terça-feira, 30 de junho de 2015

LAÇOS DE TERNURA - 26 -

- DOMÉSTICA -

- 26 -

TELEFONE

Em instantes, o telefone tocou. Dalva Lopes estava próximo e atendeu. Era Amanda. Por um breve instante a senhora ficou assustada. E nada falou. Quem falou foi a sua amiga. E perguntou pelo o menino Ciro. Nesse instante, Dalva se acalmou.
Dalva
--- O menino vai bem. E você? Seu pai? – Perguntou já calma.
Amanda
--- Tudo em ordem. Eu estou telefonando aqui de casa. E a mulher? – Indagou.
Dalva:
--- Eu ao Hospital agora. Eu e o garoto José Patrício. – Adiantou.
Amanda
--- Quem? Ah. O filho. Eu sei. Mas o negócio de acompanhar? É p’ra quando? – Indagou.
Dalva:
--- Não sei ainda. Vai depender dos exames. Talvez nem precise sair de Natal. – Falou.
Amanda
--- É p’ra longe? São Paulo? – Perguntou.
Dalva
--- Vai depender dos exames. Agora está tudo no início. – Falou.
Amanda
--- Ah bom. Eu estou bastante ocupada por esses dias. O velho está na Base. Nem sei quando vai durar essa encrenca. – Falou um tanto abusada.
Dalva
--- E o avião? – Indagou.
Amanda
--- Perdido no mar. Talvez esteja para essas bandas. Fernando de Noronha. – Relatou.
Dalva
--- Jura? – Indagou assustada.
Amanda:
--- Nada é certo. A Marinha foi chamada. – Disse mais.
Dalva.
--- Para que? – Indagou.
Amanda
--- Prestar socorro ou coisa assim. –
Dalva:
--- Ah bom. Eu ouvi isso da TV. Mas não liguei a coisa. Mergulhadores. – Salientou.
Amanda:
--- Parece. É a conversa. –
Dalva:
--- Você dormiu na Base? –
Amanda
--- Dormi nada. Estou morrendo de sono. Cansada. Vou me ajeitar para voltar. –
Dalva
--- Quanto tempo? –
Amanda
--- Sei lá. Amanhã ou depois. Assim. – Chateada.
Dalva:
--- Estou esperando uma cozinheira. –
Amanda
--- Já era tempo. Sorvetinho toma conta de tudo. Mais o menino. É de lascar! –
Dalva
--- E o pessoal como está. Mãe, avó e os demais? –
Amanda.
--- Rezando! – e gargalhou
Naquele mesmo instante alguém tocou na sineta do portão. O ancião cuidador do jardim foi até a porta e atentou de indagar se ela era a pessoa incumbida de preparar refeições. A mulher, de meia idade respondeu que sim. Ela estava coberta por um manto em consequência do temporal a castigar a cidade. Seu porte era de gente gorda, cara redonda, óculos de grau, lentes redondas e de resto, roupa surrada. Uma boça a tiracolo parecendo uma mochila. Após breves segundos, com voz tensa, perguntou.
Cozinheira:
--- A dona da casa está? –
O ancião quase morreu de espanto em atende a mulher àquela hora tardia da manhã. Mesmo assim, foi atencioso e disse sim.
Jardineiro
--- Entre. Ela está lá dentro. –
E a mulher indagou:
Cozinheira
--- Tem cachorro? – Quis logo saber.
Jardineiro
--- Não senhora. – Respondeu sorrindo
Cozinheira
--- Ah bom. Faz bem. Nessas casas de gente rica tem cachorro que dá medo. –
O jardineiro sorriu e acompanho a cozinheira pelo lado de fora até chegar a sala de janta. Ali, a moça Walquíria a atendeu.
Sorvetinho
--- Doa Noca?  - indagou sorrindo.
Dona Noca
--- Eu mesma. Estou toda molhada por conta desse temporal. A senhora é a dona? – Indagou assustada.
Sorvetinho
--- Aqui não tem dona. Mas eu respondo: não. A dona está ao telefone. E eu sou a piniqueira de estimação. – Gargalhou.
A mulher se assombrou com tal dialogo. E de imediato indagou:
Dona Noca
--- P’ra ser o que a senhora me disse, é de muita estimação. – Não sorriu
Sorvetinho:
--- Pois é. Nós somos comadres.  Eu tomo conta do menino. E ela me paga o que pode pagar. Eu não faço questão. E nem almejo cobrança. Uma toalha de rosto. Um sabão para de tirar as sarnas e coisa assim, - e gargalhou
Dona Noca:
--- Já sei que a senhora é! – Sorriu com ternura.
Nesse meio tempo, a patroa surgiu. Dalva Lopes estava ouvindo a tagarelice da comadre e chegava a sorrir de verdade.
Dalva
--- Piniqueira, não é? – E sorriu.  


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