- Josie Pessoa -
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NIBELUNGOS
Adriano Berg estava na banca de
casos antigos revendo DVDs espalhados por todo o magazine, colhendo informes
sobre os expressivos arquivos de datas de 1920. Entre o vasto acervo, ele
encontrou um sobre um poema épico escrito em 1200, passado na mitologia
germânica dos tempos medievais. Tratava-se do Anel dos Nibelungos do
expressionista alemão, Fritz Lang. A questão no Anel, foi dividida em quatro
partes quando chegou a ser encenada na ópera de Richard Wagner: “O OURO DO RENO”; “A VALQUÍRIA” e “O CREPÚSCULO DOS DEUSES” subdividida em
duas partes essa história. Adriano Berg estava a ponto de adquirir esse
“milagre” dos eternos. Fritz Lang era um perene expoente do expressionismo.
Nesse ponto, se acercou do rapaz um gorducho mal vestido, com a camisa
desabotoada e as calças rotas a engolir, ao que parece, uma empada e com a boca
cheia do tal pastel, e fez a vista em lhe informar como quem conhecia de todo.
Gorducho
--- Tem algo mais recente! – e
pois seu dedo no DVD mais antigo.
Na boca cheia de gosma, o
gorducho mastigava, sem cessar, a porção de empada, cujos dentes faziam um
matraquear indecente. Aquele triturar ruminante causava náuseas a Adriano a
observar a boca do robusto homem, além do mais muito alto, de cabelos crespos e
severamente poucos, o os pés a calçar sandálias. Era o fim da picada. De
momento o jovem observou quem falava e o homenzarrão achou graça a mostrar as
suas dentuças mescladas da gosma da empada. E repostou.
Adriano:
--- Eu procuro filmes antigos! –
relatou sem achar simpatia no debochado.
Gorducho
--- Têm muito aí! É só procurar!
– e saiu vagando a tirar mais uma empada do bolso da calça.
Adriano
--- “Verme! Tem cada qual!”. –
supôs dizer com a face enrugada.
O gorducho vagava a passos lentos
com os seus pés como se fosse dez para as duas no relógio, entre bancas do
velho sebo a olhar de perto os incertos instrumentos postos, por certo, à venda
nas incomodas bancas do camelódromo armadas em becos sujos, mal cheirosos e
sumamente estreitos. Alguns desses becos não davam nem passagem a alguém por
demais corpulento. O pois era por demais incômodo, cheio de brechas e tampas de
caixa de gordura. Em certo pondo havia ladeiras tronchas não permitindo
passagem algum deficiente físico. Gente saindo às presas por conta, talvez, de
uma latrina no meio da porção de estreitas bancas e derramar fétidos pedaços de
usados papeis de jornal.
Em sua pesquisa, Adriano Berg
procurava mais DVDs antigos para completar o seu prazer de assistir filmes da
idade remota de algum certo tempo.
Atendente;
--- Tenho outro. Nosferatu. Antigo. Murnau! – relatou
sem sorrir.
Adriano:
--- Hum! Esse é ótimo! Sinfonia
do Horror! – sorriu breve.
À noite, após assistiu o
grandioso filme Nosferatu, o jovem Adriano Berg deixou o equipamento desligado
então foi até o seu cômodo onde, de imediato, se pois a dormir sempre a pensar
no caso de Nosferatu a sinfonia do horror. Já era a meia-noite quando um vento
frio soprou pela janela do quarto de Adriano. Ele estava a sonhar com uma
preciosa dama a qual ele queria bastante. Seu nome era Isabelle. Meiga,
singela, olhos escuros, cabelos lisos e longos, cor clara como uma deusa do
arcano, misteriosa e enigmática, cheia de segredos e maviosos encantos.
Isabelle era uma deusa plena de poesias e seduções, ocultas e desconhecidas,
místicas e fascinantes.
Isabelle:
--- Vamos cavalgar pelas quimeras
das ilusões, meu grandioso amado! – falou tão delicada
Adriano
--- Para onde tu queres ir, amada
minha? – indagou prazeroso o rapaz
Isabelle:
--- Para o cimo das estepes
perdidas, amado meu. – respondeu com muito ardor.
Adriano:
--- Como encontrarás as estepes?
– indagou extasiado aquele novo amante.
Isabelle.
--- Querido anjo meu. Não
conheces as estepes? – sorriu com profundidade.
Adriano:
--- Ó doce amada! Sempre às vejo
em sonhos meus! – delirou acabado.
Isabelle:
--- Os teus braços me aquecem em
aflição, amado meu! – falou delicadamente.
Adriano:
--- Ó queria inocente amada!
Junte-se a mim nas estepes perdidas. – resolveu falar.
Isabelle
--- Ó meu anjo amado. Es mais
doce que o mel de favo das abelhas. Penetra-me nas minhas estepes. – delirou em
seu sonhar
Adriano:
--- Os bosques do teu amor,
deixa-me inebriado de louca paixão, ó minha amada. – ansiou no coito
A lua em doce crescente deitava
seus raios pelo fino da janela onde a musa encantada sonhava com divagante
afeição.
Isabelle;
--- Seduze-me! – soluçou
pecaminosa.
Adriano
--- Encanto-te! – respondia o
garbo ousado.
Isabelle:
--- Meu pôr do sol primaveril! –
delirou em ânsia incontida
Adriano:
--- O teu olhar me atrai! –
conquistou.
Isabelle:
--- Ama-me para a eternidade! –
sugou para o mar.
Adriano;
--- Amo-te por amar-te assim. – delirou
ao tocar o mais louco
Anseios e devaneios formaram a
ânsia do desejo incomum para todo o sempre. No inebriante desejo tão fecundo, o
macho e a felina e delicada deusa se extasiaram enfim de contentamento e
misteriosas ilusões. Era o infinito da agonia distante.
Isabelle
--- No sonho nós pudemos nos
encontrar. –afirmou com absoluta calma
Adriano:
--- Somente assim, nós pudemos em
trocar afagos. – desiludido disse ele.
Isabelle
--- Sempre eu vivi tempestades e
pesadelos para te encontrar, amado meu. – comentou
Adriano
--- Acalentar o desejo de tuas
quimeras é o meu suave sentido. - alimentou a alma.
O suave encanto de um amor de
plena candura se encerrou ao amanhecer do tempo. O rapaz Adriano Berg quase
enlouquece desse apego tardio onde as ilíadas fecundam para sempre o seu
inocente encanto. No decorrer da madrugada Adriano ainda pode ouvir o canto
nostálgico da sedutora Isabelle igual a maestria do evidente ser quando ouviu
falar pela boca da mulher amada em busca da lisonjeira afeição do destino
Isabelle não mais voltou a seu
eterno e fecundo ambiente de apego. Poucos dias após, Adriano estava para
entrar na loja de DVD quando notou a presença do homem gordo. E de imediato,
falo consigo.
Adriano:
--- Será possível? Mais empadas?
– comentou sem o gorducho perceber.
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