- BAR -
- 17 -
EM CASA -
No dia seguinte, logo cedo da
manhã, Isis pediu licença ao diplomata Ênio Monroe para poder sair até a sua
residência na Rua do Beco, logo abaixo de onde estava para poder visitar a sua
amiga Nizete, um dia quase sem vê-la. E prometeu voltar antes do anoitecer. O
homem concordou desde que Isis voltasse, pois no dia seguinte o médico marcara
consulta. O dia estava bom com nuvens esparsas e a praia estava com gente
fazendo cooper ou simplesmente passeando com seus animais – cães – ou mesmo sem
nada para se contar. O mar estava cheio e quem tinha vontade estava no banho de
mar como sempre fazia. Os vendedores de missangas já estavam prontos para a
venda. Em um dado instante, Isis chegou a sua casa onde estava ainda tudo
desarrumado e no fogão, Nizete fazia as suas encomendas. Isis estava meio
desatenta para o que estava espalhado pelo chão. E, por isso, não se importava
em pisar em algo fora do local.
Nizete
--- Entra! Estou aqui, no fogão.
Ainda está tudo queimado! Virgem! –
Isis
--- Já estou aqui. – Disse isso
sorrindo.
Nizete
--- Nem deu tempo de ir. Só
quando eu acabasse as coisas, aqui. –
Isis
--- Imagine. Eu vou amanhã ao
médico. Nem sei por que. Estou bem. –
Nizete
--- Mas você vai? – Indagou
assustada.
Isis
--- Em prometi. Veja. Eu, ontem
fui a um restaurante. Eu, o homem e mais a irmã dele. –
Nizete
--- Qual? –
Isis
--- Uma moça bem nova de nome
Moema. A gente comeu pizza e ainda em bebi champanhe. – Sorriu a bessa.
Nizete
--- Bebeu? Virgem! Esta bêbada
ainda? - Perguntou como se quisesse
sorrir. –
Isis
--- Nada. Foi pouco. E, logo
hoje, tomei banho. Estou bem. Mas escute. Eu tenho uma coisa para dizer: nós conversamos
e lá para tantas, veja o que o homem disse. – Sorriu baixinho
Nizete
--- O que foi? Diz! – a moça se
voltou para Isis
Isis
--- Perguntou se eu queria ir com
ele para Brasília. Imagine! -
Nizete
--- E você? Diga logo! – Apressou-se.
Isis
--- Eu fiquei encabulada em
responder. A moça foi quem me deu força. Moema disse que era bom. Melhor do que
não fazer nada. Que você acha? –
Nizete
--- Mulher! Um convite desse
ninguém me faz. Eu vou embora. Vai casar? – Indagou alegre.
Isis sorriu, porém depois negou.
Isis
--- Não. Não. Ele quer que eu vá
com ele para ser uma acompanhante pessoal. Fiquei suspensa quanto ele falou no
ordenado. Diga quanto? – Sorrio contente.
Nizete
--- Mil reais? – Calculou a amiga
Isis gargalhou para responder.
Isis
--- Cinco mil reais. – e
gargalhou ainda mais.
Nizete
--- Nossa! Mulher vá embora. Que
está esperando? Estou de perna bamba! – Falou sem sorrisos.
Isis
--- E tenho mais verbas com
médicos, educação, carro próprio. E mais. - - sorrio mais ainda.
Nizete
--- E tem muita gente na casa
dele? – Indagou de olhar atento.
Isis
--- Não sei. Não perguntei. Acho
que tem. Ou não? - -
Nizete
--- Sei lá. Talvez tenha. Mas
cinco mil? Você não está equivocada? - -
Isis
--- Não. Tem motorista que
percebe 12 mil reais. – - salientou.
Nizete
--- Dele? – - indagou de olhos
atentos.
Isis
--- Não. Gente que vai para os
Estados Unidos. Parece. - -
Nizete
--- Nossa Senhora! E quanto faz
um diplomata? – - procurou saber.
Isis
--- Vinte mil ou mais. - -
Nizete
--- Verdade. Deve ser 40 mil
reais. - -
Isis
--- É muito dinheiro. Um
Presidente da República recebe 27 mil reais fora as despesas. Isso, hoje. No
ano que vem, tem aumento.
Nizete
--- Um Vereador de Natal está
fazendo 18 mil reais. No ano que entra, será muito mais. - - falou enojada.
Isis
--- Achou que vou aceita esse
ordenado. - - declarou a pensar.
Nizete
--- Vá embora. Que está
esperando? – - alegou com entusiasmo
Isis
--- Pelo menos tenho dinheiro
para adquirir roupas de qualidade. - - sorriu.
Nizete
--- Eu fico na pobreza. - -
argumentou sem outro jeito.
Isis
--- Arranje um emprego na Câmara.
- - falou sem sorrir
Nizete
--- Quem vai me contratar? - -
Isis
--- Sei lá. Talvez o vereador que
vem aqui pedir votos. – - fez ver.
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