sábado, 8 de novembro de 2014

À LUZ DA LUA - 07 -


- Leonor Varela -

- 07 -

FLOR DA MORTE
Eram sete horas da manhã quando Luiz Vaqueiro saiu de casa a procura de trabalho no campo, pois de seu serviço como funcionário ele abandonara uma vez ter a fábrica de agave falido e não mais admitia pessoas. E de profissão, ele tinha somente a de vaqueiro. Outro oficio ele nunca se adaptou de verdade. Trabalhava um dia sim e três não. Assim levava a vida de uma parca existência sofrida e doída. Quando nada ele cuidava a ser feito, então era a vez de bebericar até o tempo moer.         E assim, Luiz Vaqueiro levava a vida que Deus lhe deu: a sina do malsinado. E nesse qualquer dia da semana, Luiz foi a caça. Para bem informar, a caça era o trabalho de qualquer oficio se o tal oficio lhe dava renda. Uma vez o caminhão para descarga. Outra, arranjar um trabalho de servente no sol a pino. Em belo dia Luiz Vaqueiro se topou com uma marmota, bicho feito do interior. As marmotas são roedoras. Pernas curtas, orelhas pequenas e caudas peludas. Além do mais tem o costume de comer plantas. Ao se topar com a marmota, o homem teve um susto a arrepiar todo o corpo. Do jeito que o vaqueiro caminhava, deu um salto para trás e largou a insultar a coisa triste.
Luiz:
--- Sai pra lá desgraça! Só mete medo nos outros! – reclamou o homem.
A marmota não deu a menor importância seguindo caminho estrada à fora. Então o rapaz meio constrangido olhou ainda para o animal esse voltou a fazer caminho. O coitado, de tanto susto, deu vontade de verter água, ou mesmo, urinar. E entrou em uma mata onde havia tudo de flores, inclusive plantas carnívoras. E dessas plantas existia uma enorme a se alimentar até mesmo de animais iguais a ratos, doninhas e aqueles que aparecessem. Quando vertia água o homem observou a Flor da Morte e voltou a temer a sua dita. Era uma arma mortífera capaz de decidir a destino de um vivente. Luiz Vaqueiro estremeceu de horror. Quando buscou sair desse funesto local o homem simples foi alertado por uma débil voz humana. A pessoa apenas dizia a Luiz querer pedir socorro:
Voz:
--- Socorro! Socorro! Acuda-me! Eu estou morrendo! – dizia a diluída voz.
Sem mais querer, o rapaz correu em debandada cheio de asco e de morte ele mesmo a pedir socorro pois uma alma o estava a perseguir naquele instante. E tome carreira sem noção de onde estava o vaqueiro. O homem correu às léguas para a sorte de quem notava. Após longa correria o vaqueiro avistou um local onde se vendia de tudo um pouco. E ele, na correria, entrou na bodega alarmado e enlouquecido a ditar.
Luiz:
--- Acudam-me! Por favor! Acudam-me! Uma alma dana me persegue! – falou rápido o rapaz.
Dito isso, o vaqueiro caiu ao solo. Os que estavam na bodega perguntaram alarmados qual bicho o mordeu o rapaz. Todos ficaram preocupados menos aqueles companheiros de farra.
Um:
--- Isso é um bêbado. – disse um dos outros cachaceiros.
E começou a lenga-lenga dos devotos da cachaça enquanto a mulher da bodega se arrasou depressa e logo deu a falar.
Mulher:
--- Cala a boca bando de cachaceiros! O homem está ao desmaio. Vamos acordá-lo para saber o que na verdade ele quis ditar. – falou aborrecida.
A filha da dona do boteco veio depressa saber o que era e se informou depressa, entrado na casa para buscar um pouco de água para dar ao moço em desmaio. Tudo isso feito com muita pressa. Uma mulher estava no balcão da bodega e alertou ser aquilo coisa do outro mundo.
Segunda:
--- Isso é coisa do outro mundo. Coisa do capeta. – findou dizendo.
Mulher:
--- Coisa de outro mundo que nada! É um homem desmaiado! Ora! Menina! Traz a água! – falou
Moça:
--- Tá aqui a.... – respondeu sem nem citar a água     
Na agonia de todos o vaqueiro recobrou os sentidos e ainda indagou:
Luiz:
--- Onde estou? – indagou de pronto Luiz Vaqueiro.
Mulher:
--- Está em paz. Se conforme. É coisa do destino. – falou mansa.  
Após alguns minutos quando a mulher, dona da venda, colheu maiores informações a respeito do moço, enfim tirou de letra tudo pelo qual o homem informou. E então a mulher do balcão averiguo ainda onde passara todo esse tempo e a procura de quem.
Luiz:
--- Eu estou sem trabalho. Então eu vinha pela estrada e me topei com uma marmota. Eu tive um susto da moléstia. Foi aí que apareceu na minha cara alguém a pedir socorro. – alegou.
Mulher:
--- Onde que isso sucedeu? – perguntou com firmeza
Luiz:
--- Eu não sei. Só alguém indo comigo talvez eu possa informar. – relatou com medo.
A mulher saiu um pouco e foi buscar uma outra companheira informando ter o moço dito ter se assombrado e queria, portanto, uma pessoa para mostrar o local.  E a mulher do balcão escolheu a outra mulher de nome Sebastiana.
Mulher:
--- Eu quero que faça isso. – falou austero.
Sebastiana:
--- É longe? – indagou.
Mulher:
--- Só Deus sabe. - resmungou  
E após passar um bom pedaço de tempo, com Luiz Vaqueiro matando a fome a qual lhe roía os ossos pegou de volta o caminho acompanhado da comadre Sebastiana. Foi tempo grosso para chegar ao local dito pelo moço. Havia uma vereda e mato muito para se alcançar o local dito conforme tagarelou o vaqueiro.
Luiz:
--- Parece ser aqui! – relatou.
A mulher Sebastiana ficou nervosa e com receio de penetrar no mato fechado. No entanto, após um bom tempo a mulher falou:
Sebastiana:
--- Já que eu estou aqui vamos em frente. – falou com receio.
Foi então que o monstro surgiu. Carrancudo que faz dó ele vinha como se quisesse abocanhar aos dois mateiros o que fez a mulher Sebastiana recuar. E Luiz, nem se fala. Quando viu a fera, pernas pra que te quero. Foi carreirão. Sebastiana não se fez de rogada. Caminhou para traz e se moveu de volta correndo a toda prova.
Sebastiana:
--- É um monstro! É um monstro! – gritava a mulher.
E era um monstro sem sombra de dúvidas. Na sua barriga tinha para mais de quatro esqueletos de gente. As garras postadas eram de uma Flor da Morte. A coisa mais horrenda já avistada. Do tamanho de dois homens, ele agarrava com as garras parecendo de ferro e engolia para dentro dos seus intestinos só soltando quando o alguém já estava todo traçado. Era na verdade uma morte lacerante por aquela pavorosa criatura. Sua bocara era enorme, de cima a baixo com os seus – parece – dedos apinhados de espetos para tragar o vivente na pura cruel façanha. Não fora uma ou duas pessoas já tragadas pelo nocivo monstro. Quem cruzasse seu caminho era ter a morte cruel. O pavor de todos os enigmas da morte. O seu odor era o de um cadáver com uma mistura insuportável de carne morta e um esgoto trágico a formar a decomposição derradeira. Era o maior conjunto amarelado a produzir um néctar dos corpos caídos em total decomposição.
E nunca mais Luiz Vaqueiro passou nesse local para dizer a verdade.
Sebastiana:
--- É um horror. Assombração de verdade.  - declarou tempos a mulher
Luiz:
--- É um animal asqueroso de fazer dó. – relatou com receio.



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