segunda-feira, 7 de setembro de 2015

MAR SERENO - 17 -

- BAR -
- 17 - 
EM CASA -
No dia seguinte, logo cedo da manhã, Isis pediu licença ao diplomata Ênio Monroe para poder sair até a sua residência na Rua do Beco, logo abaixo de onde estava para poder visitar a sua amiga Nizete, um dia quase sem vê-la. E prometeu voltar antes do anoitecer. O homem concordou desde que Isis voltasse, pois no dia seguinte o médico marcara consulta. O dia estava bom com nuvens esparsas e a praia estava com gente fazendo cooper ou simplesmente passeando com seus animais – cães – ou mesmo sem nada para se contar. O mar estava cheio e quem tinha vontade estava no banho de mar como sempre fazia. Os vendedores de missangas já estavam prontos para a venda. Em um dado instante, Isis chegou a sua casa onde estava ainda tudo desarrumado e no fogão, Nizete fazia as suas encomendas. Isis estava meio desatenta para o que estava espalhado pelo chão. E, por isso, não se importava em pisar em algo fora do local.
Nizete
--- Entra! Estou aqui, no fogão. Ainda está tudo queimado! Virgem! –
Isis
--- Já estou aqui. – Disse isso sorrindo.
Nizete
--- Nem deu tempo de ir. Só quando eu acabasse as coisas, aqui. –
Isis
--- Imagine. Eu vou amanhã ao médico. Nem sei por que. Estou bem. –
Nizete
--- Mas você vai? – Indagou assustada.
Isis
--- Em prometi. Veja. Eu, ontem fui a um restaurante. Eu, o homem e mais a irmã dele. –
Nizete
--- Qual? –
Isis
--- Uma moça bem nova de nome Moema. A gente comeu pizza e ainda em bebi champanhe. – Sorriu a bessa.
Nizete
--- Bebeu? Virgem! Esta bêbada ainda?  - Perguntou como se quisesse sorrir. –
Isis
--- Nada. Foi pouco. E, logo hoje, tomei banho. Estou bem. Mas escute.  Eu tenho uma coisa para dizer: nós conversamos e lá para tantas, veja o que o homem disse. – Sorriu baixinho
Nizete
--- O que foi? Diz! – a moça se voltou para Isis
Isis
--- Perguntou se eu queria ir com ele para Brasília. Imagine! - 
 Nizete
--- E você? Diga logo! – Apressou-se.
Isis
--- Eu fiquei encabulada em responder. A moça foi quem me deu força. Moema disse que era bom. Melhor do que não fazer nada. Que você acha? –
Nizete
--- Mulher! Um convite desse ninguém me faz. Eu vou embora. Vai casar? – Indagou alegre.
Isis sorriu, porém depois negou.
Isis
--- Não. Não. Ele quer que eu vá com ele para ser uma acompanhante pessoal. Fiquei suspensa quanto ele falou no ordenado. Diga quanto? – Sorrio contente.
Nizete
--- Mil reais? – Calculou a amiga
Isis gargalhou para responder.
Isis
--- Cinco mil reais. – e gargalhou ainda mais.
Nizete
--- Nossa! Mulher vá embora. Que está esperando? Estou de perna bamba! – Falou sem sorrisos.
Isis
--- E tenho mais verbas com médicos, educação, carro próprio. E mais. - - sorrio mais ainda.
Nizete
--- E tem muita gente na casa dele? – Indagou de olhar atento.
Isis
--- Não sei. Não perguntei. Acho que tem. Ou não? - -
Nizete
--- Sei lá. Talvez tenha. Mas cinco mil? Você não está equivocada? - -
Isis
--- Não. Tem motorista que percebe 12 mil reais. – - salientou.
Nizete
--- Dele? – - indagou de olhos atentos.
Isis
--- Não. Gente que vai para os Estados Unidos. Parece. - -
Nizete
--- Nossa Senhora! E quanto faz um diplomata? – -  procurou saber.
Isis
--- Vinte mil ou mais. - -
Nizete
--- Verdade. Deve ser 40 mil reais. - -
Isis
--- É muito dinheiro. Um Presidente da República recebe 27 mil reais fora as despesas. Isso, hoje. No ano que vem, tem aumento.
Nizete
--- Um Vereador de Natal está fazendo 18 mil reais. No ano que entra, será muito mais. - - falou enojada.
Isis
--- Achou que vou aceita esse ordenado. - - declarou a pensar.
Nizete
--- Vá embora. Que está esperando? – - alegou com entusiasmo
Isis
--- Pelo menos tenho dinheiro para adquirir roupas de qualidade. - - sorriu.
Nizete
--- Eu fico na pobreza. - - argumentou sem outro jeito.
Isis
--- Arranje um emprego na Câmara. - - falou sem sorrir
Nizete
--- Quem vai me contratar? - -
Isis
--- Sei lá. Talvez o vereador que vem aqui pedir votos. – - fez ver.




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