segunda-feira, 10 de julho de 2017

SALÉSIA - 08 -

- A BRUXA -
- 08 -
A VELHA -
Em noite de sábado, as três amigas estavam em casa da Julia conversando sobre os serviços, para Olga, cansativos, por ter de embrulhar e desembrulhas pacotes o dia todo, atender às mulheres que buscavam algo que havia e os carros a buzinar a toda hora quando pela rua transitavam. Tudo isso, deixava a moça com a flor na pele, principalmente nos dias das regras (menstruarão). Nos dias normais, era de sossego para Olga, não levando em conta o desprazer das buzinas e tampouco dos trens quando passavam na rua Chile, próximo a que a moça trabalhava. E se chovia, era uma caninga dos diabos. A moça já estava exausta com todo aquele horror dando vontade de chorar. Julia, por seu lado, resolvendo amainar o terror da amiga, contou uma história vivida por um vendedor de bugigangas em cidades do interior. E assim, foi.
Julia
--- Interessante! Você reclama pelas buzinas dos carros que transitam em Natal e nem sequer sabe de algo bem mais perturbador. - - sorriu
Salésia
--- Lá vem você com suas diabruras. Conta logo e não faz graças! - - falou se ajeitando sentando no chão da calçada
Julia
--- Espera. Aquieta. Lembra-se de um homem que procurou comprar selo esta semana? Lembra?
Salésia
--- Não. Eu estava despachado um outro cliente. Eu o vi apenas quando ele saiu. Conte, então. –
Olga
--- Só quero ver! - - e colocou o queixo em suas mãos.
Julia
--- Pois bem. É a história desse homem vendedor de artigos que o povo pede no interior. Bugigangas. Ele vem a capital, compra e volta paras as cidades em que vende. Tudo aquilo ele vende pelo sertão nordestino. Disse o homem, certa vez, que ele estava enchendo seu saco quando notou a presença de uma mulher já de idade avançada. Isso se deu no mês passado na cidade que não era nem uma cidade. Vila. Poucas casas. Ele havia deixado seu calhambeque pouco distante e retirava as encomendas pedidas pelo pessoal da vila. Poucos casebres. - -
Salésia
--- Era longe essa vila? - - quis saber
Julia
--- Disso, ele não falou. Mas, pelo modo, não era tão longe assim. Era uma vila de poucas taperas. Ele falou ser apenas perto de lagoa. Estavam ele e o seu ajudante, também vendedor. Na verdade, era um povoado, eu lembro agora. Já passava das 5 horas da tarde, o tempo começava a escurecer e ele iniciou a sua caminhada de volta para pegar o carro que não ficava nem muito longe. Ficava mais menos perto. Ele contou que estava bastante cansado e pedia a Deus que ele chegasse ao carro.
Salésia
--- E tinha estrada? - - quis saber
Julia
--- Nem tanto. Que eu me lembre, seu José só falou em mato.
Olga
--- José era o vendedor?
Julia
--- Sim. Era. José Geraldo de Deus. O nome completo. Mas, quando ele se aproximo do carro sentiu o odor horrível como se tivesse queimando ou em putrefação. Quando ele sentiu a catinga, ele olhou para trás e perguntou a Benedito também sentia a catinga de carne morta
Benedito
--- Sinto não, senhor. - - estranhando a catinga só sentida por José Geraldo.
Julia
--- Naquele instante, olhando para ver se avistava o carro, o que o homem enxergou, foi de uma figura pavorosa. Uma velha a olhar fixo para ele. Era tão horrorosa chega ele se arrepiou. A velha tinha mais de 80 anos. Ele teve a sensação de congelar o coração. Aquele pavor assombrador.
Olga
--- Eu já estou é me peidando! - - gargalhou.
Salésia
--- Cala tua boca. Termina você. – - falou emburrada para Julia
Julia contemplou séria o rosto de Olga e indagou.
Julia
--- Quer ouvir a história? Por bem! Seu José ficou imóvel apontando para a perguntar para seu auxiliar que coisa era aquela. –
Benedito
--- Não vejo nada seu José. - - declarou em volta
Julia
--- Seu Jose disse que sempre olhava para a “desgraça” parada em frente a olhar para ele, apenas. E seu Benedito me puxou pelo braço e nesse ponto, a megera sumiu.
Salésia
--- Puta merda. Quem está sumindo agora sou eu! - - lhe deu um frio intenso.
Olga
--- Não vejo graça nessa história.  - - fez um bochecho
Julia
---Você não acha graça porque não foi com você. Mas quando a criatura desapareceu, o homem sentiu como se voltasse a realidade e viu quando Benedito jogou água em seu rosto e lhe sacolejando, tirando seu José daquele estado de choque.
Salésia
--- Eu queria conhecer seu José! - - reclamou a moça.
Julia
--- Você conhece. É porque não se lembra. Eu sei que quando ele despertou já estava dentro do carro de volta para a Cidade. Não conseguiu falar mais nada com seu Benedito.
Olga
--- Vou embora! Já ouvi! Eu estou com vontade de defecar. - - e saiu peidando.
Salésia
--- Cuidado com a velha! - - lembrou a moça
Julia
---Deixa para lá. Ele, seu José, me chamou a atenção que semanas após ele conseguiu falar com o homem Benedito e esse disse, também que passou um tempo parado e Benedito também sentiu um odor muito forte, chegando a se engasgar por esse motivo quando empurrava o nome dele, de José, e sacudir para reanima-lo
Salésia
--- E ninguém sabe dessa aparição? - - indagou.
Julia
--- Daí é que vem a história. A velha tinha metro e meio de altura, muito encurvada, daqui como apareceu com uma vestimenta longa, escura e trazia um prato de cozinha em sua mão. Tempo depois, ele voltou para fazer a entrega dos pedidos e, falando como um senhor de idade, ele me advertiu a não brincar com essa senhora idosa que costumava a aparecer no interior e aparece para as pessoas que enfrentam alguma dificuldade na vida, ou crianças que ela arrasta mata a dentro até sucumbir e nunca mais aparecem.
Salésia.
--- Verdade. Eu tenho cisma. Você já viu um mago que leva você ao passado? - - indagou
Julia
--- Eu, não. Mas já fui ao passado certa vez. - - 


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