sexta-feira, 28 de julho de 2017

GRANDES DEUSES - 08 -

JORNAIS
08 
CASAMENTO

Segunda-feira, de manhã, Marilu chegara as sete horas. Na redação não tinha viva alma a não ser o pessoal da foto, inclusive Canindé. Os três fotógrafos estavam trancados no laboratório, ao que parece, conversando com a conversas de sempre, pois para Marilu só chegavam os risos de cada um. A mulher que fazia limpeza das salas passava para o lado mais de dentro em busca de algo, como um balde ou vassoura, certamente. O cheiro de perfume invadia todo o meio ambiente por conta do borrifador usado. Na sala, Marilu foi buscar os jornais do fim de semana chegados do Rio de Janeiro para se entender o que demais era notícia. Com um pouco mais chegaram os repórteres da manhã, inclusive Janilce. Essa chegara com o rosto antipático para nem se perguntar o que houve.
Janilce
--- Merda! Minhas regras! - - falou para Marilu um tanto abusada
Marilu
--- Nem fale nisso! Estou vendo a hora de ocorrer comigo! - - relatou
Janilce
--- Que livro é esse? - - indagou apontando para o tomo.
Marilu
--- Esse? Gilgamesh! Um livro antigo. Homens do Espaço. - -
Janilce
--- Vou usar o seu sofá. As cólicas estão irritantes. Licença! Quero puxar a barriga para baixo. –
E a moça se deitou de papo para baixo. Pôs um magazine no rosto para não ver ninguém. Marilu a observou e não disse nada. Continuou com o seu trabalho de examinar o que foi feito do sábado até domingo. Na sala em frente, chegava gente a toda hora. Gadelha entrou na sala de Marilu trazendo revistas.
Gadelha
--- Seu Ramão! - - entregou as revistas da Agencia Pernambucana e viu Janilce deitada com a face coberta. Nada perguntou. Apenas a olhou piscando um olho. Marilu entendeu e nada falou. O livro Gilgamesh permanecia no lugar. E logo, entrou em seu escritório o senhor Lauro. De onde estava, fez um aceno a Marilu como a chama-la. Ela entendeu e foi em frente. Canindé entregou a Marilu, antes da mesma seguir, as fotos do dia. E dali, retornou. Ela agradeceu e entrou no gabinete a cumprimenta o Diretor. Ele sorriu e falou
Lauro
--- Que tem a moça? - - quis saber
Marilu
--- Coisas de mulher, mesmo. Nada de mais. - -
Lauro
--- Certo. Sua mãe, como vai? - -
Marilu
--- Hoje saiu mais tarde. Disse que tinha negócios a fazer. Não sei o que é. - -
Lauro
--- Vamos viajar? - - sorriu
Marilu
--- De bonde?  - - sorriu
Lauro
--- Bonde não tem mais. De avião. Nem precisa dizer sim! - -
Marilu
--- De avião? Eu preciso conversar com minha mãe. De avião? Para onde? Rio? –
Lauro
--- Sim. Ao Rio. É o aniversário do Senador. Vamos fazer uma festa. E você é uma das tais. Eu tenho algo para entregar a você. - -
E Lauro entregou um par de alianças em uma caixa de veludo escuro.
Marilu
--- Que é isso? Alianças? Para mim? - - a moça estremeceu
Lauro
--- Sim. Ponha no dedo e pronto. - - sorriu
Marilu
--- Mas. Mas. Mas. E você nem sabe se eu aceito? - - e chorou
Lauro
--- Ora. Aceite. Vamos mostrar na redação. Eu te quero. Só isso. - - relatou
Marilu se esqueceu do destino e sentou na poltrona chorando de emoção. Com poucos instantes toda a redação comemorava o pedido de casamento feito por Lauro. E o pessoal se abraçava com orgulho ovacionado Marilu por ter aceito a rogativa. A moça, desambientada, apenas agradecia aos companheiros de oficio. Nesse justo instante, surgiu do seu local onde estava, a virgem Janilce. Inquieta, indagou.
Janilce
--- Quem faz aniversário? - - perguntou preocupada.
No mesmo dia, à noite, Marilu acompanhada de Lauro, chegaram a casa de dona Noca para oficializar o pedido de casamento. Antes, porém, dona Noca, sem saber de nada, foi dizendo sem ter nenhuma noção de que estava a ocorrer.
Noca
---Vendi o Café. - - falou sem mais nem que e se perceber a presença de Lauro
Marilu
--- Vendeu? A quem? - - assustada
Noca
--- A um sargento. Quer dizer. É o nome do homem. Sargento. –
Marilu
--- E agora? Que vai fazer? - - indagou
Noca
--- Fazer vendagem para conhecidos. E você? Que está a seu lado? - -
Marilu
--- Ora, mãe! É Lauro, do jornal. Não diga que não o conhece? - - perguntou abusada
Noca
--- A sim. Seu Lauro. E o que faz aqui a essa hora da noite? –
Lauro
--- Boa noite, dona Noca. Como tem passado? É que eu vim trazer Marilu e ao mesmo tempo lhe pedir a mão de sua filha em casamento. - - sorriu
Noca
--- Minha filha? E por que não disse logo? Alianças? - - e observou as alianças
Marilu
--- Ora, mãe! A senhora não deixou o homem falar! - - se desculpou
Noca
--- E tu queres? Ah bom. Se é assim, está dada! - - disse a mulher ainda desconfiada.
Lauro
--- Tem uma coisa. Depois de amanhã, creio, nós vamos para o Rio festejar o aniversário de meu pai. Eu pergunto: a senhora que ir? - - quis saber
Noca
--- Não. Viajem bem e veja lá menina. – e olhou para a barriga da moça
Marilu
--- Ora. Mãe. Aqui está tudo fechado - - dizendo isso, sorriu
Então, Lauro gargalhou. 

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