quinta-feira, 27 de julho de 2017

GRANDES DEUSES - 07 -

- RIO NILO -
07
NILO

Então, Marilu prosseguiu a conversa iniciada na manhã daquele domingo. Ouvia-se os gritos vindos do campo de futebol, com certeza por alguma vitória ainda sem final. O buzinaço dos carros era mais estridente naquela hora de fim de tarde. Um rapaz conversava algo sem graça com o seu amigo de companhia passando célere em caminho da rua Felipe Camarão, no outro lado da pequena rua onde ficava a nova casa de Marilu. Um garoto vendendo tapiocas passava quase com pressa para chega na artéria seguinte. Uma moça saiu de sua casa sem nada contar a alguém, certamente sua mãe. Na sala, dona Noca chegou com lanches para ambas as moças.
Marilu
--- Deixe eu terminar a conversa. - - sorriu
E as duas amigas saborearam o que vinha no prato posto por dona Noca, a dona da casa. Ao fim, a conversa prosseguiu.
Janilce
--- Pronto. Terminei a minha parte. Continue! - - falou séria
Marilu
---- Bem. A história começa antes da destruição causada pelo “Diluvio”, quando ainda existia outra civilização na Terra sobre o lugar que hoje convertido em lenda chamamos de Atlântida. Tinha uma sabedoria que era produto da evolução da consciência do homem por milhares de anos. Eram verdades aprendidas sobre o funcionamento do Universo e do processo que chamamos: Vida. O estudo das constelações revelou que a humanidade era uma reunião vivente entre o Céu e a Terra. Certo? - - indagou
Janilce
--- Sim. Eu estou a escuta. Prossiga, por favor. - - disse a moça
Marilu
--- Muito bem. E que as estrelas e os Sois ainda a influenciavam formando estações, ciclos e ritmos. Sábios sacerdotes da Escola de Conhecimento de Naacal, na Atlântida, descobriram que o Planeta estava nos momentos finais de um desses ciclos. Avisados sem que lhes dessem ouvidos que uma catástrofe eminente destruiria as estruturas que organizava a vida do homem. Sem o apoio da maioria da população, construíram alguns barcos fechados por todos os lados e os protegeram com campos eletromagnéticos de forças que podiam penetrar e dissolver a matéria comandada pelo Sumo Sacerdote Chiquitet Arelich Vomalites subiram a bordo com suas famílias, alguns instrumentos e animais domésticos. E afastaram-se de Atlântida. - - sorriu
Janilce
--- Nossa! - - fez a moça.
Marilu
--- O Planeta estremeceu!
Janilce se encolheu na cadeira de balanço feita de vime. Ela estava morrendo de medo.
Marilu continuou com a sua preleção
Marilu
--- Os Céus e as águas arrasaram os Continentes apagando quase todos os rastros de sua civilização. Com uma evidencia próxima ao Egito foram encontrados uns gigantescos monumentos de pedra chamados Megálitos, que por seu tamanho, peso e difícil montagem revelam uma tecnologia desaparecida, certamente da civilização atlante. A primeira evidencia está em Baalbek, Líbano. Lá se encontram os três maiores e mais pesados monumentos de pedra do Mundo chamados Monólitos. Cada um pesa 1.200 toneladas, mede vinte e cinco metros de comprimento, oito de largura e cinco de altura.
Janilce
--- É um monstro! - - disse a moça
Marilu
--- Não existe, hoje, tecnologia para levantá-las e muito menos para posicioná-las com tanta precisão. O lugar onde foram talhadas fica a três quilômetros onde se encontra uma pedra do mesmo tamanho que nunca foi utilizada pelos construtores originais.
Janilce
--- Igual as armações que se tem em nosso interior. - - relatou
Marilu
--- Mais ou menos. Em virtude do seu tamanho, a misteriosa plataforma tornou-se um lugar sagrado para as culturas que depois do Diluvio se assentaram da região. Assírios, Persas, Gregos e, por último, os romanos construíram seus principais Templos sobre a plataforma. - -
Janilce
--- Tudo isso já passou para a história do passado remoto. –
Marilu
--- Para você vê. A segunda evidencia está em Jerusalém. A cidade é sagrada para três religiões. Lá existem outros desses Megálitos, monumentos gigantescos, pesando, cada um, mais de 800 toneladas. Por seu enorme e inexplicável tamanho também se converteram em lugares sagrados em volta dos quais cresceu Jerusalém. Fazem parte da enorme plataforma que sustentava o Templo dos Judeus e que hoje segura a Mesquita de El Aksa e a Cúpula da Roca.
Janilce
--- Eu estou imaginando. Cúpula da Roca. Deve ser muito linda. - - comentou
Marilu
--- As pedras fazem parte das fundações do Muro das Lamentações. Hoje chega-se lá pelo um túnel que revelou as enormes pedras. Os Megálitos de Baalbek e de Jerusalém faziam parte de construções desaparecidas com o cataclismo universal e permaneceram em seu lugar por serem tão imponentes. Este cataclismo destruiu a civilização Atlante. Isto aconteceu por volta do ano dez mil e novecentos antes de Cristo quando o sistema solar transitava no signo de Leão e está registrado nos Livros Sagrados de todas as culturas do Mundo.
Janilce
--- Preciso ler mais. - - falou envergonhada.
Marilu
--- Quando se recuperou o equilíbrio, os Sacerdotes sobreviventes ao cataclismo desembarcaram no centro da superfície terrestre no lugar onde sabiam que afluem as forças telúricas do planeta. Esperavam utilizar essas forças para dar impulso ao pensamento do homem construindo maciças formas piramidais que ressoavam, concentravam e transformavam a vibração fundamental do planeta em energia.
Janilce
--- Imagine! - - observou
Marilu
--- Seres muito avançados espiritualmente que tinham um conceito de progresso que não estava baseado em aquisições matérias, mas encontra a paz e a harmonia interior transformando o limitado homem animal em um super-homem. Esses sacerdotes, no momento se chamaram de Zep-Tepi ou o Tempo Novo, viram ressurgir das águas um oásis estreito e longo. Uma terra fértil rodeada pelo deserto protetor as margens de um longo rio. Chamaram-no “Egito”, a terra que emerge das águas, o país de um único rio, o Nilo, com as melhores condições para gerar uma nova civilização.
Janilce
--- Fantástico!!! - - sorriu
Marilu
--- Os Sacerdotes viram o cataclismo como uma oportunidade de orientar a humanidade a um destino mais alto e estruturar neste novo ciclo uma sociedade dedicada ao aperfeiçoamento espiritual. A Esfinge demostra os enormes ciclos de tempo que consideravam. Sua forma de Leão com cabeça de homem ressalta o ciclo compreendido entre a era de Leão e a era de Aquário, os tempos da influência da nova civilização. Viam a vida como um processo desenhado por um Deus, no qual o homem reencarna sucessivamente para aperfeiçoar-se e ascender na hierarquia do Universo. –
Janilce
--- Os egípcios já surgiram como pensadores em reencarnação? - - quis saber
Marilu
--- Positivo. Eles e os demais. Note-se os Anunnakis vindo das Estrela e voltando para o Céu? Os povos antigos, todos eles sempre voaram das Estrelas para a Terra ou para outros planetas. Existem no Universo seres de todos os tipos. Grandes e pequenos. Não ficou apenas para os homens da Terra, a vontade de migrar para outra vida quando morrer. Eu não sei se eu mesma vou para as Estrela. Mas, confesso que sinto vontade de ir. - - gargalhou

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