terça-feira, 25 de novembro de 2014

À LUZ DA LUA - 21 -

- Emma Stone - 

- 21 -

MON PETIT CHAT

Moema era uma menina travessa dos doze anos de idade. Certa feita ela, o pai e a sua mãe foram passar as férias em plena Paris, capital dos bons costumes e da alegria infantil como se podia clamar. A rota era mais conhecer a capital da França em todo o seu esplendor mirabolante onde, por assim ditar, havia em cada esquina, um bêbado. Em cada rua, um jornal. Miragem da Cidade Luz. A imagem do amor onde muitos amantes e casados gostam de passar sua lua de mel nas praças e jardins franceses. Arquiteturas medievais a lembrar diversos romances de autores famosos. Estar em Paris é estar num verdadeiro romance do gentil cavalheiro. Que seria ver a França sem perceber de se notar a magnífica velha Paris? Torre Eiffel de perto e de sentir o gostinho romântico das cantinas francesas. Paris é, também, conhecida como a Cidade do Amor, pois se estar na Cidade Luz, é o mesmo de estar em um verdadeiro romance. O rio Senna e suas pontes maravilhosas. O bulevar dos Campos Elísios e a Matriz de Notre Dame. O bulevar dos Campos Elíseos é o marco da história parisiense. O Jardim das Tolherias, a Opera Astória, o Quartier Latin, o Prince de Galles e tantas outras parques e avenidas. Essa era Paris dos sonhos infantis. Para Moema, era um deslumbramento. A garota estava na cidade dos mil e um sonho encoberto de furtiva onda dos amores. Era um verdadeiro delírio para aquela criança amada e inocente. De repente, mais que um romance, Moema notou perto da ponte do rio Sena, a Ponte Neuf ou Ponte Novo a cruzar o rio dos amantes, um belíssimo pequeno gato francês onde a sua cor prevalecia em um torno branco, em parte cor da bandeira do País dos belos apegos.
Moema:
--- Um gato? Um gato francês? – curiosa falou a menina cheia de sorrisos.
E se viu a mercê o belo gato. Um legítimo gato francês. Uma antiga lenda diz que o Gato foi criado em plena Arca de Noé. Quando o homem observou desesperado a quantidade de ratos que se proliferavam e devoravam todas as provisões, implorou que Deus o ajudasse. E o Gato, então foi a salvação de todas as espécies tendo sido criado da boca de um Leão. Isso é uma lenda sobre a criação do felino. Mesmo assim, como uma ação preventiva de Deus, ou não, o certo é ter a garota agarrado com ternura o seu felino e o abraçou com uma fraternidade universal.
Moema:
--- Olha mamãe, um grato francês! – então mostrou a infante criança à sua mãe.
A sua mãe sorriu e lhe disse ser aquele um pequeno gato tão somente de cor branca, olhos azuis e cintilantes com um ronronar de onde podem vir todos os gatos da Terra.
Moema:
--- Não, mãezinha. Mas ele é um gato especial por ser todo francês. – falou delicadamente
Mãe:
--- Mas estamos nós em plena Paris e não sei como se pode levar esse gato tão pequeno, desnutrido e assanhado. Veja! – a mulher mostrou os cabelos arrepiados do gato francês.
Moema:
--- Ô mãezinha! Mas a senhora não pode ser tão malvada assim. E ele me acha tão querida. – e abraçou o felino com o seu rosto ligado ao animal.
Mãe:
--- Mas minha filha, no Brasil nós temos gatos tão bonitinhos como esse. – sorriu com simpatia a mãe de Moema.
Moema:
--- Mas no Brasil só temos gatos brasileiros. E esse meu, eu o meu pequeno gato francês. – falou a menina com a sua voz de choro.
Mãe:
--- Eu sei, minha filha. Ele é um gato nascido na França. Isso não difere em nada dos outros felinos nascidos da Alemanha ou em Roma. – falou com suave sentimento.
Moema:
--- A senhora não come carne do animal francês? E por que diz não ser importante se ter um bichinho também nascido na França? – falou chorosa.
Mãe:
--- Escute bem, filhinha. Esse gato não pode sair da França. – falou com muita calma
Moema:
--- E por que não pode? Ele não tem passaporte? – mendigou a filha.
Mãe:
--- Sim. Justamente por isso. Você lembrou bem. Ele não tem passaporte. – sorriu a mulher
Moema:
--- Ah. Por isso não. Ele vai de contrabando. – falou com alegria
Mãe:
--- Que é isso minha filha!!! Seu pai vai ser preso por causa de um gato? – falou ao desespero.
Moema:
--- Então tira o passaporte do Mon Petit Chat. – e se abraçou com o seu rosto ao gato.
Curiosos ao passar pela ponte de Neuf perceberam o debate entra a menina e a sua mãe. Nem mesmo sem entender a língua estranha relatavam para que a mulher levasse consigo aquele misterioso gato de rua. Isso, a mãe de Moema também não entendeu. Mesmo assim deu por saber ser um gato de rua, bem fácil de se decifrar.
Mãe:
--- Tá vendo o que você me faz passar em plena rua de Paris? Ponha esse gato na ponte e vamos embora! – discutiu a mãe já um tanto colérica.
Moema:
--- Não. Não. Ou o meu gato ou minha vida! Está decidido! – respondeu a infante agarrada ao gato.
Mãe:
--- Meu Deus do Céu! Como você faz me passar tamanho vexame! Vamos embora! Deixe o gato! – falou com imensa brutalidade querendo puxar a menina pelo braço.
Moema:
--- Ah, É assim? Pois eu me deito no meio da ponte com o meu gatinho francês! – forçou a menina para se largar de sua mãe.
Irritada, a mãe de Moema, finalmente declarou com rispidez.
Mãe:
--- Você venceu! Leve seu gato rabugento! – deu o seu consentimento com o suor escorrendo pela face.
Em meio de tal vexame, a menina delirou por ter vencido a batalha. Seria ele o seu amigo gato conhecedor de várias batalhas o primeiro a ser despachado para um novo continente com direito a passagem grátis e seguir a cabine de passageiros. A mãe da menina se tornou por demais impertinente por ter perdido a luta. Nas andanças da luta, a menina ainda perguntou:
Moema:
--- Mãezinha! Será que não faz mal ele tomar leite brasileiro? – perguntou contornando os lábios
Mãe:
--- Ah menina! Não me fale mais nesse felino! – falou um tanto aborrecida.
Moema:
--- Ô mãezinha! É por isso que nem os gatos gostam da senhora! – falou como brava.
O avião pousou no aeroporto já na volta para o Brasil e alguém indagou:
Alguém
--- De quem é esse gato? – perguntou o homem de bordo com a bagagem na mão.
Moema:
--- É meu! E ele é francês. – relatou a menina.
O homem de bordo entregou a bagagem e sorriu.
O pai da menina ainda declarou a Alfandega toda a documentação para poder o bichano entrar legalmente em território brasileiro. Após tudo isso feito, a menina sorriu e declarou.
Moema:
--- Agora você é um gato brasileiro. Não tem importância. Porém nascido em Paris.
A sua mãe sorriu com tanta asneira da moleca toda por demais espirituosa.


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