- RIO NILO -
07
NILO
Então, Marilu prosseguiu a
conversa iniciada na manhã daquele domingo. Ouvia-se os gritos vindos do campo
de futebol, com certeza por alguma vitória ainda sem final. O buzinaço dos
carros era mais estridente naquela hora de fim de tarde. Um rapaz conversava
algo sem graça com o seu amigo de companhia passando célere em caminho da rua
Felipe Camarão, no outro lado da pequena rua onde ficava a nova casa de Marilu.
Um garoto vendendo tapiocas passava quase com pressa para chega na artéria
seguinte. Uma moça saiu de sua casa sem nada contar a alguém, certamente sua
mãe. Na sala, dona Noca chegou com lanches para ambas as moças.
Marilu
--- Deixe eu terminar a conversa.
- - sorriu
E as duas amigas saborearam o que
vinha no prato posto por dona Noca, a dona da casa. Ao fim, a conversa
prosseguiu.
Janilce
--- Pronto. Terminei a minha
parte. Continue! - - falou séria
Marilu
---- Bem. A história começa antes
da destruição causada pelo “Diluvio”, quando ainda existia outra civilização na
Terra sobre o lugar que hoje convertido em lenda chamamos de Atlântida. Tinha
uma sabedoria que era produto da evolução da consciência do homem por milhares
de anos. Eram verdades aprendidas sobre o funcionamento do Universo e do
processo que chamamos: Vida. O estudo das constelações revelou que a humanidade
era uma reunião vivente entre o Céu e a Terra. Certo? - - indagou
Janilce
--- Sim. Eu estou a escuta.
Prossiga, por favor. - - disse a moça
Marilu
--- Muito bem. E que as estrelas
e os Sois ainda a influenciavam formando estações, ciclos e ritmos. Sábios
sacerdotes da Escola de Conhecimento de Naacal, na Atlântida, descobriram que o
Planeta estava nos momentos finais de um desses ciclos. Avisados sem que lhes
dessem ouvidos que uma catástrofe eminente destruiria as estruturas que
organizava a vida do homem. Sem o apoio da maioria da população, construíram
alguns barcos fechados por todos os lados e os protegeram com campos
eletromagnéticos de forças que podiam penetrar e dissolver a matéria comandada
pelo Sumo Sacerdote Chiquitet Arelich Vomalites subiram a bordo com suas
famílias, alguns instrumentos e animais domésticos. E afastaram-se de
Atlântida. - - sorriu
Janilce
--- Nossa! - - fez a moça.
Marilu
--- O Planeta estremeceu!
Janilce se encolheu na cadeira de
balanço feita de vime. Ela estava morrendo de medo.
Marilu continuou com a sua
preleção
Marilu
--- Os Céus e as águas arrasaram
os Continentes apagando quase todos os rastros de sua civilização. Com uma
evidencia próxima ao Egito foram encontrados uns gigantescos monumentos de
pedra chamados Megálitos, que por seu tamanho, peso e difícil montagem revelam
uma tecnologia desaparecida, certamente da civilização atlante. A primeira
evidencia está em Baalbek, Líbano. Lá se encontram os três maiores e mais pesados
monumentos de pedra do Mundo chamados Monólitos. Cada um pesa 1.200 toneladas,
mede vinte e cinco metros de comprimento, oito de largura e cinco de altura.
Janilce
--- É um monstro! - - disse a
moça
Marilu
--- Não existe, hoje, tecnologia
para levantá-las e muito menos para posicioná-las com tanta precisão. O lugar
onde foram talhadas fica a três quilômetros onde se encontra uma pedra do mesmo
tamanho que nunca foi utilizada pelos construtores originais.
Janilce
--- Igual as armações que se tem
em nosso interior. - - relatou
Marilu
--- Mais ou menos. Em virtude do
seu tamanho, a misteriosa plataforma tornou-se um lugar sagrado para as culturas
que depois do Diluvio se assentaram da região. Assírios, Persas, Gregos e, por
último, os romanos construíram seus principais Templos sobre a plataforma. - -
Janilce
--- Tudo isso já passou para a
história do passado remoto. –
Marilu
--- Para você vê. A segunda
evidencia está em Jerusalém. A cidade é sagrada para três religiões. Lá existem
outros desses Megálitos, monumentos gigantescos, pesando, cada um, mais de 800
toneladas. Por seu enorme e inexplicável tamanho também se converteram em
lugares sagrados em volta dos quais cresceu Jerusalém. Fazem parte da enorme
plataforma que sustentava o Templo dos Judeus e que hoje segura a Mesquita de
El Aksa e a Cúpula da Roca.
Janilce
--- Eu estou imaginando. Cúpula
da Roca. Deve ser muito linda. - - comentou
Marilu
--- As pedras fazem parte das
fundações do Muro das Lamentações. Hoje chega-se lá pelo um túnel que revelou
as enormes pedras. Os Megálitos de Baalbek e de Jerusalém faziam parte de
construções desaparecidas com o cataclismo universal e permaneceram em seu
lugar por serem tão imponentes. Este cataclismo destruiu a civilização Atlante.
Isto aconteceu por volta do ano dez mil e novecentos antes de Cristo quando o
sistema solar transitava no signo de Leão e está registrado nos Livros Sagrados
de todas as culturas do Mundo.
Janilce
--- Preciso ler mais. - - falou
envergonhada.
Marilu
--- Quando se recuperou o
equilíbrio, os Sacerdotes sobreviventes ao cataclismo desembarcaram no centro
da superfície terrestre no lugar onde sabiam que afluem as forças telúricas do
planeta. Esperavam utilizar essas forças para dar impulso ao pensamento do
homem construindo maciças formas piramidais que ressoavam, concentravam e
transformavam a vibração fundamental do planeta em energia.
Janilce
--- Imagine! - - observou
Marilu
--- Seres muito avançados
espiritualmente que tinham um conceito de progresso que não estava baseado em
aquisições matérias, mas encontra a paz e a harmonia interior transformando o
limitado homem animal em um super-homem. Esses sacerdotes, no momento se
chamaram de Zep-Tepi ou o Tempo Novo, viram ressurgir das águas um oásis
estreito e longo. Uma terra fértil rodeada pelo deserto protetor as margens de
um longo rio. Chamaram-no “Egito”, a terra que emerge das águas, o país de um
único rio, o Nilo, com as melhores condições para gerar uma nova civilização.
Janilce
--- Fantástico!!! - - sorriu
Marilu
--- Os Sacerdotes viram o
cataclismo como uma oportunidade de orientar a humanidade a um destino mais
alto e estruturar neste novo ciclo uma sociedade dedicada ao aperfeiçoamento
espiritual. A Esfinge demostra os enormes ciclos de tempo que consideravam. Sua
forma de Leão com cabeça de homem ressalta o ciclo compreendido entre a era de
Leão e a era de Aquário, os tempos da influência da nova civilização. Viam a
vida como um processo desenhado por um Deus, no qual o homem reencarna
sucessivamente para aperfeiçoar-se e ascender na hierarquia do Universo. –
Janilce
--- Os egípcios já surgiram como
pensadores em reencarnação? - - quis saber
Marilu
--- Positivo. Eles e os demais.
Note-se os Anunnakis vindo das Estrela e voltando para o Céu? Os povos antigos,
todos eles sempre voaram das Estrelas para a Terra ou para outros planetas.
Existem no Universo seres de todos os tipos. Grandes e pequenos. Não ficou
apenas para os homens da Terra, a vontade de migrar para outra vida quando
morrer. Eu não sei se eu mesma vou para as Estrela. Mas, confesso que sinto
vontade de ir. - - gargalhou
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