- Christine Fernndes -
- 42 -
ASSOMBRAÇÃO
Eliane tinha 9 anos de idade. Era
uma menina inocente para os presságios da vida. No tempo em que essa história
ocorreu, Eliane morava com os seus pais em uma fazenda próximo de Natal, no
lugar conhecido por Mangabeira, município de Macaíba. A casa era distante da
vila e tinha um amplo terreno onde o homem, pai de Eliane, cultivava frutas de
onde todos dias buscava para a venda no vilarejo, onde tinha uma barraca. Todos
os dias o homem comercializava os produtos obtidos no amplo quintal de sua
fazenda. E, sempre com ele, estava a filha sem fazer coisa alguma a não ser
brincar com a sua boneca de pano. O pai levava a filha para o seu comércio
porque a mãe da criança trabalhava no centro da cidade e sentia-se muito
cansativa em arrastar a menina com ela até a sede do município com sol ou com
chuva. Por isso mesmo, a mulher preferiu deixas a sua filha aos cuidados do seu
pai.
Certa vez, como acontecia todos
os dias, um homem estacionou o seu carro numa parada próxima e desceu do
veículo para pesquisar os preços das mercadorias expostas à venda. Era um homem
bem trajado, porém sumamente desconhecido de qualquer vendedor de frutas visto
ter naqueles locais diversos negociantes a comerciar caju, manga, goiaba,
graviola entre muitas outras espécies. E o personagem foi direto para a banca
do vendedor onde o homem mantinha a sua filha a brincar com suas bonecas, visto
não haver outra criança no local. E o homem percebeu a garota e trocou de olhar
para ela. Os seus olhos pareciam duas bolas de gude quando ele observou a
pequena Eliane. Em seguida, ele expos os seus dentes em um sorriso macabro para
a bela inocente. O pai de Eliane nada disso observou, pois estava à procura das
melhores frutas para despachar ao novato cliente. Eliane apenas notou o sorriso
sarcástico daquele horripilante ser e se acolher junto as pernas do seu pai a
observar tão simplesmente a malévola criatura.
Isso durou pouco tempo. Em
seguida o homem saiu deixando a banca do pai da menina e embarcou de imediato
em seu carro seguindo a frente sem atropelos. Eliane ficou a observar o carro
em disparada até chegar a curva onde, por fim, sumiu. Apesar de tudo ter
ocorrido em frações de segundo, a menina nada falou ao seu pai, pois de nada
ocorreu. Outros fregueses chegaram e partiram como ocorria todos os dias,
inclusive no tempo de chuva intensa. À noite, a dormir em sua cama, no quarto à
parte do outro onde os seus pais ferravam do sono, a menina acordou assombrada
com a figura apática de um homem a lhe chamar para ir a outro local, onde um
imortal estava à sua espera para seguir um destino malévolo e horripilante do
terror. Então, Eliane gritou assombrada:
Eliane:
--- Mãe! Tem um monstro na minha
cama! – bradou da forma assustadora
Nesse momento, assustada com
tamanho grito, a mulher se levantou para ver, talvez uma barata ou um escorpião
a se penetrar na cama da menina. E assim, a sua mãe chegou ao quarto da garota
a indagar onde estava o escorpião já com chinelo na mão. Mas a menina disse a
correr para os braços de sua mãe não ser nada de bicho
Eliane:
--- É um monstro! Um homem
grande! Ele quer me levar! – adiantou tremendo de medo.
A mãe da menina então lhe disse
ser melhor ir dormir na sua cama, pois estava sozinha com seu marido e nada de
fantasma lhe ocorria.
Eliane
--- Mas é verdade! Ele quer me
levar! – falou chorosa.
A mãe respondeu que tudo isso
estava a passar. Com certeza ela teve gases intestinais. E a menina não tecia
acordo. Queria que a sua mãe pudesse ver o fantasma com exatidão. A mulher, com
bastante sono, apenas afagava a pequena enquanto entrava em seu quarto de
dormir. O vendedor de frutas ainda perguntou o que ocorria. E a mulher apenas
disse ter sido um susto tido pela menina. E assim, a madrugada se foi.
Porém, a criança não conciliou
mais o sono pesquisando por todo o recanto do quarto a horrenda figura que a
maltratara sobremaneira. A lâmpada acessa do corredor continuou sem desligar,
pois a menina estava sobressaltada de terror. Quando deu as 4 horas da manhã, o
homem se levantou para cumprir suas necessidades e caminhar pelo cercado em
busca de frutas maduras para logo comercializar a contento. As das 7 horas, a
mãe de Eliane buscou caminho e, dessa vez, a menina foi com ela, pois temia
encontra outra vez o “monstro” do dia passado. Sob as reclamações de sua mãe de
não haver necessidade de tanto temor, mesmo assim a garota foi até a casa onde
a mulher trabalhava. E sempre conduzindo a sua boneca, as vezes arrastando
pelas pernas e a dialogar com a sua mãe.
Eliane:
--- Mas eu vi! Ele era um
gigante! – dizia a menina sempre assustada
E a sua mãe tecia o vexame do
milho verde de tanto a garota comer na noite passada.
Mãe:
--- Milho verde dá dessas coisas!
Nó nas tripas! Diarreia! E tudo o que é ruim! – falou abusada
Eliane:
--- E por que o bruto falou
comigo? – indagou assustada
Mãe:
--- Que falou que nada! Você
estava era sonhando! – reprovou
Eliane
--- Não era sonho? Era verdade!
Eu vi o bruto! – reclamou com raiva
Mãe:
--- Por favor. Não fala nada!!
Isso tira a paciência até de um defunto! – reclamou abusada.
Eliane começou a chorar porque a
sua mãe também não acreditava em nada do que ela acabara de afirmar. A menina
se sentia acabada por não ter a consciência entre os seus pais. E, para
terminar, Eliana preferiu ficar calada e não mais afirmar ter sido um monstro a
atormentar lhe a todo custo na madrugada finda.
No local de trabalho de sua mãe,
Eliane descobriu outra menina da mesma idade que a sua. Essa menina sorriu para
Eliane e indagou se podia brincar assim com ela. Eliane disse só ter uma
boneca. A amiguinha mostrou o seu brinquedo;
Amiga;
--- Eu tenho um boneco também. –
ressaltou a sorrir.
Eliane:
--- Então, podemos brincar. –
sorriu também.
E as duas amigas começaram a
brincar de noivado. Quando o tempo correu e já era quase onde horas, Eliane
sentiu vontade de ir ao sanitário. Quando entrou no sanitário, a menina se
deparou com a mesma assombração da noite passada. Ela quis gritar, mas o homem
fantasma a proibiu de fazer alarde.
Fantasma:
--- Não adianta gritar. Aqui você
está só. Vamos agora conhecer o outro lado da vida!! O horror de outros tempos!
Vamos e já! – comentou com crueldade
Eliane desmaiou de vez sem ditar
uma única expressão. A assombração lhe elevou com precisão para os lugares mais
sombrios e remotos onde tudo não passava de escuridão mortal. Era o Inferno,
local sombrio e subterrâneo onde dessem as almas hediondas. Esses sujos lugares
subterrâneos estão situados a uma profundidade incomensurável no confim do
mundo. Eram regiões infernais limitadas pelo reino da Noite. As fendas cavadas
no solo se limitavam com os infernos. E alí estava o Deus da Guerra em um
ambiente sepulcral. O Rio do Infortúnio onde se descobre que a vida chegou ao
fim, é o transporte das almas dos mortos. Crianças e velhos estão a encerrar o
seu destino dos mortos. Ele é conhecido por suas águas sem vida. E a serpente
do mal, a mais agressiva das misteriosas serpentes, está pronta para tragar os
inertes personagens conduzidos as abismais sepulturas onde os Ícarus consomem
todos os infelizes. Os mestres da morte estão prontos para plantar o pacto com
os infernais locais dos demônios.
Fantasma:
--- Olhais bem para onde deves
seguir de agora em diante. Este é o verdadeiro Inferno. O Inferno cruento da
morte!!! – falou com altivez.
A pobre menina, já quase acabada
não entendia mais de coisa alguma. Apenas vira as negras sombras dos mortos a
naufragar para toda a eternidade. O Dragão dos Sonhos para destruir a ganância
e extermínio causados pelos seres infernais. O arqui-inimigo do domínio já está
na vasta pobre Terra. Enfim, a destruição do eterno.
Fantasma:
--- Olhais bem! Os demônios
afirmam que, se alguém contemplar direto para dentro dos seus enigmáticos
olhos, certamente irá morrer e será levado para o Inferno. As entradas para o
mundo dos mortos são como as necrópoles infernais!!! – gargalhou o bruto ser.
No dia seguinte, um grupo de
crianças, algumas vestidas de anjos do Céu, acompanhadas dos pais de Eliane e
de outros adultos, seguia o enterro para o Cemitério de Mangabeira. A causa
mortis declarava: “Desconhecida”.
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