- Gong Li -
- 02 -
ACHADO
Enquanto o automóvel tomava o seu
destino, o doutor Nicácio começava a ouvir o relato de Otto como localizado o
achado do corpo do cadáver. A senhora Clara, esposa de Otto ficou mais
conformada com a vinda da mulher do advogado, senhora Constância para tecer
conversa e ficar as duas a dialogar. A doméstica ficou no quarto com os
garotos, por pedido de dona Clara e maneira a não deixá-los sozinhos, na casa
onde residiam. A questão era o defunto. A moça o encontrou no terreno de trás.
A doméstica quase morre de medo por isso. Quando Otto chegou ao distrito, tinha
apenas um soldado a cochilar com a boca aberta e babando. Otto permitiu ao
advogado falar por sua vez. Para despertar o soldado, o doutor Nicácio teve que
bater forte na mesa onde o militar estava. E em consequência, pigarreou;
Nicácio:
--- Dormindo, ê? – sorriu para o
soldado.
Com isso, apesar do sono e coçar
o busto, o soldado de forma de quem não estava a dormir, foi logo a questão.
Soldado:
--- O delegado só volta amanhã.
Hoje não tem expediente. – falou a se espreguiçar.
Nicácio:
--- Sei. Sei. Mas tem outros
soldados. Como é o seu nome? – indagou a olhar atento
Soldado:
--- Soldado Oliveira! – respondeu
com um abrir de boca
Nicácio:
--- Com certeza. Agora, anote. Eu
sou advogado. Esse a meu lado é o meu constituinte. Bem. Surgiu em sua casa...
a dele. Um cadáver! Certo? Parece-me que caiu do Céu. Eu quero registrar essa ocorrência
e solicitar do Delegado uma vistoria ambiental. Acontece que o cadáver está
ainda no mesmo local. Pronto! – falou com pausa o advogado.
Soldado:
--- Ca. Ca. Cadáver? Caiu? –
indagou com espanto.
Nicácio:
--- Isso. Isso. Agora: onde está
o delegado? – perguntou altivo.
Soldado:
--- Espere! Cadáver? Como é que
pode? Deixa eu telefonar. Um momento. – disse ele ainda sonolento.
E Doutor Nicácio observou Otto e
piscou a vista entendendo que então o Delegado aparecia de vez, onde estivesse.
Otto, ainda aturdido pela causa, ficou a decifrar o acontecido de momento. O
soldado ligava para o delegado e depois de uns incertos minutos alguém atendeu.
A conversa foi vagarosa até que o Delegado atendeu. E pelo falar, o homem dizia
amplos desaforos, pois estava dormindo àquela hora e não queria saber de
nenhuma ocorrência distrital. Nesse ponto, o advogado foi para próximo do
policial e pediu o telefone, pois assim o caso ficava mais simples uma vez que
o delegado parecia não querer resolver a situação. E logo, Nicácio falou com
voz de um bom advogado.
Nicácio:
--- Boa noite senhor delegado.
Prazer em poder falar com vossa senhoria. Permita-me informar, se é que estou
certo. Há um cadáver para se investigar. Pelo menos, ele caiu do céu. Zip-bum!
Só isso! – falou compenetrado
O delegado calou por alguns
segundos e após indagou:
Delegado:
--- Com quem eu falo? – numa voz
embrutecida.
Nicácio:
--- Ah. Desculpe-me. Eu sou o
doutor Nicácio. Nicácio Lopes, advogado. – falou altivo.
O silencio foi ainda um tormento.
Mas o delegado desconversou.
Delegado:
--- O senhor pode deixar
registrado na Chefatura e amanhã nós veremos! – falou mais brando
Nicácio.
--- Compreendo a vossa atenção.
Mas é um cadáver. E não vai esperar tanto tempo assim. É bem melhor se começar
logo! – falou brioso.
O delegado, aonde estava, disse
um monte de pornografias. Ele chegou a tapar o fone para poder falar de modo
estupido. Após esses instantes, voltou a conversar.
Delegado;
--- Deixe-me o seu endereço que
providencio o reboque com o “caveirão” ainda hoje. – reclamou
Nicácio:
--- Excelência. Parece que eu não
fui entendido! O senhor conhece o vosso comandante da Polícia? Pois bem. Eu vou
falar com aquela autoridade para saber qual o destino do senhor! – reclamou
Entre palavras de baixo calão, o delegado
resolveu aceder e, mesmo revoltado, de imediato, foi logo a ditar ter ele
resolvido averiguar o crime ou seja lá o que era. Por isso, o Delegado Delfino,
em meio a obscenidades, vista-se a pronto para chegar a residência do senhor
Otto Câmara, como o combinado.
Delfino:
--- Diabos de praga! Logo hoje!
Isso é uma molecagem! – reclama o policial.
Otto Câmara, acompanhado do
advogado Nicácio Lopes já estava em sua residência em companhia da mulher,
Clara, e de uma multidão, moradores da mesma rua. Logo que ouviram falar em
defunto, o pessoal correu para ver de quem. A zoadeira se ouvia de longe.
Carros a buzinar para ter o privilégio de ingressar no seu destino. Alguns
motoristas a indagar o havido naquela residência em uma artéria tranquila. A
molecagem a correr de um ponto a outros a fazer piruetas. As domesticas a saber
o havido. Todos, afinal, queriam saber os detalhes. Na casa ao lado, pessoas se
esticavam para ver decerto. Os namorados faziam cócegas nas suas garotas a
aventar a possibilidade do defunto ser alguém da maldição.
Rapaz:
--- Olha o defunto!!! – fazia o
rapaz à virgem com a cabeça retorcida e voz agourenta.
Virgem:
--- Ô! Pára! Deixa disso! Eu vou
pra casa! – respondia amenina um tanto desgostosa.
Senhora:
--- Hoje eu não durmo! Que horror!
– reclamava uma anciã.
Rapaz:
--- Ora, vovó! É só um cadáver! –
sorriu o moço
Moça:
--- Deixa eu ver! Deixa eu ver! –
relatava a moça querendo pular o muro da casa ao lado
O delegado Delfino procurava o
ângulo certo de o morto ter caído do céu ou ter sido jogado de outro terreno,
por trás, onde havia casa com amplos terrenos de outro ponto da rua distante.
Eram casas vizinhas de um lado a outro separadas por grandiosos terrenos. Delfino
anotava todos os pormenores enquanto o técnico do ITEP fazia as averiguações
necessária para chegar a alguma conclusão. Todos os policiais estavam em um drama crucial
de poder saber como o defunto foi jogado naquele quintal onde havia poucas
árvores, inclusive mangueiras e cajueiros.
Técnico:
--- Como podia saltar esse homem?
– indagou paciente.
Medico:
--- Não tem marcas de ferimentos!
E se caiu, deve ter batido em algum pé de pau. – hipótese
Policial:
--- Ele foi jogado já sem vida. –
declarou
Delegado:
--- A questão é: de onde? –
indagou o homem a se escorar do moro de trás da moradia.
Policial:
--- E a doméstica? – indagou
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