segunda-feira, 8 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 03 -

- FARMÁCIA -
- 03 -
CONVERSAS
Após breve conversa com o ancião Zequinha, a senhora Dalva Lopes Baldo se despediu do ancião e veio até a senhora Odete Beraldo demostrar sua satisfação lhe pedir escusas por ter feito o que fez. A senhora Odete Beraldo estava já a caminho do seu esposo para saber se ele estava passando bem. Em seguida, sentou próximo a Zequinha alertando para o fato ocorrido próximo a Igreja de Santo Antônio onde dos proprietários de carros se altercaram e terminada na bofetada.
Odete
--- Ave Maria! Foi algo repugnante. O pobre de Guarda se se viu com as duas feras. Chamou-se até a polícia. Os dois foram levados para a delegacia. Os carros ficaram no meio da rua atrapalhando o trânsito. Carros tiveram que circular pela rua Padre Pinto. Foi caso sério. – Lamentou a senhora.
Dalva
--- Nós estivemos perto, mas não observamos mais a guerra dos bárbaros. – Sorriu a mulher apontando para o ancião.
Odete:
--- A senhora o conhecia? – Indagou
Dalva
--- Até hoje, não. Foi um acaso. E eu pedir para leva-lo em casa. Um acidente, por assim dizer. Mas, não houve sequelas. – Relatou sorrindo
Odete
--- Um acidente. Pois sim. Esse velho turrão só me dá trabalho. A senhora é médica? –
Dalva
--- Não senhora. Estou trabalhando em uma repartição do Governo. Mas, espero um convite do Banco do Brasil. É outra parada. – Sorriu.
Odete
--- O Banco? É ótimo. – Respondeu
Sorvetinho
--- Ela é astrônoma, se quer saber. – Disse a moça querendo fazer charme
Odete
--- Ah. Então está bem de vida. Seus pais? Eles residem onde?
Dalva
--- Eles residem no Rio. Meu pai é médico.
Odete
--- Médico? Que mais está querendo? Tem esposo?
Dalva
--- Não. Não. Ele morreu há dois anos. Era advogado. Marcos Baldo. – Calou
Odete
--- Morreu? Como? – Surpresa
Dalva
--- Acidente. De carro, coitado. Não éramos carne e unha. Casamo-nos tão logo terminando o curso de Advocacia. Mas o destino privou de sermos felizes. – Fez ar de choro
Odete
--- Não chore, menina. Tudo bem. Paciência. Isso passa. –
De imediato, José Afrânio falou do seu canto.
Zequinha
--- Ele está aqui. – E apontou para Dalva
Dalva
--- Quem? – Perguntou assustada.
Zequinha
--- Seu esposo. Ele está bem próximo a senhora. Eu o vejo. E o ouço também. – Falou com calma
Odete
--- Ele é espírita. Vidente. Conversa com os espíritos. – Falou a mulher de José Afrânio.
Dalva
--- Ele está aqui? Nossa! Não acredito! Como? – Perguntou assustada.
Sorvetinho
--- Se meu avô diz que ele está, é verdade. – Falou de olhos abertos
O ancião sorriu e então declarou a senhora Dalva.
Zequinha
--- Ele disse algo que só você sabe. –
Dalva
--- Ele? O que foi que ele disse? – Indagou preocupada
Zequinha
--- Ele falou que a senhora o chamava de “chefinho”. Verdade? – Sorriu.
Dalva:
--- Aí. Vou desmaiar. Chefinho? Claro. Claro. Meu Deus. Ele está aqui mesmo. –
Zequinha
--- Ele acaba de dizer que a senhora não vai desmaiar. E nem tenha medo. Espere. Estou ouvindo algo mais. –
Dalva
--- O que? – Indagou atônita
Passados alguns segundos José Afrânio voltou a falar de um tema bem importante.
Zequinha
--- O doutor Baldo pediu desculpas. Mas teve um caso de “aborto”. Espere. Quem? Ah sim. Da senhora. Verdade? – Falou José Afrânio como se estivesse falado com o “espirito” e a sua mulher
O aborto foi dito há alguns anos em conversa normal de alcova. Para se lembrar do caso, Dalva Lopes teve que remover montanhas. E quase não se lembrava mais. Uma certa feita, ela sentiu está gravida. E nesse momento, foi até uma Farmácia em busca de um medicamento para o trato de outro problema de saúde. Mas no fim, era um medicamento abortivo. Ela estava no banheiro de sua casa quando ingeriu o medicamente, no tempo em que o seu marido chegava para o almoço. Dalva sentiu um verdadeiro susto e de imediato gelou. Chegou a indagar se Baldo estava na sala. O homem respondeu que sim. E naquele instante a mulher enfiou no bolso do seu chambre o invólucro do medicamento. Depois saiu para a sala de almoço. Porém, deixou cair no chão um pacote do medicamento. O marido apanhou depressa e indagou para que ela tomara. Ela desconversou sem saber o que afirmar. Apenas notou acara de Marcos Baldo ficar vermelha como se estivesse com raiva.
Baldo
--- O que é isso? – Indagou
Dalva
--- Um remédio. – Disse
Baldo
--- Abortivo? – E sacudiu no cesto de lixo
A mulher caiu em prantos dizendo que não podia ter um filho naquela hora. E chorou por demais como se fosse uma criança perdida. O marido, então, foi ter com Dalva e abraçou com afeto.
Dalva
--- Eu não quero ter agora. – Chorou a mulher
Baldo
--- Calma. Calma. Não precisa chorar tanto assim. – Tranquilizou o esposo


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