sexta-feira, 26 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 23 -

- MAR REVOLTO -
- 23 -

TEMPO -

Mesmo com chuva durante a noite, as crianças ainda assim brincavam nas salas de suas casas. A luz estava tão normal a qual não se podia imaginar algo tenebroso. Os aparelhos de televisão continuavam ligados nas simples casas da rua onde se percorria ladeira abaixo ou mesmo ladeira acima. O silêncio da noite mostrava a escuridão que projetava da cidade. Um carro passou veloz para se defender da inundação de lama. Um homem falava talvez sobre as águas de um diluvio iminente a acontecer na cidade. Um ruído audaz se fazia notar. O jeep corria célere para o campo da Base Aérea circulando com outros carros velozes. Um sinal fechou. O jeep teve que parar no meio da estada. O tenente falou algo incompreensível. Talvez a demorar em se chegar a Base. Do lado oposto, carros se espremiam parados aguardando a hora de transitar. Um mundo era tenebroso. Alguém em um carro, gritava para o interior talvez a discutir com outra pessoa a grave situação do tráfego. Prédio elevados dormiam tranquilos como se nada houvesse em iminente perigo. Um avião cruzou o céu onde tudo era escuro. O ancião José Afrânio sorria por qualquer coisa ou por nada. A neta, Amanda voltou o olha para o ancião.
Amanda:
--- Que foi? – Indagou tensa.
Zequinha:
--- Nada demais. - Respondeu
Amanda
--- Seus óculos? – Perguntou olhando a cara do seu avô
Zequinha:
--- No bolso! – E apalpou o paletó.
Amanda:
--- O senhor conhece esse major? – Perguntou cismada.
Zequinha
--- Nem gordo, nem magro! – Sorriu. E fechou a cara.
Amanda:
--- E o que vai fazer? – Indagou preocupada.
Zequinha
--- Adivinhar. – Respondeu.
Amanda
--- Adivinhar! Só sendo! – Falou a moça em tom de reprovação.
O trovão no espaço. Amanda se estremeceu. Quase no mesmo instante, dez segundos antes, um relâmpago sacudiu a Terra. Era o provável início do dilúvio. A chuva se tornou mais torrencial embebendo tudo em todos os lugares. A pista ficou encoberta de não poder se enxergar a mais de três metros à frente. Tudo era escuridão. As luminárias apagaram de vez. Era a falta de energia naquele ponde da cidade já bem noturna. Um farol lampejava. Era o campo de aviação da Base Aérea. Do fora, na mais. Os motoristas ficaram temerosos com aquela falta de energia por todo o campo. E deles quis saber:
Motorista:
--- Faltou luz da cidade?! Tudo escuro!  - Falou alarmado.
Outro:
--- Só faltava essa! – Relatou um a mais.
Alguém:
--- Faltou luz?  - Reclamou.
Mais um:
--- Quero ver mais o que vai dar! Chuva, relâmpago e não tem sinal na estrada! – Disse aborrecido
Amanda:
--- Agora deu! Nem luz nem se pode seguir! Bosta! -  reclamou abusada.
O tenente falou:
Militar:
--- Vamos seguir por fora. Nós entraremos pelo portão da esquerda. – Falou.
O motorista seguiu com pressa entre relâmpagos e trovões pela segunda estrada para ter acesso um pouco precipitado pela a segunda entrada. Por certo, o tenente observou uma sentinela a manter guarda, todo de capuz. O rapaz veio ao meio da pista para poder identificar o tenente. Duas outras sentinelas estavam em guarda com seus fuzis apontado para o tenente. De imediato a primeira sentinela foi dar sua orientação a um sargento. Esse era a autoridade máxima no posto e deu sinal de onde estava que estava tudo em ordem. O rapaz retornou e deu om sim. E dessa forma o tenente continuou a marcha. Com mais alguns minutos, o jeep estava estacionado em frente a um prédio a servir de portão para os visitantes. O tenente procurou falar com o major e esse veio de imediato até o portão.  Após um diálogo breve, o major concordou em receber o ancião dentro do prédio.
Tenente:
--- E a moça? – Indagou.
Major
--- Deixa vir. – Relatou o major.
Os relâmpagos cortam o Céu e o ribombar dos trovões era por demais preocupante. O frio aumentou com o uivar da ventania. Com isso, as sentinelas recolhiam-se às guaritas com o capuz cobrindo o rosto por completo. A zoada dos aviões militares era insuficiente para aplacar o temor dos soldados ainda jovens. Uma corneta soou vibrante advertindo o chamado para as 10 horas da noite, instante de se recolher aos seus reservados os militares ainda acordados e em conversas um tanto desanimadas. No interior do prédio de apenas um andar, estavam o Major Souza recebeu em seu gabinete o ancião José Afrânio, a sua filha Amanda e também o tenente que acompanhava os visitantes. De imediato, o tenente bateu continência, tento se afastado do recinto uma vez ter concluído sua missão àquela hora tardia da noite. O major Souza iniciou o diálogo com o ancião.
Major:
--- Boa noite.  É um prazer em conhecê-lo. Se não fosse todo esse temporal, seria mais vantajoso para nós a conversa. Mas, isso, não importa. Eu sou o major Souza e estou às ordens do Comandante da Base. Pois bem. Eu indago: o senhor tem visões? Gente morta, por assim dizer? – Perguntou bem sério.
Zequinha:
--- Boa noite, major. Essa é a minha filha. Ela está aqui por mera precaução. Mas não tem nada a ver com o caso. Sim! Eu sei de tudo o que sua excelência indaga. É difícil se ter uma visão de gente que já nos deixou em paz ou na guerra. Mas eu tenho essa visão. Pois não. – Adiantou.
Major:
--- Ah bom. O senhor teve ter sabido de um acidente, hoje, envolvendo o Governador do Estado e a nossa missão foi de localizar os destroços do aparelho acidentado. Por mais que se fizesse, com emprego de navios e tudo mais. Aviões também. Nada de positivo se encontrou até esse momento. É certo que faz pouco tempo. Mesmo assim, o aparelho desapareceu no mar ou no ar. Temos certas informações que o nobre senhor tem a possibilidade de reconhecer esse local onde pode e deve estar o aparelho. Verdade? – Quis saber.
Zequinha:
--- Verdade. À noite é muito difícil para um piloto de avião encontrar os destroços. Mas, em dia claro, isso se torna mais fácil. E pergunto: eu tenho que ir a região do acidente? – Perguntou.
Major:
--- De preferência! – Argumentou.
Zequinha:
--- Muito bem. Mas eu creio não ser preciso. Apenas uma orientação de fora, o piloto tem melhor chance de encontrar os estragos. De um modo ou de outro, o piloto é que deve saber. –
Major:
--- O senhor, em terra, pode orientar o piloto? – Indagou desconfiado
Zequinha
--- É bem provável. Eu, de fora, vejo melhor do que no próprio avião. Veja que o avião segue em velocidade. Eu fico de fora ouvindo o relato do senhor piloto. Vai depender do piloto. – Falou.
Major
--- Como? Isso é possível? – Indagou.    

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