quarta-feira, 5 de julho de 2017

SALÉSIA - 03 -

- TRABALHO -
- 03 -
TRABALHO

Com o fim dos trabalhos, Salésia deixou a casa humilde e rumou, em companhia de Julia, filha de Lindalva, a mulher que entrava em transe. Pelo caminho, Salésia, não suportando, então chorou vagamente. Julia compenetrou-se e disse-lhe que aquilo era até normal pois já estava acostumada com esse tipo de transe. Ela mesma não dava crença aos trabalhos. Mas havia quem desse. Não, que viesse a sua casa. Mas aos outros locais até mais distantes. Julia se irritava porque a sua mãe jamais explicará como se fazia esses transes e em por que só entrava para receber o seu pai, Rosário. E as duas amigas caminharam, solitárias, até o ponto de uma bodega. Chegando, Salésia pediu licença à sua companheira para que comprar uns pais e bolachas para levar a sua casa, caso normal até. E pediu ao bodegueiro o que lhe servia e saiu, então.
Salésia
--- Toma bolacha - - ofereceu a Julia
Julia
--- Obrigada. Não tenho fome a essa hora. - -
Salésia
--- Mas peque assim mesmo para satisfazer as lombrigas. - - gargalhou
Julia tirou duas bolachas e então, sorriu. As amigas chegaram a casa de Salésia e essa se desculpou indo até a cozinha. Dentro da casa, Salésia perguntou por seu pai.
Laura
--- Foi ver o jogo. - - respondeu se referindo ao jogo de futebol
Salésia
--- Ô mania “’triste”. - - e saiu com pressa
Quando chegou lá fora já encontrou Olga, a outra amiga. Esse viera de sua casa para apenas conversar com as outras amigas. No meio da conversa, Olga falou de ter que ir na manhã do dia seguinte fazer um teste de emprego em uma casa de comércio e até perguntou as amigas.
Olga
--- Vocês não querem se aventurar também? Deve haver uma fila enorme. - -
Salésia
--- Quem está mais precisando é Julia. Vai, besta. - - cutucou a outra amiga
Julia
--- Por que tu não vais? - - respondeu com rosto amargo
Olga
--- Até que é bom irmos as três. Vamos, Julia! - -
Na manhã seguinte, bem cedo ainda quando o dia pouco clareou, as três donzelas estavam na fila da loja de artigos domésticos esperando a vez de chamada. Era uma fila enorme de gente, apenas para mulher, uma vez que era apenas para jovens femininas. Não cabia alí, homens jovens ou idosos. A espera durou pouco, pois um homem marcou a entrada de algumas, desprezando as demais. Isso deu uma polémica dos diabos com o restante das moças que se acharam desprezadas, não se sabendo o motivo. No final de tudo, ficaram três jovens: Salésia, Julia e Olga as que foram aprovadas, incluindo exame de datilografia.
Mestre
--- Vocês foram aprovadas. Amanhã, bem cedo, estejam aqui com seus documentos. – - foi o que disse o mestre.
Elas, as três, ficaram entusiasmadas por terem sido aprovadas. Só havia um, porém: Julia tenha curso superior incompleto. Os problemas de casa findaram atrapalhado os seus estudos. Ela, sem nada falar, apenas declarou consigo mesma.
Julia
--- E agora? - - pensativa.
Após o entusiasmo por terem sido aprovadas, cada uma seguiu para a sua moradia e foram se ajeitar para próximo emprego, e nada mais. Sentindo fortes dores, Julia, de imediato, imaginou consigo mesma logo ao findar a tarde.
Julia
--- Merda! Lá vem a história. É a mesma coisa. - - chorou e correu para o seu quarto de dormir. A sua mãe, Lindalva, correu atrás. E logo quis saber.
Lindalva
--- Está doente? - - indagou
Com a cabeça enfurnada, a moça respondeu que sim.
Julia
--- As regras! - - disse então a chorar
Lindalva
--- Tome um chá. Camomila! Você conhece muito bem. - - advertiu
A cólica menstrual, também chamada de dismenorreia, é uma dor pélvica que ocorre devido à liberação de prostaglandina, substancia responsável por fazer o útero contrair para então eliminar o endométrio. A mulher correu até a cozinha para fazer o chá de Camomila para amenizar as dores no útero de sua filha. Foi e voltou em um segundo para que a moça bebesse o chá de uma só vez.  Em seguida, Lindalva foi a seu oráculo onde cumpria suas obrigações. E assim que obteve o resultado, agradeceu as Runas. Então, retornou ao leito onde deixara a sua filha.
Lindalva
--- Melhorou? - - quis saber
Julia
--- Bem melhor. Faça mais chá para quando eu sentir mais dores. - -
Lindalva
--- Vou fazer. Mas essas dores já se foram. - - falou contente.
Na terça-feira, a moça amanheceu toda contente e se perfumou a seu modo esperando as duas amigas para saírem juntas. E assim, procedeu. Na metade do caminho, Julia encontrou um rapaz, seu conhecido que lhe falou sem muita pressa.
Moura
--- Estão chamando gente para o emprego nos Correios. Tem vagas. - - disse o amigo
Julia
--- Correios? Epa! Emprego federal! - - sorriu
Olga
--- Vai desistir desse agora? - - assustada
Julia
--- Que você acha? - -
Salésia
--- É bem melhor. Se for verdade, até eu vou. - -
E as duas moças torceram o caminho e seguiram de imediato para a Agencias dos Correios. Ao chegarem ao local havia pouca gente. Desconfiadas eles quiseram saber primeiro se havia local de inscrição para o trabalho na repartição. Então, o rapaz declarou.
Aderbal
--- Comigo mesmo! Seus nomes! - -
Salésia
--- Mas já? - - assustada
Aderbal
---A ordem chegou ontem. Emprego fixo, um expediente, segundo grau e os documentos. - -
Julia se admirou por tanta gentileza e de imediato, colocou toda a documentação bem próximo do rapaz seguida de Salésia que ainda assim quis saber
Salésia
--- Qual o salário? - -  
Aderbal
--- Vencimentos. Os vencimentos são iguais a três ou mais salários mínimos. - -


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