- DESASTRE -
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DESASTRE -
De retorno a sua moradia, Dalva
Lopes com o garoto José Patrício, filho da senhora Noêmia, conversava para
distrair falando ser naquela hora ter a sua mãe melhor condições de vida, pois
o médico que atendera era o melhor de todo o território brasileiro e ela mantinha
confiança em tudo o que ele fazia em qualquer um dos pacientes. O garoto
manteve-se calado, pensativo no hospital e na sua mãe, um derradeiro estado de
vida. O automóvel avançava com toda pressa até o ponto do destino. Dalva saltou
do carro e chamou o garoto para poder entrar na habitação. Logo em seguida, viu
o seu amado filho de braços abertos e sorriso abertos e com isso ela se abraçou
a Ciro. A madrinha do menino, estava contente e ao mesmo tempo preocupada. Por
isso, indagou:
Sorvetinho;
--- E dona Noêmia? – Indagou
surpresa.
Dalva
--- Já está no hospital. O garoto
fica aqui. Eu vou ver se ele tem algumas vestes. – Dialogou
Sorvetinho
--- Ele não pode ficar lá? – Estranhou.
Dalva
--- Só na hora de visitas. – Afirmou.
Sorvetinho
--- E que dorme com a mulher? – Indagou
Dalva
--- Tem enfermeiras. E o médico
ainda precisa diagnostica a situação. – Respondeu.
O garoto José chorou pela
ausência de sua mãe e pediu a mulher Dalva Lopes para deixa-lo voltar ao
Hospital naquele instante. Dalva o ouviu disse apenas que ele voltaria à
tarde. E indagou se ele estava com mudas
de roupas.
José.
--- Tenho uma muda. E está com
minha mãe. – Respondeu.
Dalva:
--- Está bem. À tarde a gente vê
isso. Agora, você vá tomar banho e depois, o almoço. – Falou com calma.
Walquíria falou para o garoto
onde era o banheiro e tinha rompa limpa para a troca.
Sorvetinho:
--- Não se preocupe. Tudo se
ajeita. Tome seu banho. – Sorriu a madrinha de Ciro.
A televisão estava ligada e um
locutor de uma notícia de cunho nacional.
Locutor:
--- Urgente! Um avião caiu no
mar. Todos os seus ocupantes morreram. O aparelho vinha para Natal. Detalhes:
em instantes. – E terminou a fala.
Sorvetinho:
--- Quem foi? – Veio correndo
para ouvir a notícia.
Dalva:
--- Não deu detalhes. Vamos
esperar. – Falou a mulher enquanto trocava de roupas.
Sorvetinho:
--- Vinha para Natal? Quem vinha?
– Indagou alarmada.
Dalva
--- Deve ter sido um avião de
passageiros. Ele não informou. – E sacudiu suas vestes levando o seu menino.
Nesse ponto, o velho da enxada estava
rumando para fora da casa levando seu carro de mão com os entulhos recolhidos.
Ao sentir a presença de dona Dalva, o velho afirmou a notícia data na
reportagem.
Ancião
--- Foi o Governador e um punhado
de gente. – Afirmou.
E assenhora Dalva ficou alarmada
com a notícia dada pelo ancião tendo então indagado:
Dalva:
--- Como o senhor soube? – Perguntou
curiosa.
Ancião
--- Um repórter de uma rádio. Em
instantes ele falou. Essas coisas correm o mundo. – Relatou.
Dona Dalva Lopes voltou correndo
para dento de sua habitação e alteou um pouco o televisor dizendo depois a
Walquíria ter sido o desastre com o Governador do Estado. De imediato telefonou
para residência de José Afrânio sabendo de algum detalhe a mais enquanto
buscava a Assessoria de Impressa do Governo sabedora da tragédia da autoridade
máxima do Estado. A primeira ligação deu certa. E Dalva indagou sobre a
situação vexativa. Quem atendeu foi de Zequinha. E falou:
Zequinha:
--- Olá. Como vai. Eu soube.
Algum detalhe a mais? – Indagou.
Dalva
--- Não. Não. Não. Estou
estarrecida. A televisão deve dar maiores detalhes. Eu procuro comunicado com a
Assessoria de Imprensa, mas só dá ocupada. Qual é o outro telefone? –Indagou
preocupada com o noticiário.
Zequinha
--- Não se desespere. Morreu,
morreu! Agora é se substituir. – Respondeu a gargalhar.
Dalva:
--- Seu José. Não é isso. Ai meu
Deus. Estou ao desespero. – Disse a mulher.
Zequinha:
--- Ele estava te devendo? –
Perguntou sorrindo
Dalva:
--- Não. Mas é uma autoridade! –
Lamentou.
Zequinha:
--- Mas o seu substituo já está
tomando posse. – Gargalhou
Dalva:
--- Infâmia. Isso é infâmia. – E
desligou o telefone.
Após o almoço, Dalva Lopes saiu
de sua casa em companhia do garoto José Patrício e a sua comadre Walquíria
tomando conta do seu filho amado, Ciro até as lojas de roupas para adquirir
algo para o garoto antes de voltar ao Hospital. Foi um tempo imenso gasto com a
busca de calças, ceroulas, camisa, meias e sapatos. Umas, davam acochadas.
Outras, folgadas demais. E assim passou a tarde inteira em busca de algo que
pudesse dar no garoto. Quando eram cinco horas, tudo arrumado, a mulher rumou
para o Hospital. No caminho se ouvia notícias da morte do Governado e
assessores além de gente simples vinda com as autoridades. No Palácio, tudo estava em desordem pois não
se sabia ao certo como foi o acidente. Os aviões de busca seguiam a procura do
avião caído ao mar e nada foi resgatado. Lanchas e corvetas da Base Naval
estavam em curso na vista de algum vestígio do avião acidentado.
Dalva:
--- Nossa! Esse negócio já está
enchendo! – Disse a mulher, angustiada.
Sorvetinho:
--- Danado é se encontrarem hoje!
– Falou a moça.
Dalva:
--- Não tem nem perspectiva. –
Relatou mulher
Sorvetinho
--- E as pessoas só dizem a mesma
coisa. – Argumento solitária.
Dalva
--- Eles vinham de onde? –
Perguntou a mulher.
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