quinta-feira, 10 de setembro de 2015

MAR SERENO - 19-

- ITAMARATY -
- 19 -
ITAMARATY
Logo após o almoço, Ênio Monroe acompanhado de Maria Isis Fernandes, seguiu para a sede do Poder. Alí mesmo se despediu de sua irmã, Moema que se dirigiu para a sede do Congresso. Isis também trocou beijos com a amiga. O Itamaraty é o Ministério de Relações Exteriores, órgão do Poder Executivo responsável pela política externa e pelas relações internacionais do Brasil, nos planos bilateral, regional e multilateral. O Itamaraty assessora o Presidente da República na formulação da política exterior do Brasil e na execução das relações diplomáticas com Estados e organismos internacionais. Com uma rede de mais de 220 representações no mundo, o Ministério promove os interesses do País no exterior. Além disso, o Itamaraty organiza as visitas oficiais ao Brasil de Chefes de Estado e de Governo e demais altas autoridades estrangeiras. Com essa incumbência, o Embaixador Ênio Monroe seguiu para o seu escritório. Cortinas de veludo vermelho encobrindo a sala e protegendo do sol. Quatro computadores e funcionários a digitar negócios de fórum comum, uma baqueta onde se ostentava um banco. Em cima da banqueta tinha um jarro de adornadas fores artificial, estofados em amplos compartimentos, banca com seis cadeiras ao redor uma estante modelo antigos repleta de livros, quadros de pintores famosos, cadeiras para despacho com visitantes, cortinas lilases para fazer de conta que estava ali para encobrir algo, o Pavilhão Nacional ambientado por luzes belas e românticas. E diante de tal profundo ornamental decorativo Isis não sabia de se estava no Céu ou na Terra.
No sofisticado ambiente, o Embaixador cumprimentou seus funcionários e apresentou a nona servidora, Isis Fernandes, e se dirigiu para o seu escritório, uma parte reservada do amplo Gabinete onde, quando estava no Brasil, o soberbo homem costumava despachar, receber representantes de outros Países ou se dirigir a reuniões de gabinetes em outros setores do gigante edifício. Com ele, seguiu também a nova auxiliar, Isis Fernandes, meio desambientada, cheia de temor. O diplomata segurou a porta para dar entrada a moça. Em seguida procurou sentar em sua poltrona e pediu a Isis para fazer o mesmo em uma cadeira próximo ao birô. Nesse tempo apertou uma sineta. Ele estava solicitando as correspondências de uma servidora. Isis ficou calada esperando o que falar. E foi a vez.
Monroe:
--- Seus documentos. Identidade, CPF, Título de Eleitor. – - falou ao receber os documentos que a outra funcionaria trazia para depositar em uma bandeja.
A moça Isis retirou da pochete nova os documentos solicitados e nada falou. O diplomata examinou todos os documentos e falou, por fim.
Monroe:
--- A senhorita vai receber um documento novo: um Passaporte. Sabe o que é? - -
Isis
--- Sei sim. Eu vi uma ou duas vezes o do senhor. - -
Monroe
--- Quando a senhorita tiver que viajar para outro País, lembre-se de leva-lo. É o selva-vida.
Isis
--- Sim. Moema me falou. –
Monroe
--- Pois bem. A senhorita será a minha Auxiliar em todas as questões de meu compromisso. Anote sempre. Quando eu sair, a senhoria também me acompanha. Por enquanto, tem essa máquina. É um Computador. Aprenda a teclar. Seu diploma de segundo grau foi providenciado. E a senhorita vai fazer um curso superior. Escolha qual[aa1] . - -
A moça estremeceu e nada perguntou. Segundo grau, ela não fez por não ter se matriculado em uma outra escola desse nível. Isso, o diplomata sabia. E, depois, tinha o curso superior. O suor frio lhe escorreu na face.  E, então, indagou.
Isis
--- Como faço esse curso? Por exemplo: qual nível? - -
Monroe
--- Qualquer um. Administração, Jornalismo, Psicologia. - -
Isis
--- Eu prefiro Jornalismo. –
Monroe
--- Pois bem. Jornalismo. Se alguém perguntar a senhoria diga que está fazendo Jornalismo. Uma Universidade de sua cidade. –
Isis
--- E tem? - -
Monroe
--- Tem. Não ponha a Universidade Federal. - -
A moça ficou cismada. E perguntou a razão. O homem nada falou de imediato. Porém, logo após resolveu a questão.
Monroe
--- Tem gente para isso. Gente como o que deu o diploma de segundo grau todo sacramentado. Não fale. - -
Isis sorriu e nada falou, se bem ter ficado surpresa. Notas, frequência, escolas, Secretaria de Educação entre outros procedimentos. Assim, a moça calou e procurou sentar na cadeira onde estava a máquina – computador – para digitar os primeiros fragmentos do aprendizado.
Isis
--- Comprar diploma? Estranho! - - falou a moça consigo mesma.
Alguns minutos depois, o diplomata Monroe teve que sair e recomendou a Isis ir com ele para acompanha-lo onde entrasse. Depois de meio dia estafante de acompanha o Estadista e ficar teclado o computador a moça ficou sabendo de ter um nível superior com apenas cinco dias após solicitar o diploma – falso - ao pago de uma quantia até razoável: Comunicação Social equivalente a Jornalismo. Tal diploma vinha com data certa, assinatura do reitor e publicado no Diário Oficial da União. Tudo correto para ninguém desconfiar. O oportuno caso lhe foi passado por Moema, horas depois, em conversa sobre os segredos do Certificado no apartamento onde a moça foi morar daquele dia em diante.
Isis
--- Mas por uma quantia dessas a gente completa os estudos? - - relatou a moça de boca aberta.
Moema
--- Isso é Brasil. Se não for aqui, é na Itália, Bolívia ou México. - - declarou sorrindo.
Isis apenas pensava em ser diplomada falso no Grau Superior sem nunca ter visto ou passado pela Universidade. Diplomas falsificados de nível superior eram vendidos livremente na Internet. A compra podia ser feita por qualquer pessoa – até mesmo por quem nunca cursou uma Universidade. Os supostos comerciantes ofereciam até certificados da área médica.
Isis
--- Como se faz isso? - - indagou assustada.
Moema
--- Da forma como se faz uma empada. - - sorriu
Isis
--- Você está brincado. - - falou com incerteza.
Moema
--- Como você pensa que eu cheguei a esse lugar? –
Isis
--- Não pode ser. –
Moema
--- Então, estude. - -
Isis
--- Vou perder um tampo e tanto. - --
Moema
--- Então pegue o caminho mais fácil. - -
Isis
--- E se eu for pega? – - assustada.




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