quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

À LUZ DA LUA - 42


- Christine Fernndes -

- 42 -

ASSOMBRAÇÃO

Eliane tinha 9 anos de idade. Era uma menina inocente para os presságios da vida. No tempo em que essa história ocorreu, Eliane morava com os seus pais em uma fazenda próximo de Natal, no lugar conhecido por Mangabeira, município de Macaíba. A casa era distante da vila e tinha um amplo terreno onde o homem, pai de Eliane, cultivava frutas de onde todos dias buscava para a venda no vilarejo, onde tinha uma barraca. Todos os dias o homem comercializava os produtos obtidos no amplo quintal de sua fazenda. E, sempre com ele, estava a filha sem fazer coisa alguma a não ser brincar com a sua boneca de pano. O pai levava a filha para o seu comércio porque a mãe da criança trabalhava no centro da cidade e sentia-se muito cansativa em arrastar a menina com ela até a sede do município com sol ou com chuva. Por isso mesmo, a mulher preferiu deixas a sua filha aos cuidados do seu pai.  
Certa vez, como acontecia todos os dias, um homem estacionou o seu carro numa parada próxima e desceu do veículo para pesquisar os preços das mercadorias expostas à venda. Era um homem bem trajado, porém sumamente desconhecido de qualquer vendedor de frutas visto ter naqueles locais diversos negociantes a comerciar caju, manga, goiaba, graviola entre muitas outras espécies. E o personagem foi direto para a banca do vendedor onde o homem mantinha a sua filha a brincar com suas bonecas, visto não haver outra criança no local. E o homem percebeu a garota e trocou de olhar para ela. Os seus olhos pareciam duas bolas de gude quando ele observou a pequena Eliane. Em seguida, ele expos os seus dentes em um sorriso macabro para a bela inocente. O pai de Eliane nada disso observou, pois estava à procura das melhores frutas para despachar ao novato cliente. Eliane apenas notou o sorriso sarcástico daquele horripilante ser e se acolher junto as pernas do seu pai a observar tão simplesmente a malévola criatura.
Isso durou pouco tempo. Em seguida o homem saiu deixando a banca do pai da menina e embarcou de imediato em seu carro seguindo a frente sem atropelos. Eliane ficou a observar o carro em disparada até chegar a curva onde, por fim, sumiu. Apesar de tudo ter ocorrido em frações de segundo, a menina nada falou ao seu pai, pois de nada ocorreu. Outros fregueses chegaram e partiram como ocorria todos os dias, inclusive no tempo de chuva intensa. À noite, a dormir em sua cama, no quarto à parte do outro onde os seus pais ferravam do sono, a menina acordou assombrada com a figura apática de um homem a lhe chamar para ir a outro local, onde um imortal estava à sua espera para seguir um destino malévolo e horripilante do terror. Então, Eliane gritou assombrada:
Eliane:
--- Mãe! Tem um monstro na minha cama! – bradou da forma assustadora
Nesse momento, assustada com tamanho grito, a mulher se levantou para ver, talvez uma barata ou um escorpião a se penetrar na cama da menina. E assim, a sua mãe chegou ao quarto da garota a indagar onde estava o escorpião já com chinelo na mão. Mas a menina disse a correr para os braços de sua mãe não ser nada de bicho
Eliane:
--- É um monstro! Um homem grande! Ele quer me levar! – adiantou tremendo de medo.
A mãe da menina então lhe disse ser melhor ir dormir na sua cama, pois estava sozinha com seu marido e nada de fantasma lhe ocorria.
Eliane
--- Mas é verdade! Ele quer me levar! – falou chorosa.
A mãe respondeu que tudo isso estava a passar. Com certeza ela teve gases intestinais. E a menina não tecia acordo. Queria que a sua mãe pudesse ver o fantasma com exatidão. A mulher, com bastante sono, apenas afagava a pequena enquanto entrava em seu quarto de dormir. O vendedor de frutas ainda perguntou o que ocorria. E a mulher apenas disse ter sido um susto tido pela menina. E assim, a madrugada se foi.
Porém, a criança não conciliou mais o sono pesquisando por todo o recanto do quarto a horrenda figura que a maltratara sobremaneira. A lâmpada acessa do corredor continuou sem desligar, pois a menina estava sobressaltada de terror. Quando deu as 4 horas da manhã, o homem se levantou para cumprir suas necessidades e caminhar pelo cercado em busca de frutas maduras para logo comercializar a contento. As das 7 horas, a mãe de Eliane buscou caminho e, dessa vez, a menina foi com ela, pois temia encontra outra vez o “monstro” do dia passado. Sob as reclamações de sua mãe de não haver necessidade de tanto temor, mesmo assim a garota foi até a casa onde a mulher trabalhava. E sempre conduzindo a sua boneca, as vezes arrastando pelas pernas e a dialogar com a sua mãe.
Eliane:
--- Mas eu vi! Ele era um gigante! – dizia a menina sempre assustada
E a sua mãe tecia o vexame do milho verde de tanto a garota comer na noite passada.
Mãe:
--- Milho verde dá dessas coisas! Nó nas tripas! Diarreia! E tudo o que é ruim! – falou abusada
Eliane:
--- E por que o bruto falou comigo? – indagou assustada
Mãe:
--- Que falou que nada! Você estava era sonhando! – reprovou
Eliane
--- Não era sonho? Era verdade! Eu vi o bruto! – reclamou com raiva
Mãe:
--- Por favor. Não fala nada!! Isso tira a paciência até de um defunto! – reclamou abusada.
Eliane começou a chorar porque a sua mãe também não acreditava em nada do que ela acabara de afirmar. A menina se sentia acabada por não ter a consciência entre os seus pais. E, para terminar, Eliana preferiu ficar calada e não mais afirmar ter sido um monstro a atormentar lhe a todo custo na madrugada finda.
No local de trabalho de sua mãe, Eliane descobriu outra menina da mesma idade que a sua. Essa menina sorriu para Eliane e indagou se podia brincar assim com ela. Eliane disse só ter uma boneca. A amiguinha mostrou o seu brinquedo;
Amiga;
--- Eu tenho um boneco também. – ressaltou a sorrir.
Eliane:
--- Então, podemos brincar. – sorriu também.
E as duas amigas começaram a brincar de noivado. Quando o tempo correu e já era quase onde horas, Eliane sentiu vontade de ir ao sanitário. Quando entrou no sanitário, a menina se deparou com a mesma assombração da noite passada. Ela quis gritar, mas o homem fantasma a proibiu de fazer alarde.
Fantasma:
--- Não adianta gritar. Aqui você está só. Vamos agora conhecer o outro lado da vida!! O horror de outros tempos! Vamos e já! – comentou com crueldade
Eliane desmaiou de vez sem ditar uma única expressão. A assombração lhe elevou com precisão para os lugares mais sombrios e remotos onde tudo não passava de escuridão mortal. Era o Inferno, local sombrio e subterrâneo onde dessem as almas hediondas. Esses sujos lugares subterrâneos estão situados a uma profundidade incomensurável no confim do mundo. Eram regiões infernais limitadas pelo reino da Noite. As fendas cavadas no solo se limitavam com os infernos. E alí estava o Deus da Guerra em um ambiente sepulcral. O Rio do Infortúnio onde se descobre que a vida chegou ao fim, é o transporte das almas dos mortos. Crianças e velhos estão a encerrar o seu destino dos mortos. Ele é conhecido por suas águas sem vida. E a serpente do mal, a mais agressiva das misteriosas serpentes, está pronta para tragar os inertes personagens conduzidos as abismais sepulturas onde os Ícarus consomem todos os infelizes. Os mestres da morte estão prontos para plantar o pacto com os infernais locais dos demônios.
Fantasma:
--- Olhais bem para onde deves seguir de agora em diante. Este é o verdadeiro Inferno. O Inferno cruento da morte!!! – falou com altivez.  
A pobre menina, já quase acabada não entendia mais de coisa alguma. Apenas vira as negras sombras dos mortos a naufragar para toda a eternidade. O Dragão dos Sonhos para destruir a ganância e extermínio causados pelos seres infernais. O arqui-inimigo do domínio já está na vasta pobre Terra. Enfim, a destruição do eterno.
Fantasma:
--- Olhais bem! Os demônios afirmam que, se alguém contemplar direto para dentro dos seus enigmáticos olhos, certamente irá morrer e será levado para o Inferno. As entradas para o mundo dos mortos são como as necrópoles infernais!!! – gargalhou o bruto ser.
No dia seguinte, um grupo de crianças, algumas vestidas de anjos do Céu, acompanhadas dos pais de Eliane e de outros adultos, seguia o enterro para o Cemitério de Mangabeira. A causa mortis declarava: “Desconhecida”.    


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