- TEMPORAL -
- 25 -
AMANDA -
Com o dia
chuvoso e a cerração no espaço onde se podia enxergar pouca coisa a longa
distância, Amanda procurou falar com seu pai a dialogar ser preciso ter que
sair com o objetivo de ir até a sua casa em busca de um par de roupas para o
ancião pois estava a saber que a trágica decisão do piloto demoraria muito mais
e não coisa de meia hora apenas. Com isso, Amanda tudo pensava. Pela primeira
vez, a virgem estava em um campo de aviação, caso muito diverso da cidade onde
tudo se podia adquirir, com certeza sem motivo algum de se procurar por mais
tempo. A moça notava no campo umas figuras estranhas, pessoas de cara dura,
mesmo sendo um jovem. Por tudo isso ela comentava com seus botões:
Amanda:
--- Coitado!
Parece um boneco de cera! – E sorria.
Após alguns
minutos, até mesmo de tomar banho para soerguer um pouco a preguiça, Amanda
logo se ajeitou, tomando café com pão, queijo, sucos entre outras iguarias e,
então, seguiu até o ponto onde estava o seu avô. E chagando ao local foi
dizendo:
Amanda:
--- Velho!
Escute! Essa baderna não se acaba antes do fim do mês! Eu vou, agora, à cidade
buscar uma parelha de roupas para o senhor e cuidar de mim. Eu quero um jeep,
por favor! – Falou na altura do que podia estar, em pé, com as mãos nos
quadris, olhando sisuda.
O ancião voltou
para apenas olhar aquela mulher, por acaso indecente, e sorriu.
Zequinha:
--- Fale lá com
o major! – Sorriu com não sorria há muito.
Amanda:
--- Ah é? E por
que o senhor não vai ter com ele, heim? Eu estou toda suja, por dentro e por
fora. Nessa merda só tem chuva! – Reclamou em demasia.
O ancião voltou
a sorrir e mandou que Amanda esperasse um pouco. Ele voltaria em um instante
após conseguir um jeep para ela seguir a cidade. E a virgem sorriu.
Após certo
tempo, o jeep abriu caminho para a capital em velocidade moderada e a virgem
olhando para os estragos plantados na rodovia. Um cachorro morto, um ébrio a
dormir em baixo de uma tenda, alguém a solicitar carona. E o povo todo nas
paradas de ônibus a buscar aquele que lhe servia. Após essa dança dos vampiros
o jeep estacionou em frente à casa de Amanda. E ela falou;
Amanda:
--- Espere!
Quer café? Vamos! – o militar aceitou a oferta e entrou.
Por algum tempo
o militar ficou em pé esperando o café prometido. Com um pouco mais Amanda
retornou com uma badeja com toda sorte de iguarias e um bule com café feito em
poucos instante. A moça se admirou daquela imagem de múmia é pé e falou:
Amanda:
--- Tem bicho?
– Indagou.
Militar;
--- Não vi! Que
bicho? – Perguntou a verificar em torno.
Amanda:
--- Senta,
pois. Ora! Parece que nunca veio a cidade! – Falou áspera.
A mãe de Amanda
surgiu à sala e pediu desculpas ao militar pelo desaforo da filha.
Clotilde:
--- Desculpe.
Ela é assim mesmo! Eu passo vexame por isso! E o avião? –Indagou.
Militar
--- Não há de
ser nada. O avião, já foi encontrado. Está no fundo do mar. – Relatou.
Clotilde:
--- No fundo?
Nossa Mãe! E agora? – Perguntou assustada.
Militar
--- A Marinha
vai resgatar. Eu penso! Mergulhadores! – Disse o militar.
Clotilde:
--- SIM. É
mesmo. Os mergulhadores. E estão vivos? Quero dizer: o governador? – Indagou
deveras preocupada.
Militar:
--- Eu não dou
certeza. Mas, pelo jeito, o avião estás nas profundezas do mar. É o que eu
posso dizer. Creio que não. – Relatou com sobriedade.
Clotilde:
--- Está nada!
Todos estão mortos! – Falou sem querer.
Nesse espaço de
tempo, uma outra mulher, dona Odete, esposa de José Afrânio, chegou de dentro
da sala de jantar e falou com voz tênue:
Odete:
--- Acharam
mesmo. A Emissora deu a notícia. Mas não falou em vivos. – Disse a mulher
idosa.
Clotilde:
--- É assim.
Quando um carro tropeça aqui na terra, os passageiros viram cambalhotas e
morrem. Não tem um que se salve. A propósito: o meu pai foi lá no mar? –
Indagou assustada.
Militar
--- Eu creio
que não. Ele estava aguardado notícias. Presumo! – Disse o motorista.
A chuva
castigava a capital sem dó nem piedade. Em outro canto da cidade, Dalva Lopes
estava raciocinando em suma preocupação por não ter ouvido mais falar no ancião
e ao mesmo tempo em Amanda. Ela estava incumbida de salvar o Governador, se
isso fosse possível. As estações de TV continuavam divulgado notas sobre o
acidente aviatório. Porém nada havia sido revelado com certa o local do
acidente. Alguém perguntava onde tinha havido o desastre. Mesmo assim, a
resposta ficava na mesma:
Alguém
--- No mar. Bem
lá distante! – Respondia.
Outro:
--- No mar! Mas
onde? Quero saber se foi na Paraíba ou costa de Pernambuco! No mar! No mar!
Isso é lá resposta que se dê! – Desaforado.
Terceiro:
--- Homem! Foi
no mar! Com esse tempo fechado quem vai saber aonde foi? No mar e pronto! –
Respondia querendo gargalhar.
Quarto:
--- Eu penso
que esse avião foi sequestrado pelo grupo terrorista que mata as autoridades.
Eles são vingativos e vivem para aniquilar o Governo. – Relatou com muita
suspeita.
Primeiro:
--- E quem são
eles? – Indagou.
Quarto:
--- Um grupo de
extermínio. O mesmo que assaltou o Banco de Fortaleza. – Disse ainda.
Segundo:
--- Eles são
sanguinários e cruéis! – Alarmou sem medo
Primeiro
--- Eles são
uns bostas! Quero ver um deles chegar p’ra me assaltar! Duvido! – Argumentou.
E a cientista
ouviu a entrevista na TV e depois desligou o receptor horrorizada com tais
cruéis desinformações. E respondeu sozinha:
Dalva
--- Bostas são
eles mesmo. Ora! Bosta! E a empregada, Sorvetinho? Onde está? – Indagou.
Sorvetinho
--- Vem hoje!!!
– Gritou Walquíria do fundo da sala de janta.
Dalva:
--- E o garoto?
– Perguntou assustada.
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