terça-feira, 9 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 04 -

- TRAVESSEIROS -
- 04 -
TRAVESSEIROS - 
Então, Dalva Lopes deixou passar alguns segundos, tempo de recordar a grave de situação de há muito tempo, quando o casal discutiu por um breve momento. Ela olhou bem para o senhor José Afrânio e pode saber se era falso ou não o informe dado. Ficou cismada pela a memória de um homem que ela jamais o conhecera antes. E o caso do aborto foi apenas assunto de família, um casal ainda jovem e sem maturidade para conversas. A cabeça de Dalva rodou feito um pião e ela assentou de forma afirmativa.
Dalva
--- Houve um caso dessa natureza. Como sempre há entre casais. Choro, lágrimas e tudo mais. E quando foi que houve entre nós? Pergunte a ele? –
José Afrânio se voltou para o espirito de Marcos Baldo e fez o questionamento sem ditar maiores palavras no caso. E o espirito respondeu.
Baldo:
--- Depois disso ela se trancou no quarto. –
José Afrânio falou de volta esperando ter sido entendido. Dalva ouviu mas pôs em dúvidas.
Dalva
--- Isso também é verdade. E teve mais algo que o espírito de Baldo se lembra? – Indagou com casualidade.
José Afrânio voltou a questão para a entidade e esperou resposta. Dita, o ancião se voltou a falar com a mulher.
Zequinha:
--- Ele pergunta se a senhora se lembra que ele lhe chamou de “chefinha” nessa ocasião? –
A mulher delirou por alguns segundos e quase não se lembrada de ter dito nada. Mas a palavra foi algo muito especial. Ela ditar como ouve resposta era, sem dúvidas, uma forma de agrado.
Dalva
--- Sim. Teve algo que me surpreendeu. Acho que foi essa palavra. E de que traje ele estava? –
Seu José Afrânio custou a entender, porém formulou a questão. E a resposta veio em seguida.
Baldo
--- Traje completo. Eu não tirei nem os sapatos. –
E se voltou a senhora Dalva ditando a resposta. Em seguida, José Afrânio falou.
Zequinha
--- O seu marido apenas disse isso. Verdade? –
Dalva
--- Verdade. Ele estava com trajes completo. Eu me lembro pôs olhes de um momento. Só isso. Depois o que fiz? Pergunte? –
José Afrânio se voltou e fez a pergunta ao “espirito”. Esse respondeu.
Baldo
--- Ela enfiou a cabeça em baixo do travesseiro. –
Resposta dita e José Afrânio falou.
Zequinha
--- A senhora enfiou a cabeça em baixo do travesseiro. –
A mulher deixou passar alguns segundos e voltou a indagar.
Dalva
--- Era braço o travesseiro? – Quis saber.
José Afrânio se voltou para entidade com a questão levantada. E entidade respondeu.
Baldo
--- Róseo. Era o dela. Nesse dia ela trocou os travesseiros.  
José Afrânio se voltou com a resposta e indagou se estava correta.
Dalva
--- Não era verde? – Perguntou
José Afrânio voltou ao espirito. E formulou a pergunta. A entidade respondeu
Baldo
--- Verde foi no dia anterior. Nós tenhamos o hábito demudar as cores conforme o dia. Ela ainda seque à risca como lembrança. A lavadeira, certa vez, trocou as cores. E “chefinha” ajeitou logo após. –
A mulher estremeceu de susto. Tudo coincidia pelo decorrer do tempo. Após essa discussão, a senhora Dalva Lopes formulou nova questão.
Dalva:
--- Quanto a mim: eu ainda vou me casar ou ter algum envolvimento? – Quis saber
E José Afrânio fez a pergunta ao espirito de Baldo. Após alguns segundos veio a resposta.
Baldo
--- Quando ao seu futuro, eu não sei. Mas, quando ao presente, você terá um filho ainda hoje de uma mulher que não posso identificar. Mesmo assim, eu sei que a mãe depositou uma caixa com uma criança recém-nascida em sua porta do seu apartamento. E, por tudo que é sagrado, não enjeite a criança. Ela é o filho que tu não querias tê-lo. – Declarou
A informação chegou como um choque e, após alguns segundos, José Afrânio declarou a indagar por via das dúvidas
Zequinha:
--- Posso falar? – Perguntou a Dalva Lopes
Dalva
--- Pode! Estou a ouvi-lo. – Declarou se aprumando em pé
E José Afrânio relatou o que o espirito do ente esteve a ditar em todos os seus detalhes, como sendo, “por tudo que é sagrado”. E logo após, o ancião se desculpou, pois nada do que falou foi uma ofensa.  E falhou em tempo de muito vagar.
Zequinha:
--- É crime quando se tira a vida de um filho antes do seu nascimento, mesmo sendo por adultério. Uma mãe teve um caso extraconjugal e engravidou, ela terá aquele filho. Ela não deve pensar em quem fez. Pode ser um anônimo amante. Mas ela deve ter esse filho. O caso é que um namorado extraconjugal da mulher fez um filho, ela deve ser a mãe dessa criança. Mesmo ele sendo um escravo. Não existe estrupo. Veja bem isso. Esse é um instante que o espirito encontra de proceder a sua jornada evolutiva. – Declarou com sobriedade.
Dalva
--- Mas, eu estive apenas com o meu marido. O fato é que não queria ter um filho naquele momento. Nós nos estávamos preparando. Tinha poucos meses de casados. E esse assunto meu deu até asco por muito tempo. Agora vem a possibilidade de vir a ser a mãe adotiva de uma criança! Eu não quero um filho jamais. – Relatou a mulher um tanto aborrecida.
Zequinha
--- Veja bem. A criança bem que pede para nascer naquele lar. Mas se houve alguma vez um desentendimento em que a mulher não queria ser mãe, então a mulher rejeita. Esse é um caso. O aborto já é, por si só, um crime contra a humanidade. Porém se a criança nasce, ela tem o seu direito de vida. Pense bem nesse ponto. E se for depositado em um lar, então, esse ser tem mais direito ainda de ser criado. A criança vem para um lar e encontra uma mãe. Se essa mãe o acolhe, é bem provável ser ele o filho amado. Uma criança que, um dia, foi rejeitada. – Declarou com firmeza.
Dalva
--- E quem vai dar leite ao menino? Trocar fraldas? Acariciar? Ir ao médico? Fazer tudo o que a criança precisa ao nascer? Quem? – Indagou com mágoa
Zequinha
--- Essa mãe que o dotou. Tudo é muito simples. –
Dalva
--- Mas jogara a criança em minha porta, se for verdade o que Baldo fala. –
Baldo
--- Eu falo porque é o nosso filho feito em outra mulher. – Disse o espírito

Nenhum comentário:

Postar um comentário