sábado, 6 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 01 -

- LAÇOS DE TERNURA -
- 01 -
O INICIO -
O dia caminhava para o seu fim. Era um pouco mais de cinco e meia. Gente transitava de um lado para outro cruzando a praça André de Albuquerque em um movimento célere entre carros, meninos, homens, mulheres e pessoal idoso. Uns gritavam produtos para o início do jantar. Outros, ofereciam missangas. Era um tumulto geral no ir e vir dos transeuntes entre automóveis e até mesmo carroças puxadas a burro e esse a temer constante a chicotada no espinhaço que o dono faria apenas a ditar. 
Carroceiro:
--- Buuuurro! – E sacudia o chicote do espinhaço do burro
Nesse mesmo instante, o idoso José Afrânio Beralde, o seu Zequinha, caminhava no sentido da Catedral da Apresentação, a Matriz da Cidade, em direção à rua Santo Antônio, onde o transito já era imenso. Com a cabeça abaixada e uma bengala a apoiá-lo no passar lento, seu Zequinha cumprimentava desconhecidos e pensava nas agruras da vida ou em coisas vãs. A fileira de autos provocava o homem a se desviar de um lado e de outro, mesmo estando próximo a Igreja onde as portas estavam abertas até mais tarde. Senhoras cultivavam o hábito de rezar àquela hora da tarde e Zequinha olhava de imediato quando duas senhoras procuravam o confessionário para fazer os seus habituais pedidos de perdão ao padre confessor. Zequinha sorriu pela atitude de uma das senhoras. E os autos, freneticamente, a buzinar para os da frente atravancando o transito lento àquela hora tardia do quase noite. Uma senhora caminhava pela calçada levando consigo segura pelo braço a sua filha menor. A senhora ralhava com palavras ásperas à menina a conservar quieta. Em dado instante, a senhora aplicou um aperto forte no braço da inocente menina e algo lhe fez chorar. A moça a passar, viu a cena e, temerosa, não sorriu. Porém declarou de pronto.
Moça
--- Maldosa! – Foi o que falou. E seguiu à frente.
A senhora ainda observou a moça e nada respondeu.
Na rua Santo Antônio, as empresas do Governo encerravam seus expedientes e gente laboriosa saía para pegar o seu carro ou mesmo, andar a pé por mais um pouco. E em uma dessas inúmeras repartições, deixa o seu local de trabalho a senhora Dalva Lopes Baldo, com certa pressa e desejando “boa sorte” ao rapaz Vigilante postado à frente do edifício. Um sorriso fez o homem em agradecer a atenção prestada. Em seguida, a buscar as chaves do seu carro, a mulher olhou para bem ao largo verificando o trânsito de carros a passar, vendo ainda um guarda de tráfego a fazer gestos para os motoristas se apressarem, com certeza.  Dalva Lopes abriu a porta do seu casso ao mesmo tempo em que falava com um homem a chegar tardio a repartição dizendo-lhe algo sobre documentos que lhe poria em cima da mesa para ser visto no dia seguinte entre pessoas a transitar com a máxima pressa. Um gazeteiro passava a oferecer o Jornal da Tarde.
Gazeteiro
--- Vai querer? Tem a história da mulher que engoliu a garrafa! – Falou com risos.
O homem sorriu e pagou por um jornal. Nesse ponto, Dalva Lopes também sorriu pela mentira pregada pelo gazeteiro para vender seu desusado jornal. Ela manteve o cuidado de se olhar no espelho interno conferido o seu penteado. Ainda fez um charme qualquer para se manter elegante. O carro posto a funcionar e a mulher acelerou para a saída de ré quando, de repente, tomou um susto. Pelo retrovisor Dalva viu passar uma bengala bem próxima do carro e um ancião a cair. A mulher parou e, de imediato, abriu a porta para sair, tendo a ajuda do Vigilante da repartição vindo com pressa para acudir o coitado.
Dalva
--- Ave Maria! Quem foi? – Indagou a mulher tremendo de medo.
O Vigilante passou com agilidade e chegou primeiro ao ancião. O velho estava se escorando na trazeira do carro, tentando se soerguer e Dalva Lopes, tanto vexada, perguntava ao velho senhor com bastante cuidado.
Dalva
--- Está machucado meu velho? – Perguntava a mulher tentando também soerguer o homem tendo por ajuda o Vigilante
O velho senhor apoiava-se no carro e, com a ajuda de Dalva Lopes pode se soerguer e mesmo assim, ele falou para a mulher que estava a passar bem e nada de mais ocorreu.
Velho
--- Está bem. Está bem. Nada de mais. Foi apenas um tombo. – Relatou com cuidado.
Dalva
--- Vamos. Vamos. Vou te deixar em casa. Onde o senhor reside, meu velho? – Indagou cheia de dúvidas
Velho
--- Aqui perto. Bem ali. Não precisa se incomodar. Eu vou mesmo a pé. – Relatou com cuidado pela sua bengala
O ajuntamento de gente na calçada próxima era de porção. Cada um a comentar.
Gente
--- Pobre velho! – Dizia um.
Outro
--- Ele se furou? – Perguntava
Terceiro
--- Que tombo feio. – Lamentava.
E o Vigilante acompanhou a senhora Dalva Lopes a pôr o velho senhor na parte a frente do auto, onde podia chegar por mais cuidado. E o velho apenas reclamava.
Velho
--- Não é preciso Dona. Eu moro aqui perto. – Lamentava como quem chorava de angústia.
Dalva
--- Não tem problema. É o meu caminho por essas bandas. Diga-me onde o senhor mora? – Perguntou a mulher.
Velho
--- Logo perto. Eu já disse. – Reclamou
Um motorista estava no seu carro e para na fila para ver a confusão do velho e a dama. Então, o motorista começou a alerta a mulher com palavrões.
Motorista
--- Sai daí amalucada. Só sendo mulher! – Relatou do interior do seu auto
Nesse ponto, Dalva Lopes atirou o sapato contra o motorista que, se pegasse, era coisa feia. O sapato passou direto e o motorista se esquivou para trás sem saber o destino do sapato. Logo em seguida, o motorista saiu de dentro do seu carro e começou a tecer palavrou de baixo calão e o guarda teve o tento de avisar ao motorista que ele estava interrompendo o transito. O motorista, desajustado, tomou o seu assento o auto e passou marcha a ré para sair mais que depressa do largo conflito de carros. Quando puxou o freio de mão, o carro deu ré e se ouviu um estilhaçar de vidros e metais. O auto do homem faz a marcha ré, de fato e abalroou o carro de trás.  Desse ponto em diante iniciou a contenda. O segundo motorista gritava:
Segundo
--- Ei! Meu carro! Está louco? – E desceu do seu auto para ver o estrago
A frente do carro estava toda amassada despencando para o chão o restante da sobra. E o tumulto se fez presente com o guarda anotando a placa do auto batido e as indicações do auto que causou os danos. Sempre com o apito à boca o guarda pedia apenas os documentos do infrator. E mesmo assim, não podia falar. Apenas acenava com a mão e o apito a tocar. O infrator dizia em sua defesa.
Motorista
--- Foi apenas um acidente de percurso! – Suando pelos poros.
O guarda não queria nem sabe. Apenas pedia a carteira com bastante pressa andando para um lado e para outro. O segundo motorista dizia com muita ira que o caso não ficava assim. O segundo motorista queria um carro novo. E a multidão se fez presente. Cada um a fazer o seu comentário.
Presente
--- Quebrou foi tudo! –




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