domingo, 30 de julho de 2017

GRANDES DEUSES - 10 -

COPACABANA
10
GRANDE RIO

Quando chegou ao Rio de Janeiro, dona Noca ficou extasiada por ver tantos aviões. Uns, decolavam para o mar, outros faziam o vou para o Sul ou o Centro. Gente muita a andar para um lado e para outro. E a mulher estava desnorteada. A filha a sorri, chamou por sua mãe alegando que eles estavam chegando no aeroporto do Rio. Tudo, ali, era diferente. Nesse instante, Lindalva, mãe de Lauro, se acercou do filho amado, o abraçando e beijando e, em seguida abraçou afável a moça, Marilu e, por sugestão de Lauro, ela dirigiu a dona Noca, igualmente a abraçando-a. A mulher, um tanto nervosa, aceitou aquele abraço. Vestindo um traje de cor negra, longo, todo bordado, Noca quase desmaia por ver tanta gente a desfilar e a conversar com os seus assuntos vários.
Lindalva
--- Como passas, dona Noca? Gente muita! - - falou suave.
Noca
--- Pensei que não ia mais chegar. - - falou olhando nervosa o povo no aeroporto
Lindalva
--- Estas admirando o pessoal? - - sorriu com paciência
Noca
--- Tem mais gente do que formiga. - -
Sorrisos francos. Lauro foi o mais distinto. A filha, Marilu, se tremia na base com cuidado para não sair um disparate da boca de sua mãe. Então, despachada as malas, o automóvel de luxo seguiu com seus ocupantes para o Hotel onde estava o Senador com a sua barriga gigante. No meio do caminho, dona Lindalva se preocupava em mostrar a dona Noca tudo de belo pelo caminho. Senhoras com vestidos alongados, pois era o normal, homem em trajes de paletó, bondes, carros, pessoas a atravessar as ruas, entre outras, e o Hotel Central, onde os visitantes teriam de ficar naqueles tempos de glória. Um formigamento deu nas penas de dona Noca que, só não coçou por ter vergonha.
No interior do Hotel, Noca foi apresentada ao Senador. Com muito gosto, o homem com cordialidade a cumprimentou. E declarou com afabilidade.
Senador
--- Agora somos uma família. Faladava apenas conhecer a ilustre senhora Noca! - - abraços
Noca pouco entendeu os apreços pois estava se urinando e precisava de um vaso com urgência. Sem sossegou, pegou Marilu pela gola e puxou para adiante.
Noca
--- Filha, estou me mijando! - - foi o que disse apertando as pernas.
Quando Noca entrou no banheiro do Hotel, algo sobrenatural ocorreu. Uma cortina se deslizou sobre os trilhos sem Noca toca em nada. Ela teve um sustou e ficou a olhar aquela misteriosa cortina. Procurou de um lado a outro o que fez a cortina deslizar, porém nada notou. Sentiu as suas pernas a molhar de imediato. Então, a mulher notou que estava urinada pelo sustou dado. Um calafrio se assomou o corpo inteiro e de vez, chamou a sua filha, mesmo a porta de banheiro estando fechada. A moça, que estava próxima a porta de repente acudiu ao chamado.
Marilu
--- Abra a porta, minha mãe!!! - - sacudiu a maçaneta.
Noca não conseguia abrir a maçaneta da porta e dizia por dentro.
Noca
--- Não abre. Está como se estivesse travada. Eu estou mijada. Um negócio sacudiu a cortina. Por favor. Ajude-me!!  - - gritava chorando.
Marilu
--- É o vento? - - perguntou
Noca
--- Não tem vento. A cortina se mexeu de repente. Ajude-me.! – - e torcia a maçaneta sem conseguir abrir a porta
Marilu
--- A senhora fechou a cortina? - - indagou do lado de fora.
Noca
--- Eu nem cheguei a mexer nela! - - destacou
Marilu
--- Espere. Vou abrir a porta. Espere. Não toque em nada! - - e a moça destrancou a porta
Lindalva, de imediato, chegou ao banheiro pelo lado de fora acompanhado a filha da mulher.
Lindalva
--- Ela está presa? - - perguntou
Marilu
--- Parece. A tranca não abre. Nem para um lado, nem para outro!!! - - reclamou
Lauro
--- Que houve? - - chegou apressado
Marilu
--- Minha mãe está presa por dentro. Eu não consigo destrancar a maçaneta! – - Virando e desvirando a maçaneta
Lauro
--- Deixa eu ver. - - e sacudiu a maçaneta sem fazer esforço e logo abriu a porta.
Lindalva
--- Coitada. No primeiro dia? Deixa eu entrar! - - e lá foram as duas, a mãe de Lauro e Marilu para dentro do banheiro
Noca chorava como um neném abraça com a filha. A moça agarrou-se a sua mãe e dona Lindalva procurava abrir e fechar a cortina e, essa, corria com facilidade. Não havia nada de anormal. Logo em seguida, chegou Lauro e um feitor para ver ao certo que houve com a cortina.
Lauro
--- A cortina fechou de imediato, conforme desse a senhora, deslizando sobre os trilhos. E a senhora nem chegou a tocar em nada.
O rapaz verificou os trilhos e nada ocorreu.
Lauro
--- E então? - - quis saber
Mecânico
--- Vou ver outras e outros apartamentos. - - saiu com pressa
Lindalva
--- O que ele disse? - - perguntou atenta
Lauro
--- Não disse nada. - - magoado
Marilu se retirou com sua mãe para o quarto reservado às duas. Dona Noca, retirando a roupa molhada de urina, apenas chorava a dizer.
Noca
--- Que vergonha, meu pai. Eu vou embora. Eu vou. - - soluçando
Marilu
--- Ora mãe. Deixa de tolice. Isso acontece. Eu também tenho vontade. A senhora se acalme. Depois, isso passa. - - refez a moça
Noca
--- Comigo, nunca!!! - - magoada
Marilu
--- Quer um pouco de café? - -
Noca
--- Um pouco. Mas eu vou embora! - - soluçando 

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