CANÇÃO DO SÚCUBO
- 04 -
SÚCUBO
Dias seguintes, Salésia e Julia
já estavam na repartição na Ribeira, executando os seus trabalhos de
conformidade com a sua obrigação. Elas estavam contentes da vida vendo ser tão
bom está executando aquele serviço sem maior preocupação. Elas ficaram do
segundo turno e outros servidores eram postos no primeiro turno. Julia logo
veio a intenção de estudar na Universidade que deixava tempos passados por
questão de dificuldades financeiras. Com um novo serviço, tudo correu às mil
maravilhas. Em certo dia, ao final da tarde, Julia e Salésia ouviram de outro
funcionário de caso ocorrido com ele. E foi então o fato.
Melquisedeq
--- Gente! Eu vou contar uma
história! Não se assustem. Eu sempre fui sensitivo. Eu vejo seres estranhos, de
outra dimensão, tenho visões. Mas isso nunca me importunou. Eu não sou católico
mas sigo religiões pagãs como a Ásatrú a antiga religião nórdica. Aliás eu
também sou médium, uma herança do meu pai, que ele odeia pelo fato de também
ser médium.
Salésia
--- É a família toda! - -
gargalhou
Julia estava calada e calada
ficou. Apenas ouviu o que o servidor queria dizer. E ele, após um breve
sorriso, continuou.
Melquisedeq
--- Bem. Como eu dizia. Enfim, eu
sempre tive uma forma de contato com o mundo do lado de lá. Às vezes, isso me
assusta como me assustava quando era criança com certas coisas. Esse contato
inusitado começa de forma diferente.
E toda a sala parou para ouvir o
relato contado pelo jovem Melquisedeq. Uns gracejavam, outros ficavam
simplesmente a ouvi-lo, enfim. E juntou-se todos para escutar o relato do
assombro.
Melquisedeq
--- Eu acreditava no diabo como
sendo um homem louro, como eu sou, e imaginava como se eu encontrasse com um
Súcubo, uma mulher diabólica, por assim dizer! Hum? Uma mulher na forma de uma Súcubo
atraente.
E quase todos, na sala,
gargalharam, menos Julia que continuava muda. Ela cruzou os braços e se pôs a
escutar.
Virgílio
--- Ah se eu te pego diabinha! -
- e gargalhou em seguida.
Salésia
--- Espera! Deixa o homem falar!
– e abanou com a mão direita
Melquisedeq
--- E então, esses pensamentos se
intensificaram em minha mente. Então, ontem, eu estava já deitado, adormecido,
com um frio de quase gelo, eu todo coberto com um lençol de lã, apenas com uma
luz acesa. Eu adormeci por completo. Lá pela meia noite, eu acordei, fervendo
de calor. O meu quarto estava muito quente. E o canto oposto da luminária
estava muito escuro que não dava para se enxergar o que estava dentro.
Virgílio
--- Maldição! Assombro! Uuuuu! -
- gargalhou o pequeno homem. Ele era muito baixo
Salésia
--- Cala tua boca, nojento! - -
falou com ódio a moça.
Melquisedeq
--- E lá estava ela, a minha
Súcubo. Toda vestida de branco. Um branco que eu nem sei como definir. A minha
Súcubo estava encostada do armário, parada em uma forma bem sedutora. Eu, de
imediato, sabia quem era a minha súcubo. E não teve conversa. Eu arrastei o
coberto e me enrolei com toda ânsia no meio da mulher sedutora. E eu disse: “eu
não queria que viesse. Mas, se veio, faça de mim o teu escravo”. E cópula durou
a noite inteira. Eu apenas dizia! “Minha deusa me proteja”. - - sorriu as
pencas
Quase todos caíram na frenética gargalhada,
menos a moça Julia.
Às cinco e meia horas da tarde
daquele dia todos saíram para as suas casas, inclusive as novatas, Salésia e
Julia. As duas entre outras, tomaram o ônibus que parava em frente aos
Correios. Em instantes, Julia teceu comentário sobre um assunto ocorrido que
nada havia com o do rapaz, Melquisedeq. Mas, de algum modo se assemelhava. O
caso de uma moça, parente de Julia.
Julia
--- Eu tenho algo a te contar. O
caso de Vera, parenta da minha mãe. E minha parenta também. Certo dia, Vera
estava lá em casa e, passada a hora, ela se comprometeu em ir buscar pão na
padaria que fica ainda hoje, num beco ao lado lá de casa. Passada a hora, Vera
não voltou. Já por quatro horas, nada da moça. Então, um irmão de Vera pegou o
carro e foi ver o que ocorrera. Perguntada na padaria, não houve notícia.
Salésia
--- E a Polícia? - - indagou
Julia
--- Essa disse que só depois de
24 horas para buscar a pessoa como desaparecida. Num dado momento, um senhor de
idade, apareceu na casa de minha mãe. Um homem comum, usando um chapéu e roupa
rasgada veio dizer apenas que a moça havia sido raptada em um outro carro.
Salésia
--- E ninguém soube disso? –
Julia
--- Lá na vizinhança, ninguém
sabia. Mas os bandidos raptaram Vera e levaram até uma praça, conforme disse o
velho, e nesse ponto Vera observou que estava em um auto e por acaso ainda
percebeu o número da placa.
Salésia
--- E fugiu? - - atordoada.
Julia
--- Momento. Vera estava presa no
interior do carro, sem poder sair, pois estava com os braços atados. Então,
ouviu batidas a porta do auto e pode observar que eram pessoas amigas que
estavam a sua procura. Vera sofreu um
sequestro relâmpago por dois bandidos.
Salésia
--- Nossa! Teve foi sorte. - -
Julia
--- Pois é. Eles abandonaram o
carro porque esse começou a falhar. Deixaram a moça sozinha. Os dois
sequestradores foram presos duas semanas depois. O caso era saber quem foi
aquele senhor maltrapilho que apareceu? Então, a avó materna, com 86 anos,
morando em outro bairro foi visitada por um mesmo homem quando estava na sua
cama, dormindo. Vera, se assustou com tudo aquilo. E o homem disse a Vera que
ele esteve com ela quando houve o sequestro e ele foi que a protegeu no carro.
Salésia
--- Ele era vivo? - - indagou
Julia
--- Não. Morrera há vários anos.
Estava apenas com a sua mulher, a avó de Vera. Ele falou que todo dia vinha
visita-la.
Salésia
--- E Vera não sabia que ele era
seu avô? - -
Julia
--- Não. Ele morreu antes de Vera
nascer. Ela sempre disse que o seu pai lhe dizia não temer de visitas de gente
amiga.
Salésia
--- Tua mãe não conheceu esse avô
por parte da mãe de sua avó? - -
Julia
--- Do meu avô por parte de pai?
Não. Eles moravam no interior. Meu avô morava longe quando ele morreu. Apodi,
parece. - -
Salésia
--- Eu tenho parentes no
interior, também!
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