LEMBRANÇAS
13
RECORDAÇÕES -
Naquela mesma noite, a moça Julia
estava em sua casa respondendo as questões indagadas por sua mãe Lindalva desde
quando saiu para a Igreja de Santo Antônio e a Repartição dos Correios. O
atendimento a um Frade, a ida a casa de um médico a pedido de sua amiga. Por
fim, o baque sofrido no meio da Praça que ela não lembrava. Apenas recordou uma
pessoa, um velho e a sua barriga a indagar quem se tratava de uma moça. Disso,
Julia lembrou pouco a pouco. Da queda na praça, Julia esquecera. Apenas dizia
frases desconexas. O rapaz – Luiz – ela se lembrou tempo após. Um estudante,
parecia ser. Assuntos diversos, Julia tentava querer se lembrar, mas não
conseguia assim. Algo obstruía suas lembranças. A mãe de Julia teve uma
sensação. Seria bom chamar um médium. Eurípedes, profundo conhecedor das
anomalias psíquicas. Ele residia bem próximo a sua casa. E falou então.
Lindalva
--- É bom você chamar o senhor
Eurípedes. Ele entende muito bem desses transes. - - assustada
Julia
--- Ele está em casa? - -
perguntou moça
Lindalva
--- Sim. Ele nunca sai. A não ser
quando é chamado. - - falou
E logo a mulher saiu para ver se
o senhor Eurípedes se encontrava em sua residencia e se podia ir a sua moradia
naquele momento. Não demorou 15 minutos e o senhor Eurípedes atendeu ao chamado.
Nesse momento, já encontrou na residencia de Julia, as suas duas amigas, Olga
de Salésia. As três conversavam sobre o surto sofrido de Julia. O homem as
cumprimentou juntamente com Lindalva, mãe de Julia. Logo após, o senhor
Eurípedes perguntou a dona da casa se tinha um local reservado onde ele pudesse
está com maior tranquilidade com a moça.
Lindalva
--- Tem. O meu quarto onde eu
faço minhas orações. –
Eurípedes
--- Ah. Bom. Vamos entrar. A
mocinha deve vir também. As duas, podem ficar, se for o caso. –
Olga e Salésia sentiam frio de
tremer os ossos. Eles sentiam algo diferente e não sabiam o que era na verdade.
Apenas tremiam de frio naquela hora.
Olga
--- Que frio! - - tremendo e
esfregando as mãos nos braços
Salésia
--- Eu também estou sentindo. Vai
chover? - - indagou
Olga
--- Não. O céu está claro. - -
batendo os queixos
No quarto dos Santos, Lindalva
chegou acompanhada da sua filha, Julia e do médium, Eurípedes. Houve um momento
de silencia e paz. O médium for umas orações em silencio acompanhado por dona
Lindalva. A filho de recostou na parede, com certeza sem rezar naquele momento.
Um vento frio correu a casa e fora, as moças procuraram de agasalhar ainda
mais. Certo tempo, o senhor Eurípedes solicitou a moça Julia que se sentasse em
uma cadeira de palha. Então, Julia obedeceu sem reclamar. Em seguida, de mãos
sobre a cabeça da jovem o homem alertou.
Eurípedes
--- Eu vou te postar as mãos.
Você não diga nada quando eu perguntar. A entidade é quem fala.
Julia obedeceu com cuidado.
Lindalva apagou a luz do quarto permanecendo acesa apenas duas velas brancas.
Passou-se um breve tempo de entidade falou.
Entidade
--- Por que me chamastes. - -
falou com voz grossa
Eurípedes
--- Como te chamas? - - indagou
Entidade.
--- Tu sabes muito bem. - -
respondeu
Eurípedes
--- Diga-me teu nome. - -
Entidade
--- Eu venho de muitos séculos. -
-
Eurípedes
--- De qual século tu viestes? -
-
Entidade
--- Do mais remoto? - -
Eurípedes
--- Não. Do mais recente. - -
Entidade
--- Tu queres ir comigo? =
Eurípedes
---Não. Quero apenas saber. - -
Entidade
--- Para que tu queres saber?
Eurípedes
--- Para poder continuar a
conversar com o senhor, entidade. –
Entidade
--- Continuar? Continuar, como? –
Eurípedes
--- O senhor, entidade, teve
mansão nesta cidade? –
Entidade
--- Sim. Eu tenho. –
Eurípedes
--- Há quanto tempo o senhor se
passou dessa vida para o além? –
Entidade
--- Eu não passei desse mundo.
Sempre estou aqui. –
Eurípedes
--- Assim é melhor de conversarmos.
O senhor reside por trás da Catedral? - -
Entidade
--- Sim. Eu, minha mulher e a
minha filha Alice. - -
Eurípedes
--- Sei bem. O senhor conhece
alguém por nome de Salésia? –
Entidade
--- Salésia. Bem. Eu tenho um
recado para uma Salésia. –
Eurípedes
--- Como é o teu nome, por favor?
Entidade
--- Melquiades. Médico. –
Eurípedes
--- O senhor pode passar-me a
mensagem? - -
Melquiades
--- Não posso. É possível só a
Salésia eu contar. –
Eurípedes
--- Um instante, por favor. –
Nenhum comentário:
Postar um comentário