- Leonor Varela -
- 07 -
FLOR DA MORTE
Eram sete horas da manhã quando
Luiz Vaqueiro saiu de casa a procura de trabalho no campo, pois de seu serviço
como funcionário ele abandonara uma vez ter a fábrica de agave falido e não
mais admitia pessoas. E de profissão, ele tinha somente a de vaqueiro. Outro
oficio ele nunca se adaptou de verdade. Trabalhava um dia sim e três não. Assim
levava a vida de uma parca existência sofrida e doída. Quando nada ele cuidava
a ser feito, então era a vez de bebericar até o tempo moer. E assim, Luiz Vaqueiro levava a vida que
Deus lhe deu: a sina do malsinado. E nesse qualquer dia da semana, Luiz foi a
caça. Para bem informar, a caça era o trabalho de qualquer oficio se o tal
oficio lhe dava renda. Uma vez o caminhão para descarga. Outra, arranjar um
trabalho de servente no sol a pino. Em belo dia Luiz Vaqueiro se topou com uma
marmota, bicho feito do interior. As marmotas são roedoras. Pernas curtas,
orelhas pequenas e caudas peludas. Além do mais tem o costume de comer plantas.
Ao se topar com a marmota, o homem teve um susto a arrepiar todo o corpo. Do
jeito que o vaqueiro caminhava, deu um salto para trás e largou a insultar a
coisa triste.
Luiz:
--- Sai pra lá desgraça! Só mete
medo nos outros! – reclamou o homem.
A marmota não deu a menor
importância seguindo caminho estrada à fora. Então o rapaz meio constrangido
olhou ainda para o animal esse voltou a fazer caminho. O coitado, de tanto
susto, deu vontade de verter água, ou mesmo, urinar. E entrou em uma mata onde
havia tudo de flores, inclusive plantas carnívoras. E dessas plantas existia
uma enorme a se alimentar até mesmo de animais iguais a ratos, doninhas e
aqueles que aparecessem. Quando vertia água o homem observou a Flor da Morte e
voltou a temer a sua dita. Era uma arma mortífera capaz de decidir a destino de
um vivente. Luiz Vaqueiro estremeceu de horror. Quando buscou sair desse
funesto local o homem simples foi alertado por uma débil voz humana. A pessoa
apenas dizia a Luiz querer pedir socorro:
Voz:
--- Socorro! Socorro! Acuda-me!
Eu estou morrendo! – dizia a diluída voz.
Sem mais querer, o rapaz correu
em debandada cheio de asco e de morte ele mesmo a pedir socorro pois uma alma o
estava a perseguir naquele instante. E tome carreira sem noção de onde estava o
vaqueiro. O homem correu às léguas para a sorte de quem notava. Após longa
correria o vaqueiro avistou um local onde se vendia de tudo um pouco. E ele, na
correria, entrou na bodega alarmado e enlouquecido a ditar.
Luiz:
--- Acudam-me! Por favor!
Acudam-me! Uma alma dana me persegue! – falou rápido o rapaz.
Dito isso, o vaqueiro caiu ao
solo. Os que estavam na bodega perguntaram alarmados qual bicho o mordeu o
rapaz. Todos ficaram preocupados menos aqueles companheiros de farra.
Um:
--- Isso é um bêbado. – disse um
dos outros cachaceiros.
E começou a lenga-lenga dos
devotos da cachaça enquanto a mulher da bodega se arrasou depressa e logo deu a
falar.
Mulher:
--- Cala a boca bando de
cachaceiros! O homem está ao desmaio. Vamos acordá-lo para saber o que na
verdade ele quis ditar. – falou aborrecida.
A filha da dona do boteco veio
depressa saber o que era e se informou depressa, entrado na casa para buscar um
pouco de água para dar ao moço em desmaio. Tudo isso feito com muita pressa.
Uma mulher estava no balcão da bodega e alertou ser aquilo coisa do outro
mundo.
Segunda:
--- Isso é coisa do outro mundo.
Coisa do capeta. – findou dizendo.
Mulher:
--- Coisa de outro mundo que
nada! É um homem desmaiado! Ora! Menina! Traz a água! – falou
Moça:
--- Tá aqui a.... – respondeu sem
nem citar a água
Na agonia de todos o vaqueiro
recobrou os sentidos e ainda indagou:
Luiz:
--- Onde estou? – indagou de
pronto Luiz Vaqueiro.
Mulher:
--- Está em paz. Se conforme. É
coisa do destino. – falou mansa.
Após alguns minutos quando a
mulher, dona da venda, colheu maiores informações a respeito do moço, enfim
tirou de letra tudo pelo qual o homem informou. E então a mulher do balcão
averiguo ainda onde passara todo esse tempo e a procura de quem.
Luiz:
--- Eu estou sem trabalho. Então
eu vinha pela estrada e me topei com uma marmota. Eu tive um susto da moléstia.
Foi aí que apareceu na minha cara alguém a pedir socorro. – alegou.
Mulher:
--- Onde que isso sucedeu? –
perguntou com firmeza
Luiz:
--- Eu não sei. Só alguém indo
comigo talvez eu possa informar. – relatou com medo.
A mulher saiu um pouco e foi
buscar uma outra companheira informando ter o moço dito ter se assombrado e
queria, portanto, uma pessoa para mostrar o local. E a mulher do balcão escolheu a outra mulher
de nome Sebastiana.
Mulher:
--- Eu quero que faça isso. –
falou austero.
Sebastiana:
--- É longe? – indagou.
Mulher:
--- Só Deus sabe. - resmungou
E após passar um bom pedaço de
tempo, com Luiz Vaqueiro matando a fome a qual lhe roía os ossos pegou de volta
o caminho acompanhado da comadre Sebastiana. Foi tempo grosso para chegar ao
local dito pelo moço. Havia uma vereda e mato muito para se alcançar o local
dito conforme tagarelou o vaqueiro.
Luiz:
--- Parece ser aqui! – relatou.
A mulher Sebastiana ficou nervosa
e com receio de penetrar no mato fechado. No entanto, após um bom tempo a
mulher falou:
Sebastiana:
--- Já que eu estou aqui vamos em
frente. – falou com receio.
Foi então que o monstro surgiu.
Carrancudo que faz dó ele vinha como se quisesse abocanhar aos dois mateiros o
que fez a mulher Sebastiana recuar. E Luiz, nem se fala. Quando viu a fera,
pernas pra que te quero. Foi carreirão. Sebastiana não se fez de rogada.
Caminhou para traz e se moveu de volta correndo a toda prova.
Sebastiana:
--- É um monstro! É um monstro! –
gritava a mulher.
E era um monstro sem sombra de
dúvidas. Na sua barriga tinha para mais de quatro esqueletos de gente. As
garras postadas eram de uma Flor da Morte. A coisa mais horrenda já avistada.
Do tamanho de dois homens, ele agarrava com as garras parecendo de ferro e
engolia para dentro dos seus intestinos só soltando quando o alguém já estava
todo traçado. Era na verdade uma morte lacerante por aquela pavorosa criatura. Sua
bocara era enorme, de cima a baixo com os seus – parece – dedos apinhados de
espetos para tragar o vivente na pura cruel façanha. Não fora uma ou duas
pessoas já tragadas pelo nocivo monstro. Quem cruzasse seu caminho era ter a
morte cruel. O pavor de todos os enigmas da morte. O seu odor era o de um
cadáver com uma mistura insuportável de carne morta e um esgoto trágico a
formar a decomposição derradeira. Era o maior conjunto amarelado a produzir um
néctar dos corpos caídos em total decomposição.
E nunca mais Luiz Vaqueiro passou
nesse local para dizer a verdade.
Sebastiana:
--- É um horror. Assombração de
verdade. - declarou tempos a mulher
Luiz:
--- É um animal asqueroso de
fazer dó. – relatou com receio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário