quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O INFERNO - 20 -

- Rachel Weisz -
- 20 -
CRISES
A velha senhora começou a falar, com sua voz mansa, dos poderes da cura de todos os males existentes na Terra. E mais: Donana lembrou dos males espirituais de seres de muito tempo já vividos e que se foram para outro período da vida. Com relação ao espirito Ivaldo a estar na casa de Norma, a velha senhora alertou ter ele ainda encostado à moça só porque ele era quando em vida, um ser de muita paixão por Norma e nunca se afastou da moça mesmo em outras gerações. No seu tempo de existência, Norma nada queria com o seu devoto conhecido, Ivaldo, apesar da insistência do referido espirito. Ambos moravam em uma região perto do rio Nera onde o homem morreu em um trágico acidente, tendo o seu corpo sido encontrado dias depois do local. Porém, a moça, no atual tempo, não sabia de coisa alguma. Naquele momento, Norma vivia atormentada por vários espíritos, inclusive de um ser chamado Lord Thomas Ryan, certa vez fora seu pai em épocas passadas, após a moça ter já existido no tempo de Ivaldo.
Donana:
--- Os senhores não terão poder para curar a moça Norma. Só em um centro espírita é possível resolver esse caso. Tudo em nome de Deus. – falou a velha senhora. E se voltou para ir embora.
O médium Paranhos ficou atônito com tudo dito para anciã dos seus 80 anos e ficou a olhar a mulher quando essa se despediu de todos. Enfim, passados alguns instantes, com todo o pessoal procurando repor a mesa com os seus acanhados objetos espalhados pelo chão da casa e então se deu por encerrado o trabalho daquela noite. Paranhos orientou a moça a ir ao Centro Espirita na noite seguinte quando ele poderia fazer uma prece em direção ao alto para normalizar a situação de Norma. Ela era uma vidente excepcional e podia muito bem ajudar os trabalhos do Centro e de outros pontos de cura existente em Natal, naquela época.
Contudo, um mau ancestral ainda vivia entre Norma. Dona Totó vivia em um bairro pobre, dos humildes da cidade e trabalhava da Fábrica de Agave, algo de maior importância das Rocas. Quem vivia no bairro das Rocas era gente humilde, em sua maior parte pescadores a busca de alto mar do seu sustento e da família. Dona Totó vivia sozinha apenas acompanhada por sua filha. Nesse momento a moça arranjara trabalho em um escritório do jeito que tudo seguia muito bem. A questão dos espíritos a lhe perseguir era um sinal anormal para todo o sempre. Desse dia em diante, a moça resolveu prosseguir como a velha senhora ditava. Ela acreditava que a nova vida teria presença maior. Todas as manhãs e a noite ela rezava para os mentores maiores, em nome de Deus e, assim, pode sentir uma melhor fase de viver.
Certa noite, quando voltava do Centro Espirita, Norma notou algo surpreendente. Em seu quarto de dormir, a sua cama estava revirada a ponto de empatar se prosseguir até ao outro lado onde estava o beco da casa. A moça ficou temerosa a ponto de estranhar por todo o mau. Ao tentar puxar a cama para o seu lado, Norma sentiu um puxão em cima do seu ombro que a vez cairão solo. De início em supôs ser a sua mãe. Mesmo assim a senhora Totó já estava na cozinha preparando o almoço do dia seguinte, e não podia ser ela. O certo é que Norma se levantou e sentiu um calafrio e arrepiamento em seus cabelos. E percebeu a figura de um velho, o mesmo velho que perseguiu por muito tempo e se dizendo o seu pai Lord Thomas Ryan em passadas gerações. Então, Norma se levantou e se benzeu com uma cruz benta de um rosário. Enfim, a moça indagou com severidade.
Norma:
--- Que você quer? Já voltou? Eu não te mandei embora velho sujo! – reprovou a moça.
Lord:
--- Você é a minha filha! Não precisa temer! – falou com voz grossa
Norma:
--- Eu não sou a sua filha! – disse a moça lhe mostrando a cruz benta.
A mãe de Norma perguntou direto da acanhada cozinha.
Totó:
--- Quem está ai, minha filha? – perguntou sem temor.
A moça demorou a responder. Então, dona Totó se acercou do quarto a filha e a notou preocupada. A moça estava com o braço estendido para o nada com uma cruz e apenas discutia, discutia. Por fim, a moça olhou para a sua mãe e declarou:
Norma:
--- É esse velho. Eu posso vê-lo! – respondeu com a cara forte de expressão.
Totó:
--- Que velho? Quem é ele? O que ele quer? – falou ao desespero.
Norma:
--- Ele diz ser meu pai. Mas não é o meu pai. Ele diz que antigamente era meu pai. Eu disse que o já mandei embora! – relatou com ênfase.
Totó:
--- Ele está com alguma arma? Facão ou espada? – indagou cheia de temor.
Norma:
--- Apenas um cão. Ele está rosnando! – respondeu a moça.
Totó:
--- Cão? Rosnando? – indagou preocupada.
Norma:
--- Ele está a ameaçar a todos! Diz que não quer ver ninguém perto de mim! O cão está rosnando cruelmente! – respondeu com ira.
Totó:
--- Virgem Maria! Tenha cuidado. Eu vou chamar Donana para tirar o safado! – reclamou com temor.
Norma:
--- Ele está zombando da velha Donana. E diz que se ela aparecer aqui, ele a estraçalha! – respondeu com bastante ira.
Totó:
--- Estraçalha? Ai meu Deus!!! O que fazer! Eu não quero ver gente morta! – referindo-se a anciã
A mulher estava assustada e começava a sentir pavor da figura imaginária por Norma. E ouviu tremerem os copos no armário dando sinal de que alguém na verdade, estava em sua casa. A lâmpada da sala se apagou e voltou a acender. A panela no fogo esborrava. Um gato soltou um estranho miado se contorcendo de medo e saiu fora da casa. Algo de errado estava a ocorrer naquele instante. Nesse instante, alguém tocou à porta. Muito nervosa, dona Totó se voltou para a saída da casa. E viu a figura encurvada da anciã Donana. Correu a frente e foi buscar a anciã lhe ditando o ocorrido. A ancião respondeu:
Donana:
--- Deixa-me ver quem é o astucioso! – falou com sua voz enigmática.
Totó:
--- Cuidado minha avó! Ele tem um cão também! – respondeu a mulher.
No meio da sala de entrada estava tudo ao desconforme como se alguém tivesse posto tudo ao relento. Na parede, o quadro de Jesus Cristo, se punha retorcido como se alguém pusesse a mão para retirá-lo. No meio do corredor, um monte de revistas estava a espalhar por todo o ermo. E da cozinha vinha a caçarola a rodar despejando todo o seu conteúdo. Jarros e copos se derramavam pelo chão na parte da segunda sala. Era tudo um horror. A ancião, com seu crucifixo e o ramo de ervas chegou a entrada do quarto de dormir a senhorita Norma e se benzeu com o seu crucifixo, puxando o cordão de São Francisco para bater no intruso.
Donana:
--- Vai-te daqui molestado! Solta a moça! Solta! – dizia isso e batia com o seu cordão como se fosse no vento.
O cordão de São Francisco batia das costas do possesso e o cão rosnava contra a velha senhora querendo estraçalha a senhora. A um só tempo o verme monstro tentava pegar a mulher e então a velhinha batia com seu cordão em cima do velho rabugento e asqueroso para sentir livre do seu algoz.
Donana:
--- Sai daí Satanás! Vai-te para ondas do mar que te persegue! – reclamava a mulher.

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