segunda-feira, 24 de novembro de 2014

À LUZ DA LUA - 20 -

- Jennifer Aniston -

- 20 -

MULTIVERSO


A viagem prosseguia com demais velocidade com o ônibus passando por um e outro veículo para poder chegar a tempo no terminal antes do meio dia. O motorista ficava exaltado quando havia congestionamento da rodovia tenho o profissional de reter seu carro. Ele olhava para trás para ver como estavam os passageiros e depois pisava no arranco uma vez ter o trânsito de outros carros retomado à normal velocidade. No veículo não havia cobrador. Tudo era feito pelo motorista desde receber o dinheiro e passar o troco. Isso deixaria o motorista do ônibus um tanto aborrecido com aquela real situação. Em um determinado instante, o motorista fechou a porta que dava acesso aos passageiros ao interior do auto. E Paulo – coitado – estava confuso com todas aquelas asneiras ditas pelo viajante. Por isso mesmo ele ficou parado esperando a resposta à sua questão.
Viajante:
--- Depende. Eu posso estar aqui nesse instante e migrar para outro definido local. Isso é muito relativo. Esse Universo é bastante pequeno para o tamanho do Cosmos. Quando a gente entra em um tempo podemos ir ou estar vindo de outro Universo. – falou terminantemente.
Paulo:
--- É louco mesmo! Com eu vim parar nesse carro? – pensou no enigmático mistério.
Viajante:
--- Nós temos vários Universos. A questão, para muitos, na antiguidade, era, até certo ponto impossível. O deslocamento do tempo. Eu estou ao vosso lado e, com um espaço de tempo me desloco para outro. É assim o que ocorre. – falou o homem como quem estava dormindo
Paulo:
--- Ora porras!!! Como tem doido nesse mundo! Credo!! – pensou de novo o lavrador de terras.
Viajante:
--- Quando o homem conseguiu passar além desse Universo, ele entrou em outro sistema muito mais remoto. Isso é uma questão quântica. Quando o homem prosseguiu nas suas pesquisas, ele descobriu que não era o único ser nesse punhado de estrelas. Veja se me entende. – falou no enigmático setor de multiverso.
E Paulo delirava com tantas palavras desconexas. Ele apenas queria saber o preço do mamão, goiaba e melão. Coisas simples que compra todo dia nas feiras do seu município. Se ele chegasse a ter conversas com o povo ingênuo falando sobre planetas distantes e mundos infinitos seria capaz de ser sacrificado, como o boi, a cabra, carneiro entre outros bichos do mato. Então seria melhor Paulo calar de vez e tirar uma soneca. Ou fazer de conta que adormecera. Deixava ele o homem a falar as suas misteriosas viagens. Porém o viajante não parou de conversar.
Viajante;
--- O Universo que nós estamos agora, ele não está sozinho. Outros Universos existem. Eles estão nascendo o tempo todo. Nós estamos vivendo em um mar de Universos em multiplicação. É o que se chama de Multiverso. Alguns desses Universos tem propriedades básicas da natureza tão diferentes que a matéria como se conhece ou se conhecia não tem como existir. Entende? – perguntou o viajante do tempo
E o lavrador fazia de conta que adormecera naquele instante e nada podia ouvir. Era um roncar tanto profundo cujo homem fazia do seu mais eterno modo. Ainda faltava um bom tempo para o ônibus chegar ao destino final. Uma mulher acalentava o seu filho pequeno e chorão dando-lhe a mamadeira e o tornava a acalentar suavemente. Um idoso cuspiu para fora do carro e pigarreou um tanto forte como quem estivesse com uma bronquite crônica. O velho asmático tossia a todo tempo e sua gosma caía no solo do auto. Um menino inventava que estava com vontade de fazer as suas necessidades costumeiras.
Mãe;
--- Espera! O carro logo chega! – repreendeu um pouco abusada.
Um caminhão de carga passou em debandada deixando a fuligem para trás. Era já a hora do almoço. Uma menina pediu alguma coisa para comer. A sua mãe tirou do saco uma goma de mascar.  E o viajante continuava a conversar com seu companheiro de viagem.
Viajante:
--- Os viajantes do espaço estavam acostumados com três dimensões no espaço: altura, largura e profundidade. Porém o aprofundamento dos estudos chegou-se à conclusão de ter outras extensões. Foram encontradas nove dimensões no espaço. Nos cabos condutores de energia há as direções circulares. Esse foi o caso simples até demais. Em cada ponto do espaço existem outros pontos enrolados em pequenos nós.  As formas dessas novas dimensões determinam as características fundamentais desse multiverso. Todas as propriedades do Universo são apuradas pelas novas dimensões. – ditou os seus conhecimentos de viajar em outros Universos.
Paulo abriu um olho para ver o procedimento desse louco de pau e pedra e nada falou deixando o assunto ao viajante do Cosmos.  De repente, o carro brecou. O veículo seguiu à risca o enorme tráfego de autos, todos parados e os seus ocupantes a olharem atentos a mancha negra a subir constante. Dois veículos, um ônibus e o carro-tanque colidiram de repente atrapalhando o transito de outros carros. No choque, a explosão. O ônibus pegou fogo em um instante rastreado pelo caminhão tanque. Esse ao colidir com o ônibus, se revirou e ficou de rodas voltadas para o alto. A combustão veio em seguida. E os motoristas de outros autos tiveram que para os seus veículos e a fugir em debandada com seus filhos, mulheres e demais pessoas a estar nesses autos, alguns modestos, outros de maior porte. Os ônibus tiveram o alerta de se decidir em buscar de imediato a abertura das portas de emergência para que todos os passageiros pudesse descer em imediata debandada. Mãe, filhos, maridos, velhos e tantos mais seguram caninho ao desespero com o temor de serem atingidos pelo fogaréu. Alguns se meteram em uma lagoa existente no baixio da autoestrada todos eles apavorados pelas chamas a consumir o carro tanque, o ônibus e demais carros por perto. As labaredas eram por demais tormentosas e todo o povo, em agonia e desespero procurava um canto qualquer para se desvencilhar da misteriosa tragédia.
Ainda no seu ônibus, quando tudo começou, Paulo procurou de imediato, o viajante do espaço para poder lhe seguir os temerosos passos. E o viajante respondeu em seguida:
Viajante:
--- Eu não tenho condições. Esse fogo é de outra geração. Eu estou na minha geração. Ninguém aqui pode me enxergar. Eles não me veem. Eu não estou no círculo deles. Portanto, o pessoal está em uma outra fase da existência. É como se o senhor está escutando uma emissora de rádio e eu outra. Estamos em frequência bem distinta. Entende agora? – indagou o viajante do espaço.
Paulo:
--- Eu não entendo. Mas a questão do rádio eu entendo. Mas é preferível o senhor vir comigo! – relatou o homem certamente com bastante temor
Viajante.
---- Não. Não. Se o senhor tiver a vontade pode vir para o meu tempo. Eu posso levá-lo. Mas o senhor não pode me levar! É uma questão de dinâmica do cosmos. Venha comigo! - clamou o viajante.
Paulo:
--- Não. Não. Eu tenho médico. – declarou bastante temeroso com o fogaréu a se alastrar irreverente em debandada
E o viajante do tempo seguiu o seu itinerário procurando entrar na porta de onde saíra e desapareceu de vez. Em desespero Paulo ainda procurou se agarrar na mão do viajante porém esse não teve o menor tempo de espera. No caldeirão do diabo, o povo inclemente gritava com assombro pelas insistentes chamas a cobrir ampla porção de terra e se jogaram na água de uma lagoa enquanto outros prosseguiam com plena inclemência pelas faixas de transito do outro lado da avenida da autoestrada. Era um horror demasiado esse delírio insano. Apenas se notava Paulo em correria procurando socorrer o velho asmático a tossir incerto e com clemencia a vomitar sua asquerosa baba.
Paulo:
--- Pelo amor de Deus! Socorram esse velho! – gritava em demasia.
Mesmo assim, o povo não ouvia o tal clamor. Quase a cair, o velho asmático dissera apenas não ter forças para prosseguir a caminhada.
Velho:
--- Pelo amor de Deus! Deixe eu ficar naquele encosto da estrada. – e tossia o velho sem cessar.
Paulo:
--- Não. Não. O fogo pode chegar a qualquer instante! – dizia o homem a acudir o velho.
De momento, em um instante, um portal se abriu em plena estrada e alguém puxou o velho asmático ao mesmo tempo que segurou o homem, Paulo. Os dois desapareceram no espaço. Um garoto observou àquela cena sem saber o que falar. Apenas declarou.
Garoto:
--- O velho sumiu de repente! – gritou extasiado com total espanto


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