Foi ver o jogo. - - respondeu
se referindo ao jogo de futebol
Salésia
--- Ô mania “’triste”. - - e saiu
com pressa
Quando chegou lá fora já
encontrou Olga, a outra amiga. Esse viera de sua casa para apenas conversar com
as outras amigas. No meio da conversa, Olga falou de ter que ir na manhã do dia
seguinte fazer um teste de emprego em uma casa de comércio e até perguntou as
amigas.
Olga
--- Vocês não querem se aventurar
também? Deve haver uma fila enorme. - -
Salésia
--- Quem está mais precisando é
Julia. Vai, besta. - - cutucou a outra amiga
Julia
--- Por que tu não vais? - -
respondeu com rosto amargo
Olga
--- Até que é bom irmos as três.
Vamos, Julia! - -
Na manhã seguinte, bem cedo ainda
quando o dia pouco clareou, as três donzelas estavam na fila da loja de artigos
domésticos esperando a vez de chamada. Era uma fila enorme de gente, apenas
para mulher, uma vez que era apenas para jovens femininas. Não cabia alí,
homens jovens ou idosos. A espera durou pouco, pois um homem marcou a entrada
de algumas, desprezando as demais. Isso deu uma polémica dos diabos com o
restante das moças que se acharam desprezadas, não se sabendo o motivo. No
final de tudo, ficaram três jovens: Salésia, Julia e Olga as que foram
aprovadas, incluindo exame de datilografia.
Mestre
--- Vocês foram aprovadas.
Amanhã, bem cedo, estejam aqui com seus documentos. – - foi o que disse o
mestre.
Elas, as três, ficaram
entusiasmadas por terem sido aprovadas. Só havia um, porém: Julia tenha curso
superior incompleto. Os problemas de casa findaram atrapalhado os seus estudos.
Ela, sem nada falar, apenas declarou consigo mesma.
Julia
--- E agora? - - pensativa.
Após o entusiasmo por terem sido
aprovadas, cada uma seguiu para a sua moradia e foram se ajeitar para próximo
emprego, e nada mais. Sentindo fortes dores, Julia, de imediato, imaginou
consigo mesma logo ao findar a tarde.
Julia
--- Merda! Lá vem a história. É a
mesma coisa. - - chorou e correu para o seu quarto de dormir. A sua mãe,
Lindalva, correu atrás. E logo quis saber.
Lindalva
--- Está doente? - - indagou
Com a cabeça enfurnada, a moça
respondeu que sim.
Julia
--- As regras! - - disse então a
chorar
Lindalva
--- Tome um chá. Camomila! Você
conhece muito bem. - - advertiu
A cólica menstrual, também
chamada de dismenorreia, é uma dor pélvica que ocorre devido à liberação de
prostaglandina, substancia responsável por fazer o útero contrair para então
eliminar o endométrio. A mulher correu até a cozinha para fazer o chá de
Camomila para amenizar as dores no útero de sua filha. Foi e voltou em um
segundo para que a moça bebesse o chá de uma só vez. Em seguida, Lindalva foi a seu oráculo onde
cumpria suas obrigações. E assim que obteve o resultado, agradeceu as Runas.
Então, retornou ao leito onde deixara a sua filha.
Lindalva
--- Melhorou? - - quis saber
Julia
--- Bem melhor. Faça mais chá
para quando eu sentir mais dores. - -
Lindalva
--- Vou fazer. Mas essas dores já
se foram. - - falou contente.
Na terça-feira, a moça amanheceu
toda contente e se perfumou a seu modo esperando as duas amigas para saírem
juntas. E assim, procedeu. Na metade do caminho, Julia encontrou um rapaz, seu
conhecido que lhe falou sem muita pressa.
Moura
--- Estão chamando gente para o
emprego nos Correios. Tem vagas. - - disse o amigo
Julia
--- Correios? Epa! Emprego
federal! - - sorriu
Olga
--- Vai desistir desse agora? - -
assustada
Julia
--- Que você acha? - -
Salésia
--- É bem melhor. Se for verdade,
até eu vou. - -
E as duas moças torceram o
caminho e seguiram de imediato para a Agencias dos Correios. Ao chegarem ao
local havia pouca gente. Desconfiadas eles quiseram saber primeiro se havia
local de inscrição para o trabalho na repartição. Então, o rapaz declarou.
Aderbal
--- Comigo mesmo! Seus nomes! - -
Salésia
--- Mas já? - - assustada
Aderbal
---A ordem chegou ontem. Emprego
fixo, um expediente, segundo grau e os documentos. - -
Julia se admirou por tanta
gentileza e de imediato, colocou toda a documentação bem próximo do rapaz
seguida de Salésia que ainda assim quis saber
Salésia
--- Qual o salário? - -
Aderbal
--- Vencimentos. Os vencimentos
são iguais a três ou mais salários mínimos. - -
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