- MAR REVOLTO -
- 23 -
TEMPO -
Mesmo com chuva
durante a noite, as crianças ainda assim brincavam nas salas de suas casas. A
luz estava tão normal a qual não se podia imaginar algo tenebroso. Os aparelhos
de televisão continuavam ligados nas simples casas da rua onde se percorria
ladeira abaixo ou mesmo ladeira acima. O silêncio da noite mostrava a escuridão
que projetava da cidade. Um carro passou veloz para se defender da inundação de
lama. Um homem falava talvez sobre as águas de um diluvio iminente a acontecer
na cidade. Um ruído audaz se fazia notar. O jeep corria célere para o campo da
Base Aérea circulando com outros carros velozes. Um sinal fechou. O jeep teve
que parar no meio da estada. O tenente falou algo incompreensível. Talvez a
demorar em se chegar a Base. Do lado oposto, carros se espremiam parados
aguardando a hora de transitar. Um mundo era tenebroso. Alguém em um carro,
gritava para o interior talvez a discutir com outra pessoa a grave situação do
tráfego. Prédio elevados dormiam tranquilos como se nada houvesse em iminente perigo.
Um avião cruzou o céu onde tudo era escuro. O ancião José Afrânio sorria por
qualquer coisa ou por nada. A neta, Amanda voltou o olha para o ancião.
Amanda:
--- Que foi? –
Indagou tensa.
Zequinha:
--- Nada
demais. - Respondeu
Amanda
--- Seus
óculos? – Perguntou olhando a cara do seu avô
Zequinha:
--- No bolso! –
E apalpou o paletó.
Amanda:
--- O senhor
conhece esse major? – Perguntou cismada.
Zequinha
--- Nem gordo,
nem magro! – Sorriu. E fechou a cara.
Amanda:
--- E o que vai
fazer? – Indagou preocupada.
Zequinha
--- Adivinhar.
– Respondeu.
Amanda
--- Adivinhar!
Só sendo! – Falou a moça em tom de reprovação.
O trovão no
espaço. Amanda se estremeceu. Quase no mesmo instante, dez segundos antes, um
relâmpago sacudiu a Terra. Era o provável início do dilúvio. A chuva se tornou
mais torrencial embebendo tudo em todos os lugares. A pista ficou encoberta de
não poder se enxergar a mais de três metros à frente. Tudo era escuridão. As
luminárias apagaram de vez. Era a falta de energia naquele ponde da cidade já bem
noturna. Um farol lampejava. Era o campo de aviação da Base Aérea. Do fora, na
mais. Os motoristas ficaram temerosos com aquela falta de energia por todo o
campo. E deles quis saber:
Motorista:
--- Faltou luz
da cidade?! Tudo escuro! - Falou
alarmado.
Outro:
--- Só faltava
essa! – Relatou um a mais.
Alguém:
--- Faltou
luz? - Reclamou.
Mais um:
--- Quero ver
mais o que vai dar! Chuva, relâmpago e não tem sinal na estrada! – Disse
aborrecido
Amanda:
--- Agora deu!
Nem luz nem se pode seguir! Bosta! - reclamou
abusada.
O tenente
falou:
Militar:
--- Vamos
seguir por fora. Nós entraremos pelo portão da esquerda. – Falou.
O motorista
seguiu com pressa entre relâmpagos e trovões pela segunda estrada para ter
acesso um pouco precipitado pela a segunda entrada. Por certo, o tenente
observou uma sentinela a manter guarda, todo de capuz. O rapaz veio ao meio da
pista para poder identificar o tenente. Duas outras sentinelas estavam em
guarda com seus fuzis apontado para o tenente. De imediato a primeira sentinela
foi dar sua orientação a um sargento. Esse era a autoridade máxima no posto e
deu sinal de onde estava que estava tudo em ordem. O rapaz retornou e deu om
sim. E dessa forma o tenente continuou a marcha. Com mais alguns minutos, o
jeep estava estacionado em frente a um prédio a servir de portão para os
visitantes. O tenente procurou falar com o major e esse veio de imediato até o
portão. Após um diálogo breve, o major
concordou em receber o ancião dentro do prédio.
Tenente:
--- E a moça? –
Indagou.
Major
--- Deixa vir.
– Relatou o major.
Os relâmpagos
cortam o Céu e o ribombar dos trovões era por demais preocupante. O frio
aumentou com o uivar da ventania. Com isso, as sentinelas recolhiam-se às
guaritas com o capuz cobrindo o rosto por completo. A zoada dos aviões
militares era insuficiente para aplacar o temor dos soldados ainda jovens. Uma
corneta soou vibrante advertindo o chamado para as 10 horas da noite, instante
de se recolher aos seus reservados os militares ainda acordados e em conversas
um tanto desanimadas. No interior do prédio de apenas um andar, estavam o Major
Souza recebeu em seu gabinete o ancião José Afrânio, a sua filha Amanda e
também o tenente que acompanhava os visitantes. De imediato, o tenente bateu
continência, tento se afastado do recinto uma vez ter concluído sua missão
àquela hora tardia da noite. O major Souza iniciou o diálogo com o ancião.
Major:
--- Boa
noite. É um prazer em conhecê-lo. Se não
fosse todo esse temporal, seria mais vantajoso para nós a conversa. Mas, isso,
não importa. Eu sou o major Souza e estou às ordens do Comandante da Base. Pois
bem. Eu indago: o senhor tem visões? Gente morta, por assim dizer? – Perguntou
bem sério.
Zequinha:
--- Boa noite,
major. Essa é a minha filha. Ela está aqui por mera precaução. Mas não tem nada
a ver com o caso. Sim! Eu sei de tudo o que sua excelência indaga. É difícil se
ter uma visão de gente que já nos deixou em paz ou na guerra. Mas eu tenho essa
visão. Pois não. – Adiantou.
Major:
--- Ah bom. O
senhor teve ter sabido de um acidente, hoje, envolvendo o Governador do Estado
e a nossa missão foi de localizar os destroços do aparelho acidentado. Por mais
que se fizesse, com emprego de navios e tudo mais. Aviões também. Nada de
positivo se encontrou até esse momento. É certo que faz pouco tempo. Mesmo
assim, o aparelho desapareceu no mar ou no ar. Temos certas informações que o
nobre senhor tem a possibilidade de reconhecer esse local onde pode e deve
estar o aparelho. Verdade? – Quis saber.
Zequinha:
--- Verdade. À
noite é muito difícil para um piloto de avião encontrar os destroços. Mas, em
dia claro, isso se torna mais fácil. E pergunto: eu tenho que ir a região do
acidente? – Perguntou.
Major:
--- De preferência!
– Argumentou.
Zequinha:
--- Muito bem.
Mas eu creio não ser preciso. Apenas uma orientação de fora, o piloto tem
melhor chance de encontrar os estragos. De um modo ou de outro, o piloto é que
deve saber. –
Major:
--- O senhor,
em terra, pode orientar o piloto? – Indagou desconfiado
Zequinha
--- É bem
provável. Eu, de fora, vejo melhor do que no próprio avião. Veja que o avião
segue em velocidade. Eu fico de fora ouvindo o relato do senhor piloto. Vai
depender do piloto. – Falou.
Major
--- Como? Isso
é possível? – Indagou.
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